Capítulo Dezesseis

121 30 20
                                    

Os meses se passaram depressa desde o acidente no qual a Rory protagonizou. Depois de seis meses de busca, as autoridades consideraram dá-la como morta, uma vez que o avião em que ela estava, foi encontrado destruído no fundo de um rio cujo o nome não me lembro mais. Alex, desde então, tem me dado muito mais atenção. Já me perguntei diversas vezes se eu seria somente mais um escape, uma distração ou algo assim, para o fato de terem parado as buscas pela morena que me tira do sério todas as vezes em que seu nome sai da boca do homem que eu amo.

Sinceramente, já não me importo mais de ser um escape. Sei que Alex me ama. Bom, que ele tem sentimentos por mim, pelo menos. E sei que ele não vai tardar a perceber e vamos finalmente viver juntos como se deve ser. Como eu quero que seja.

Por pelo menos seis meses, nós nos encontramos quase todos os dias. Passamos bastante tempos juntos, ainda mais nos fins de semana.
Conversamos, planejamos nossa sociedade, assistimos filmes e séries e, é claro, fazemos amor.

Essa palavra. É tão estranha quando dita desta forma. Eu acho, pelo menos. É uma maneira mais bonita de se dizer: transar ou foder. Mas aí mesmo tempo, expressa que existe sentimento envolvido neste ato. E é assim como me sinto.

Quando Alex me toca, me beija ou até mesmo olha para mim, sinto que existe sentimento. Sinto um calor forte no estômago, se espalhando pelo meu pulmão chegando até o alto do peito. Sinto os lábios tremerem e se entreabirem em um sorriso espontâneo o qual não sei controlar. E a cada dia, a cada toque, a cada olhar, isso fica mais forte, intenso...

Queria ter alguem a quem confiasse e pudesse contar sobre este sentimento. Sobre como ele tem sido maravilhoso para mim. Mas a quem?

Sophie? Que conta tudo ao meu pai, que também está fora de cogitação.
Nathan? Que vive tão concentrado no seu mundinho que não sei se ele lembra que existo.
Max? Ele... bom, não! Ele não saberia guardar segredo e em questão de segundos, minha familia toda saberia.
Minha mãe? Que sabe que quando não estou na escola, estou com Alex.

A menos que... e se eu disser a ela que é um colega de escola? Eu não preciso citar nomes, nem de que ano ele é. Minha mãe normalmente é bem compreensiva, até demais... mas sei que o assunto "Alex" é informação demais e um grande pedido que entenda. Então, até que eu faça vinte e um anos e seja perfeitamente legal que estejamos juntos - se estivermos até lá -, é melhor mantê-lo no anonimato.

É isso. Vou dizer a ela que conheci alguém na escola. Alex e eu já tínhamos tocado neste assunto antes... mas não chegamos a menciona-lo novamente.

- Mãe. - Digo abrindo a porta do escritório dela. - Preciso conversar.

Ela para imediatamente o que está fazendo, fecha o notebook a sua frente e faz sinal com a mão para que eu me sente. Segurando minhas mãos, ela me pergunta se algo aconteceu. Nego com um gesto de cabeça e começo:

- Como sabemos se o que estamos sentindo é... amor?

Ela me olha confusa e um pouco surpresa. Acho que não esperava esse tipo de conversa tão cedo... ou pelo menos agora.
Olhando para a porta atrás de mim, ela parece pensar em como responder a minha pergunta.

- Eu não sei. A gente simplesmente sabe.

- Isso não ajuda muito. - resmungo revirando os olhos.

- É diferente para cada pessoa, filha. Algumas dizem sentir um frio no estômago. Outras descrevem como um calor em todo o peito ao ver a pessoa. - reflito um pouco ao que ela diz. - Já ouvi até mesmo dizerem que o ar falta ao pulmão na hora. O que não faz sentido algum.

- Acho que entendi...

- Posso perguntar o porque desta pergunta?

- Acho que você já perguntou. - Sorrimos. - Tem uma pessoa... um menino que... eu não sei.

- Entendo. - Os olhos dela ainda estão atentos e parecem até mesmo brilhar. - Bom... e ele é mais velho?

- Sim... - Digo receosa de como ela reagirá.

- Então acho que você puxou a mim. - ela sorri. Minha mãe faz com que eu me levante e sente em seu colo. - Sabe, seu pai e eu temos uma boa diferença de idade. Quando engravidei da sua irmã, eu tinha apenas vinte e um anos e seu pai ja tinha mais de trinta. Seus tios, principalmente o Noah, surtaram com a idéia de que eu me envolva com alguém tão mais velho. Principalmente porque eu comecei a namorar o seu pai quando tinha a sua idade.

- E... e o Alex? - Pergunto curiosa, temendo ter feito a pergunta errada.

- Ele não se importou. - Ela sorri ao se lembrar de algo. - Ele disse que, contanto que o Taylor estivesse me fazendo feliz e me tratando bem, número nenhum importaria.

- Típico dele... - Sorrimos juntas.

- E... então... ele é mais velho, não é? Quantos anos ele tem?

- Mais de trinta. - Dou risada e ela me observa novamente. - Ele é uma boa pessoa, mãe. Nós nos damos bem e, por mais que eu ainda não tenha certeza, acho que o sentimento é recíproco.

- Luna, eu sei que não sou a melhor pessoa para se conversar sobre isso, porque como sua mãe, meu primeiro instinto vai ser o de proteção. Mas agora, sei que se te proibir de vê-lo, será ainda pior. Eu passei por isso com o seu pai e por incrível que pareça, nossa historia deu certo. Eu não sei se a sua história com esse homem também dará, por isso te peço que tome cuidado. Você ainda é jovem e tem muito o que viver.

- Eu sei.

- Não me preocupo com decepções amorosas... isso é essencial para o nosso desenvolvimento e, mesmo que tenhamos somente um parceiro na vida, vamos passar por isso em algum momento.  Minha preocupação é de que você cometa um "erro" maior.

- Erro?

- Olha... filhos não são erros. As vezes o erro é a escolha do pai dos seus filhos.

Reflito um pouco sobre o que ela diz. Já ouvi milhares de vezes sobre mulheres que se queixam dos pais de seus filhos. Alguns simplesmente somem. Outros são presentes mas são péssimos por negligenciar nos cuidados e sustento. Alguns negligenciam o amor... até isso!

- Ele... eu acho que ele não pode ter filhos.

- Acha? - Ela levanta uma sobrancelha.

- Não tenho certeza. Mas acho que ele chegou a comentar algo sobre isso uma vez. Ele não tem e nem pode.

- Bom... isso muda muita coisa. Mas ainda sim, temos coisas a que nos preocupar. Sexo não traz só a gravidez como consequência.

- Mãe! - A repreendo sobre como fala tão... abertamente. Isso e constrangedor. "Não mais do que foder com seu próprio tio." Acusa meu subconsciente.

- Eu sei que isso e estranho... mas é melhor que eu fale sobre isso com você do que seu pai.

- Ah, merda. O papai! - Levanto do seu colo rapidamente. - Mãe, ele não pode saber disso. Por favor. Eu preciso de um tempo para que saiba em que pé tudo está, se o que eu sinto é real. Se é recíproco ou não... a última coisa que preciso e do papai investigando toda a minha vida e ameaçando ele. Se for o cara certo, ele pode estragar tudo!

Minha mãe sorri e concorda com um gesto de cabeça.

- Vou pensar sobre. Até que eu tenha a mente clara e perceba que não ha nenhum risco para você, seu pai ficará fora disso.

Agradeço a ela por diversas vezes antes de deixá-la trabalhar novamente. Conversar com minha mãe foi libertador, mas me pergunto se fiz certo ou se isso vai se virar contra mim logo logo.

***

CONSEGUI!!
FOI MAIS RÁPIDO DO QUE EU PENSAVA, MAS CONSEGUI.
CAPÍTULO COMPLETO MESMO DEPOIS DE TODO O TRANSTORNO DA PERDA DO LIVRO - EU ESTAVA EM PÂNICO COM ISSO.

ENFIM... ESPERO QUE GOSTEM.
DESCULPEM A DEMORA.
AMO VOCÊS!
😙

Permita-Me Sonhar - Livro IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora