Permita-Me Sonhar - Livro III

Capítulo Trinta e Seis

Acordo com os braços de Henri ainda envoltos em meu corpo. Tento me levantar sem que ele acorde.

Hoje meu pai e eu começamos a investigar Rory oficialmente. Não sei o que vamos encontrar ou quando vamos ter qualquer prova contra ela. Só o que temos é uma gravação em áudio que coloca ela em uma situação comprometedora, mas ainda não temos absolutamente nada conta ela. Nem sequer sabemos ao que ela estava se referindo naquela conversa.

- Bom dia. - Ouço a voz do meu pai assim que passo pela porta da cozinha.

- Bom dia, filha. Pronta para sua primeira investigação oficial?

- Prontíssima! - Pego uma torrada e um copo de suco.

- Ainda não sei porque essa obsessão por desmascarar a Rory.

- Pelo Alex. - Digo e mordo minha torrada calmamente. - Ele é da família. Protegemos uns aos outros. Certo?

- Certo.

- Também não devemos deixar de lado a sua amizade com seu tio. Vocês são próximos desde que você era pequena. Ver ele ser enganado deve ser difícil. - Minha mãe diz.

- Você deveria estar tão preocupada quanto eu. Afinal, ele é seu irmão. - Digo e tomo um gole do meu suco, esperando a bronca vir.

- Eu estou. Por isso seu pai vai pessoalmente cuidar disso e não seus homens. E enquanto Rory não souber sobre qualquer investigação, Alex estará seguro.

- E quais medidas vamos tomar para que saibamos se ela o colocar em perigo?

- Escutas. Câmeras. Rastreadores.

- E se ela os encontrar?

- Não vai. - Meu pai me garante. - Mas para implanta-las, vou precisar da sua ajuda.

- O que quiser.

- Sabemos que Rory tem um enorme ciúme de você. Principalmente quando se trata da sua relação com o Alex. Preciso de uma distração a altura do ciúme dela, para que eu possa instalar as escutas sem ser visto.

- Isso vai ser fácil. - Sorrio e tomo meu último gole de suco. - E divertido.

Me levanto e volto ao meu quarto para me arrumar. Abro a porta e Henri acorda.

- Bom dia, amor. - Me jogo na cama e o beijo. - Dormiu bem?

- Muito. - Ele sorri. - Você parece estar animada.

- Estou. Vou me trocar e vou para a casa do Alex. - Henri arqueia uma sobrancelha. - Vou me vestir da forma mais ousada e provocativa que eu puder, dentro do que meu guarda-roupa me permite. Meu pai precisa de uma distração para colocar escutas e câmeras pela casa.

- E porque a roupa chamativa?

- A distração. Rory me odeia, isso já sabemos. Alex me ama, isso também já sabemos. Quando eu aparecer lá, já vai ser um choque para ambos, mas quando eu aparecer e estiver totalmente gostosa, Rory vai fazer de tudo para manter a atenção do Alex para ela. E isso nos da tempo de sobra para grampear tudo.

- Você pensou em tudo mesmo.

- É a minha especialidade, amor. Provocar. Distrair. Bolar bons planos... Você está aqui, não está?

Ele sorri e me beija. O que mostra que, mesmo que não saiam cem por cento como quero, meus planos ainda funcionam bem.

- Tem alguma chance de um "replay" agora de manhã? - Ele sorri maliciosamente.

- Eu toparia. Mas meu pai está me esperando.

Dou um beijo rápido em Henri e volto meu foco para a minha primeira missão ao lado do meu pai. É emocionante pensar que estaremos conectados em algo além do sangue dessa vez. Em geral, Taylor é bem cabeça dura e parece ter um enorme prazer em contrariar seus filhos. Com exceção de Sophie, ele parece idolatrar ela.

Coloco um vestido branco colado, que deixa meus ombros a mostra. Finalizo meu cabelo, deixando ele ondulado sob meus ombros. Passo um delicioso perfume francês. Coloco os saltos brancos que peguei emprestado com a minha mãe. Uma maquiagem bem básica, com apenas rímel e um delineado discreto e esfumado. Antes de passar batom, volto para meu quarto apenas para provocar Henri.

- Como eu estou?

- Porra! - Ele me encara. - Você definitivamente não vai sair assim. - Olho para ele chocada com o comentário. - Não sem eu te pegar primeiro.

Mordo meus lábios, vou até ele e o beijo. Henri parece sempre saber o que fazer e o que dizer.

- Prometo que quando eu voltar, faço questão de tirar só a calcinha. - Provoco ele e me retiro, sabendo que vou sofrer as consequências quando eu voltar.