Alex e eu passamos a manhã na praia, fomos a um restaurante próximo para almoçar e em seguida, voltamos para esticar as pernas na areia. Essa cidade é realmente linda, faz jus ao que diz os folhetos turísticos daqui.
- Então... É aqui que você iria morar com a Rory?
- Não. Queríamos algo mais... tranquilo. Rio de Janeiro ainda é movimentado demais para nós.
- E quando estavam pensando em vir?
- Não é certo. Dependeria muito do que a empresa nos ofereceria. Por mais que ela queria formar uma família, eu não quero deixar de pilotar. Essa minha paixão exige muito tempo e eu não poderia ser presente na vida de uma criança. E se for para eu ter um filho, que eu esteja o mais presente possível .
- E você já cogitou a possibilidade?
- Sim... já cogitei. Mas não sei se quero tão cedo... ou se poderei tão tarde.
- Eu entendo. Eu quero tantas coisas agora, que não me imagino mãe tão cedo. Quero tirar oficialmente meu prevê, comprar meu próprio avião, abrir minha empresa, me tornar independente.
- São excelentes planos. Quero muito te ver conquistando cada um deles.
- E eu já te disse... Quero você ao meu lado em cada um desses momentos.
- E eu espero estar... - Ele diz é voltamos a ficar em silêncio por alguns minutos.
- Bom... não falei com minha mãe desde que saímos de casa... acho melhor eu ligar para ela e dizer que está tudo bem.
Alex concorda e diz que ficará exatamente onde está. Ele coloca seus óculos e se deita. Saio de perto devagar para ligar para casa. Espero que minha mãe não fique muita brava pelo valor da conta no fim do mês. Disco o numero e ela atende no terceiro toque.
- Filha, oi.
- Oi, mãe.
- Tudo bem? Como estão as coisas?
- Tudo bem. Alex e eu estamos nos divertindo bastante.
- Eu imagino que sim. Já estamos com saudades de você.
- É... eu também. - Digo um pouco baixo. - Estranhei você não ter me ligado. Achei que estaria... preocupada.
- Eu falei com o seu tio pelo menos umas cinco vezes desde que vocês saíram. - Ela diz. Isso explica muita coisa. - Ele me disse que vocês passariam um tempinho viajando e me garantiu que não iria te fazer pilotar muito tempo.
- Ele não deixou...
- Certo. Sabe o que seu pai e eu pensamos sobre você já pilotar... não quero ter nenhum motivo pra impedir que isso volte a acontecer.
- Não vai, mãe. Confia em mim. Eu sou boa no que faço... e, Alex... ele é um professor incrível. - Olho para Alex que está sentado enquanto uma mulher sorri descaradamente para ele enquanto conversam.
- Tá tudo bem mesmo? - Ela pergunta mais eu quase não escuto.
- An...hmm. - O que ele está fazendo? Por que não a afasta?
- Luna? Tá me ouvindo?
- Mãe. Tenho que ir. Nos falamos mais tarde.
Desligo o telefone e me aproximo dos dois devagar, observando atentamente a tentativa da loira de se aproximar dele mais do que deveria.
Limpo a garganta fazendo um barulho alto. Alex se vira pra mim e sorri. A loira, me olha de cima a baixo e volta a atenção a ele.- Então. Vai estar livre amanhã?
- Não, ele não vai. - respondo antes que ele tenha a chance de responder. - Nem amanhã, nem depois e nem na próxima semana.
- É... melhor eu ir... - ela diz.
- Melhor mesmo. - Digo e ela se levanta. Que ódio.
Quando a loira sai, Alex espera que ela se afaste e se vira para mim querendo uma explicação do que houve.
- O que houve? Porra Alex. Ou você é muito burro ou muito canalha.
- O que foi que eu fiz agora?
- Definitivamente... você é muito burro mesmo. Não é possível.
Começo a andar, deixando Alex para trás completamente confuso. A merda de tudo isso, é que não posso dizer nada a ele, e estou em um país desconhecido para mim. Não conheço nenhum outro lugar que não o hotel que estamos hospedados.
Felizmente me lembro que nele há um restaurante e um bar. Preciso comer ou beber algo.
A ideia de me embebedar por causa de um homem que nem se quer me vê como mulher é atormentadora e humilhante. Mas ao mesmo tempo, é a única coisa que me fará retomar o controle. Viemos para cá para que eu possa experimentar coisas novas. E é isso que eu vou fazer.
Se Alex pode sair para dar uma de galã comedor de bagabunda aleatórias, porque não me divertir também? Como ele bem disse, eu sou uma mulher... sei distinguir o certo do errado. Conheço bem os limites do que posso ou não fazer. Não sou como essas vagabundas que dão em cima do primeiro homem que encontram.
Subo para o quarto, tomo um bom banho, tirando toda a areia e a raiva do meu corpo. Visto um vestido preto justo no busto e rodado na cintura. Parece ter sido feito para mim, de tão perfeito que ficou em meu corpo. Solto meus cabelos e passo o mínimo de maquiagem que posso. Finalmente me sinto pronta. Pronta e confiante.
Desço para o bar e sento-me no balcão.- O que recomenda a alguém que acabou de brigar com uma pessoa importante, nunca bebeu mas está louca para encher a cara?
- Isso depende. Gosta de algo mais doce ou azedo?
- Azedo. Pra combinar com o espírito. - O barman sorri e me entrega uma bebida verde com uma rodela de limão no gargalo coberto de açúcar. Quando provo, sinto o gosto do álcool. É estranhamente bom e aquece meu estômago imediatamente. - O que é isso?
- Isso se chama caipirinha. - Ele diz. - É algo que os brasileiros gostam bastante. Basicamente limonada e vodca.
- Isso é bom. Trás mais uma pra mim, por favor. - Digo e ele sorri e logo volta com mais um copo.
Tomo um gole grande da bebida esverdeada mais uma vez. Como é que não tinha conhecimento disso ainda? É maravilhoso.
Logo depois de eu pedir meu terceiro copo, vejo Alex entrar no bar, obviamente me procurando. Reviro os olhos e abaixo a cabeça a encostando no balcão. Não quero ter que lidar com ele agora.
***
Opa! Oque será que vai rolar com esses dois depois dessa briga?JÁ ADIANTO QUE NÃO VOU DAR DICAS E NEM SPOILER!! kkk
Beijos 😚
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Permita-Me Sonhar - Livro III
Подростковая литература🥇#1 Em Zelo - 02/02/23🥇 Luna Price sempre foi uma menina extrovertida, curiosa e sonhadora. Agora, quase adulta, seus sonhos ganharam ainda mais forças, e ela, ainda mais determinação.