Capítulo Vinte e Dois

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Me despedi de todos após o jantar, com exceção de Alex, que me levou com ele para a sua casa.
Henri, cumprindo bem o seu papel, se despediu de mim com um beijo, que fez com que Alex olhasse feio para nós e minha mãe dizendo para meu pai se acalmar pois hora ou outra eu começaria a namorar.

Alex passa o caminho todo calado, o que me faz pensar que terei uma longa noite. Queria saber o que se passa na cabeça dele, por um, mesmo que pequeno, instante.
Chegando em sua casa, entramos juntos. Juro que posso sentir um clima estranho no ar... talvez, até mesmo, pesado.

- Vai me dizer o que está acontecendo?

- Eu? - Ele responde. - Quem tem que me dizer é você.

- Você bateu a cabeça? Bebeu demais? O que é que eu tenho que te explicar?

- Porque ele? Porque o Henri, Luna?

- Vocês se conhecem?

- Não, porra. Mas ele é... ele não é feio.

- Óbvio. Se fosse não seria meu namorado.

- Ele não é a porra do seu namorado. Eu sou. Você tinha um elenco de peso para escolher como namorado. Vai escolher justo o bad boy motoqueiro.

- Toda garota precisa de um bad boy.

- Você não. Você tem a mim.

- É? Então repete agora, na minha cara o que você é meu. Fala em alto e bom tom, Alex. Porque eu juro que não sei se sou só uma foda ou se sou realmente o que você acabou de dizer.

- O que eu disse?

Reviro os olhos e saio da sala, indo em direção ao quarto. Meus pés estão me matando.

- Quer saber... acho que eu deveria me esforçar em procurar alguém como Henri e parar de me envolver com um babaca.

- Como ele? O que você sabe dele?

- Sei que não é um idiota como você. Sei que é um homem divertido, dedicado e que esta tentando ao máximo me agradar.

- Por que você paga ele.

- Foda-se. Pelo menos é algo a mais do que temos, Alex. Eu não me importaria nem um pouco em continuar patrocinando e ajudando o Henri com sua carreira, se isso me fizer feliz. Se ele me fizer feliz.

- Ele nunca vai te fazer feliz. Não da maneira que você quer. E sabe disso. O único que pode fazer isso, sou eu.

- Seja menos óbvio, Alex. Deixeas frases prontas de livros clichês de lado. Você pode fazer melhor do que isso.

- O que você quer dizer?

- Quero dizer que o seu surto de ciúme está me fazendo pensar seriamente se isso é bom para mim. Não vejo nenhum esforço da sua parte para que eu queria ficar com você. Vejo só eu dando tudo de mim, me desgastando em uma relação o qual obviamente não tem futuro. Você nunca vai me assumir como nada mais do que sua sobrinha, mas também não quer que ninguém me assuma como namorada.

- Não é por escolha minha. Já pensou no escândalo que será se descobrem isso tudo? O seu futuro estará totalmente arruinado. Você é jovem, tem toda a vida pela frente ainda.

- Eu não ligo para boatos e fofocas, já devia saber saber disso.

- Eu sei... merda, Luna. - Ele passa a mão pelos cabelos, mostrando nitidamente que está frustrado.

- Eu te amo e você sabe, mas não adianta eu me iludir, não tem outra saída que não seja desistir.

- Desistir? Do que você está falando?

- De tudo, Alex. De nós, desta coisa insana e errada que estamos fazendo este tempo todo. - Pego minhas coisas e, com o coração na mão, evito olhar em seus olhos para que não vacile e acabe chorando. - Não me espera... porquê não vou voltar.

Quando perto da porta, ouço uma voz rouca e bem embargada me chamar.

- Espera... - Paro de andar e espero que ele prossiga. - Por favor, não desiste assim. Eu peço por favor, não desiste de mim. Me escuta...

Olho para ele com os olhos lacrimejando, vendo os dele igualmente molhados.

- Adeus, Alex.

***
Gueeenta coração!
Não me matem!
Beijosss!
😘

Permita-Me Sonhar - Livro IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora