Epílogo

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- Estão nervosos? - Françoise diz, com um sotaque francês fofo. Ela e Mathieu aceitaram vir morar perto de nós, quando a noticia de que fomos aprovados, chegou.

- Eu, com certeza. Alex está fingindo que não. - Sorrio colocando tudo no carro. Nada pode sair errado agora. Nada.

- E seus pais? Onde estão?

- Vão nos encontrar lá. Minha mãe não aguentaria vir até aqui primeiro, mesmo que sem mim, nada possa ser feito.

- VAMOS! - Alex grita de dentro do carro. Rimos juntas e vamos até ele.

O trajeto todo é angustiante, de tanta ansiedade que todos nós sentimos. Afinal, foram anos nos preparando para isso e, agora que está ali, tão perto de nós, quase palpável... Acho que isso normaliza a nossa ansiedade quase exagerada.

Desço do carro com minha mãe praticamente colada na minha porta. Meu pai, está encostado no carro, segurando George em seu colo. Sophie vem me abraçar e fico feliz por ver minha irmã mais uma vez. Nós quatro moramos bem longe uns dos outros e, entendo porque os meninos não vieram... mas tê-la aqui hoje, me torna ainda mais especial.

- George cresceu tanto! - Digo a ela. - Ele não era um bebezinho até ontem?

- Era! - Ela diz gargalhando. - Ainda não consigo acreditar que logo, ele fará seis anos.

- Passa muito rápido. Isso é assustador. - Damos risada juntas, chegando até nosso pai. Dou um beijo nele e em George, que nem se mexe.

- LUNA!

- Tá bom... deixa eu ir logo antes que Alex exploda de ansiedade.

Ouvindo os sorrisos atras de mim, vou até ele correndo. Paramos juntos em frente a porta. Olhamos um para o outro e, de mãos dadas, entramos.

***

- Eles saíram. - Ouço um grito e vários sons de passos correndo em nossa direção.

- Shhhhhh! - Repreendi e todos riram. - Henri Price Beaumont, estes são seus avós, sua tia e seu priminho.

Ouviram sons manhosos assim que viram seu rostinho pela primeira vez. Um balbuciar antes de abrir os olhos, revelando os olhos negros como os de Henri. A claridade o fez piscar algumas vezes antes de despertar de vez e começar a chorar.

- E agora? O que eu faço? - Alex disse com o pequeno no colo. Todos riram.

- Calma, é só dar a mamadeira. - Disse rindo.

Em casa, todos queriam vê-lo e segurar um pouco. Henri foi o centro das atenções por um bom tempo. Estávamos todos fascinados em quão perfeito era aquela pessoinha.

Naquele momento, só o que eu conseguia pensar, era em tudo o que passamos para estar onde estávamos. Em quem nos tornamos e o que nos fez sermos como somos hoje. Relembrar toda a nossa história, por mais bagunçada e estranha que possa ser, é gratificante e divertido.

E assim, terminamos o dia, com Henri em nossos braços, relembrando historias - rindo de cada uma delas - e brincando sobre quais contaríamos ao bebê, quando chegasse a hora.

FIM.

Permita-Me Sonhar - Livro IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora