- Eu não podia te deixar sozinho. Sem comida, água... eu não suportaria perder você, Alex. Não entende isso?
- E por isso arrisca a sua vida para vir "me salvar"?
- Se for preciso, sim. E não estou me arriscando, eu vim preparada. Coisa que você não fez.
- NÃO É ESSA A QUESTÃO! - Ele grita. - Merda! Nos não sabemos que tipo de bicho ou, não sei, índios possam viver nesse lugar.
- Índios? Sério? - Dou risada. - Em que ano você acha que estamos?
- Porra, Luna. Facilita. - Ele diz tomando a água que estava em minha mochila minutos atrás. - Já tá foda demais para mim ter que me preocupar com a Rory agora.
- Facilita você, cacete! - Esbravejo. Como ele ousa? - Primeiro você me fode e depois me abandona para vir atrás da sua ex. Depois, me deixa completamente apavorada por não ter a porra de uma notícia sua. Eu venho para a porra do meio do nada trazer suplementos e ajuda para você e você me trata feito a merda de uma criança?
A raiva que cresce dentro de mim é grande. Viro as costas e começo a andar, o deixando para traz.
- Se quiser voltar para a merda da caverna com água e comida que EU trouxe para você... é só me seguir. E vê se anda logo porque o céu está fechando e não quero me perder aqui com você.
Na verdade, eu quero... me perder nele é a coisa que mais quero desde que abri os olhos na manhã passada.
Assim que o pânico ao ver o sangue passou, tudo o que eu mais desejei, foi a reprise de todo aquele dia. Mesmo com a briga, que desencadeou todo aquele momento maravilhoso.Imaginei que após o banho, tomariamos um belo café da manhã brasileiro, depois iriamos a praia, ou talvez a algum outro lugar turístico que Alex provavelmente teria pesquisado antes. Depois gostaríamos para comer feijoada... eu sempre quis experimentar este prato. Aí então, voltariamos para o quarto, assistiariamos televisão juntos e, com um pouco mais de sorte, repetiriamos aquele momento em que tenho reprisado tanto em minha mente.
Mas agora, estou aqui, no meio do mato com um homem que parece não se importar com nada do que aconteceu ontem.
- Eu não entendo porque isso mexe tanto com você? Quero dizer, o fato de eu ter vindo até aqui. - Ele diz.
- Porra, Alex. Você não é burro. Você está na porra do meio do nada, procurando uma mulher que só veio atrás de você por saber que você estaria comigo. Porque? Porque ela é doente e obcecada por você. Ela não suporta a ideia de que eu tenha a sua atenção e não ela. E cacete, você está aqui no meio de uma viagem que fizemos juntos em comemoração ao MEU ANIVERSÁRIO. - Despejo tudo de uma vez. - Eu ainda tenho sérias dúvidas de que este acidente seja real. Que ela realmente esteja aqui. Que isso não seja só um teatrinho para ter a sua atenção.
- Você está passando dos limites. - Ele avisa.
- Foda-se. Se eu tô falando isso, é porque eu te amo e me importo com você. E porque não quero que você caia na teia desta psicopata.
- O-que você disse?
- Que você não pode cair na dela...
- Não. Antes disso...
- Que me importo com você?
- Você disse que me ama...?
- Não. Eu disse que...
- Luna, eu ouvi claramente. Você disse que me ama...
- Tá. E se eu tiver dito? Já não tá mais do que óbvio isso? Puta que pariu, você é lerdo demais. Se tivesse a mesma ágilidade que tem na cama para pensar, menino, você seria perfeito.
O silêncio que se segue é constrangedor. Alex me segue por toda a trilha, tomando um gole de água a cada passo. Ele deve estar com muita cede e fome. Espero que ele não acabe com o nosso estoque de comida em um único dia.
Chegamos na caverna logo, e pelo sol que faz, tenho a sensação de ser quase cinco da tarde. Logo o sol se põe e ficaremos a mercê da noite.- Eu trouxe algumas cobertas. Comida. Água. E algumas coisas para sobrevivermos. Sabe-se la quantos dias durarão essa busca.
- Você não vai ficar aqui comigo. Agradeço a preocupação, mas não posso permitir.
- E quando foi que eu obedeci você? Meus pais não estão aqui, estamos incomunicáveis e você nem se quer sabe onde está. Eu só vou embora daqui com você.
- Você é insuportávelmente persistente as vezes.
- Com quem será que aprendi isso? - Digo tirando as cobertas da grande e pesada mochila.
Jogo uma grossa para ele e estendemos juntos no chão, lado a lado. O frio aqui pode ser insuportável então precisaremos nos manter próximos para ficarmos mais aquecidos. Pego uma terceira coberta e abro sobre as outras duas.
- Espero que seja suficiente. - Digo olhando para ele.
- Você pensou em tudo. - Ele diz baixo.
- Tive muito tempo entre estar morrendo de preocupações com você e fazendo minha mãe dormir.
- Ela não tem noção de onde você está, não é?
- Não. Mas, pensa pelo lado positivo. Logo ela manda a swat atrás de nós. Eles vão nos encontrar rapidinho e, se é que a Rory está por aqui, a ela também. - Digo sorrindo enquanto pego alguns sanduíches para nós.
Alex não diz nada, apenas sorri e desembala aquele lanche como se fosse a carne mais suculenta e ansiada do mundo. Qual foi a última vez que ele comeu?
Sinto vontade de perguntar, mas escolho por manter a paz entre nós e deixar com que ele mate sua fome com tranquilidade.Depois de comermos, Alex reacende a fogueira um pouco mais a frente de nós. Precisaremos de mais do que as lanternas para iluminar a noite. E o fogo nos ajudará a ficar mais aquecidos.
Depois de uma hora envolta da fogueira, transformando o peixe, que nem se quer tinha visto aqui antes, em algo "comivel", comemos mais uma vez antes de nos deitarmos.O vento frio, em contraste com a pedra gélida do chão, deixa a noite ainda mais insuportável. Me aproximo de Alex, deitando a cabeça em seu peito, e ele me abraça com força. Estamos com muito frio, mas estamos juntos. O calor dos nossos corpos nos manterá aquecidos de alguma forma.
***
Bom... Aí está!
Mais um capítulo.
Eu não tenho muito o que dizer a vocês hoje. Não sei o que dizer, na verdade. Assim como não sabia se conseguiria terminar este capítulo em algum momento.Poucas pessoas sabem que, Max e Luna são os nomes que meu marido e eu escolhemos para o nosso filho, se for menino ou menina.
Ainda não sabemos o sexo mas ja estamos de cabelo em pé com esse serzinho tão pequeno que está crescendo aqui dentro.
Minha gravidez tomou um rumo inesperado. O de entrar realmente em fase de risco. Meu coração está apertado demais e, pensar que meu bebê pode nunca crescer e ter aventuras como as que a Luna está tendo... ou sendo tão inteligente como o Max e os irmãos... me deixa muito aflita. Eu previso ter forças para mantê-lo aqui.
E, sinceramente, tem sido
muito difícil.Espero que coração que me perdoem pela demora e pelas vezes que isso poderá acontecer.
Estou dando o meu melhor para não deixar vocês na mão.Amo vocês
♡
VOCÊ ESTÁ LENDO
Permita-Me Sonhar - Livro III
Teen Fiction🥇#1 Em Zelo - 02/02/23🥇 Luna Price sempre foi uma menina extrovertida, curiosa e sonhadora. Agora, quase adulta, seus sonhos ganharam ainda mais forças, e ela, ainda mais determinação.