Capítulo Quarenta e Um

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Alex me segura em seus braços, me beijando com a intensidade que jamais tinha feito.
Meu lado sã, me alerta para não fazer isso... meu lado mulher, não quer ouvir a razão.

Ainda com um mínimo de consciência, tento me afastar de Alex, que continua a me prender em seus braços. Ele andou se exercitando? - Foco!

- Olha nos meus olhos. - Ele pede. Não obedeço. - Olha nos meus olhos, Luna.

Segurando meu queixo, ele faz com que eu o encare. Seus olhos estão puro fogo e lágrimas. Uma mistura de tesão e tristeza; raiva e dor... Algo que eu não sei distinguir muito bem.

- Eu não sou o melhor homem do mundo. Talvez, nem mesmo o melhor para você. - Seus olhos deixam escapar uma lagrima em meio a tremedeira de suas palavras - Talvez ele seja. Mas não suporto a ideia de ver você com ele. Ele era para ser o nosso escape. Era para ser a forma de não levantar suspeitas sobre nós.

- Justamente isso que tornou a gente mais distante... Com ele é tudo mais fácil. Posso sair de mãos dadas, posso beijá-lo, tocá-lo... E ele está lá do meu lado quando eu preciso. Está lá por mim.

- Não acha que esta o escolhendo por razões fúteis?

- Não, Alex. Para mim não é fútil que meu companheiro esteja ao meu lado quando preciso que ele esteja.

- Eu quero poder fazer isso. Quero mesmo... - Sinto a dor das palavras saindo por sua voz. Quero acreditar na sinceridade do que ele diz. Alex não mente para mim. Nunca precisou mentir para mim por razão nenhuma.

Eu o abraço com força. Quero que ele sinta o quanto eu o amo... Mas também quero que saiba que as atitudes dele são as que estão fazendo com que me perca.

- Alex... - Desta vez, é a minha voz que estremece. - Abre os olhos com a Rory. Não confie nela.

Com essas palavras, saio pela porta e vou embora. Dirijo o mais rápido que posso para longe dali. Para longe de onde minha angustia está.
Sinto que preciso de um lugar para esfriar a minha cabeça. Preciso que meus pais ou Henri não me vejam assim. Mas para onde vou? Qual lugar é seguro o suficiente para que eu possa descansar e pensar em todas as coisas, sem que alguém me interrompa?

Pego meu celular e ligo para Chloe. Ela tem sido tão amiga para todos nesses anos... espero poder contar com ela.

- Oi, meu amor.

- Tia... - Minha voz falha. - Eu preciso de um lugar...

- Tá tudo bem?

- Por favor, não alarma ninguém. Eu estou bem... só preciso saber para onde ir para pensar um pouco.

- Ah, entendo... - Ouço o som de seus saltos contra o piso. - Olha, que tal eu te mandar um endereço e você me esperar lá?

- Amo que queira me ajudar, mas preciso ficar sozinha.

- Sim, sim... Então te mando o endereço e te vejo lá em meia hora? Perfeito! Beijos.

Chloe desliga antes que eu pudesse dizer qualquer coisa. Tenho a impressão de que estava tentando despistar meu tio. Ela é boa.

Em alguns minutos, meu celular vibra com um endereço um pouco distante de minha casa - e da de Alex -, junto com o código de segurança do portão e da porta. Chloe eu te amo imensamente.

Sigo para lá com o auxilio do GPS. A única voz me impedindo de surtar nesse momento, é essa robô inexpressiva que está me guiando. No visor diz que estou há cerca de vinte minutos de distancia do meu destino. E esses vinte minutos passam voando.

As senhas funcionam perfeitamente. A casa esta perfeitamente arrumada e limpa, me fazendo questionar quem é que limpa isso daqui. Quem é que limpa todas as casas da família e as deixa prontas para o uso a qualquer momento.

Me jogo no sofá e sinto a gravidade me esmagar. Sinto o peso de toda a confusão que rodeia meus pensamentos, todas externalizadas e esmagando meu peito. Então faço o que toda pessoa faria nessa situação, choro. Como se cada lágrima que sai de dentro de mim fosse se juntar ao tecido do sofá e se levantar me dando a resposta que eu tanto tenho buscado. Alex ou Henri? Choro até minha cabeça doer e meu cérebro resolver desligar para que não exploda.

***

Alex entra em meu quarto usando nada mais que uma cueca box preta. Em sua mão, há um controle que deixa as luzes do ambiente em um tom vermelho sensual. Seu rosto fica quase invisível em meio a breve fumaça que surge pelo chão, mas seu sorriso... Ah, ele se destaca mesmo com baixa visibilidade.

Caminhando lentamente para perto de mim, passo a ouvir minha respiração mais forte que o normal. Com ela, ouço também meu coração que parece bater mais rápido e descompassado.

De trás dele, uma nova sombra surge. Posso reconhecer o formato daqueles cabelos presos de longe, Henri veste o mesmo que Alex. Quanto mais perto os sinto, mais alto minha respiração fica. Mais forte meu coração bate.

Meus dois amores chegam até mim ao mesmo tempo, ambos estendem a mão em uma sincronia surpreendente. Me levanto sem tocá-los.

Alex me puxa para perto dele e me beija; Henri atrás de mim, desabotoa minha calça e a tira de meu corpo. Alex separa nossos lábios para tirar minha camiseta enquanto Henri acaricia minha barriga, descendo a mão para dentro de minha calcinha. O toque frio de seus dedos causam um delicioso e torturador arrepio.

Alex foca sua atenção em meus seios, os chupando e apertando. Minha cabeça está apoiada no corpo de Henri, que acelera o movimento dos seus dedos, intercalando entre estimular e penetrar. Ouço sua respiração forte a medida que morde meu pescoço e segura minha garganta.

Henri tira sua mão de dentro de mim e Alex me pega em seu colo, me deitando na cama e tirando minha calcinha. Henri vai até onde Alex estava, segura minhas pernas e as deixa espaçadas e bem abertas frente a ele.

Noto que Alex saiu somente quando ele volta com uma tigela de gelo, estendendo um pequeno a Henri, que pega com a boca e o deixa derreter quase todo. Uma pequena pedrinha ainda em sua boca, fica presa entre seus lábios, que se abaixam para me torturar. A pedra na boca de Henri, passa por minha virilha, minha perna, meu clitóris, até chegar em meus lábios e, de alguma forma, penetrar em mim.
Seus lábios gélidos, me chupam com força, sua língua faz o trabalho de colocar a pedra de gelo ainda mais fundo dentro de mim. É delicioso.

Alex faz o mesmo, passando o gelo em meu corpo, dando mais atenção em meus seios e barriga. Os dois lugares que são impossíveis não sentir arrepio e tesão.

Me sinto vulnerável, mas amada e desejada. Totalmente fora de controle, mas plenamente satisfeita...

***

- LUNA! - Acordo com um grito chamando por meu nome. Ainda atordoada, tento entender o que está acontecendo. Assimilar a realidade com aquilo que acabo de sonhar.

- Porra. Ela ta aqui.

Duas vozes diferentes? O que ta acontecendo?

- Eu disse que estava ai, cacete. - Essa voz eu conheço. É da Chloe. - E disse para não irem atrás dela.

- O cacete que eu não viria. - Essa voz é do Alex. - Ela sumiu e acha que eu não viria?

- Ela não sumiu... - Henri? O que eles fazem juntos aqui?

- Não mesmo. - Chloe retruca. - Porra, qual o problema de vocês? Não sabem dar privacidade a uma mulher não?

- Não! - Alex diz e ouço o barulho da chamada finalizando.

Ainda não abri os olhos. Minha cabeça dói. Não quero abrir os olhos e ver os dois agora... Não depois de tudo o que acabei de presenciar em meu sonho... MERDA!

Permita-Me Sonhar - Livro IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora