Capítulo Cinco

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Alex e eu vamos conversando durante todo o tempo em que estamos no ar. Ele disse que conversar me animaria e reduziria o cansaço. Brincou dizendo ser essa a função do co-piloto. Acredito ter funcionado pois, quando vejo o tempo que estamos no ar, chegam a quase seis horas. 

Acreditem em mim quando digo que o tempo parece passar dez vezes mais rápido aqui em cima. E ter Alex como companhia de conversa deixa tudo ainda mais fácil.

-Certo, vamos pousar agora. - Ele diz. - Precisamos comer algo e dormir para chegarmos ao nosso destino amanhã cedo. 

- Certo. - Durante a nossa descida me pergunto por que de tanto suspense ao me dizer para onde vamos. A primeira coisa que me passa pela cabeça, é que meus pais deram um jeito de chegar ao destino antes de nós para planejar alguma surpresa. Seria a cara da minha mãe e da Chole fazer isso. A segunda, é que Alex nem se quer sabe para onde estamos indo. O que, para mim, é a mais provável. 

Repetimos a rotina da parada anterior, indo primeiramente ao restaurante e em seguida, para o hotel, onde dormimos e acordamos algumas horas depois para voltar ao avião e irmos finalmente ao nosso destino. Pilotamos por mais quatro horas até pousarmos sob um prédio enorme. Do alto dele, o sol brilha forte. O calor que faz aqui é intenso, algo que nunca vi em Londres ou Nova York antes. 

Alex desembarca e olha para mim sorridente enquanto pega de dentro do seu avião, uma bolsa diferente das que levávamos para o hotel. Pega sua carteira dentro dela, entregando algumas notas ao homem que nos recebe e acompanha ao quarto. 

Desconfiado, o homem pede a ele que o mostre a minha identidade. Mesmo afirmando sermos parentes, ele insiste que não pode deixar que nos hospedemos sem que eu mostre a minha identidade. Alex fica irritado e diz que nunca mais se hospedará aqui novamente e, antes que nos expulsem por algo bobo, entrego a ele o documento e em questão de segundos ele já foi embora, se desculpando novamente.

- Me desculpe, não queria que o dia começasse assim. - Alex diz. - Hoje era um dia que você poderia curtir sem nenhum problema.

- O que foi isso a final? E onde estamos? Por que exatamente estamos aqui?

-Estamos numa terra onde você pode fazer o tudo o que ainda não pode em Londres, ou em Nova York. Estamos no Brasil, bebê.

- Brasil...? Onde você pretende se mudar aos segredos? Viemos fazer o que aqui? Visitar sua casa com a Rory?

- Não, viemos para cá, pois aqui você é maior de idade e pode viver o quanto quiser e fazer o que bem entender.

- E por que me trouxe aqui? Sabe que meu pai surtaria se eu fizesse qualquer coisa que ele e as leis Inglesas desaprovem.

- Eu sou o causador do caos nessa família ha anos... Dificilmente farei algo que eles já não esperem que eu faça. Eles sabem que sou uma péssima influência. - Ele sorri. - Você já é uma mulher, Luna. Sabe distinguir o certo do errado. Sabe o que quer. Não vai ser um dia num novo país que vai mudar as coisas.

- Então... aqui posso fazer realmente o que eu quiser? E tudo ficará somente entre nós? - Mesmo parecendo uma simples e inocente pergunta, em minha cabeça, algumas coisas nada inocentes se passam. Me repreendo por poder ter este tipo de imagens em minha mente.

- Claro. Eu não diria a sua mãe que te deixei fazer tudo o que quisesse, nem mesmo se ela me torturasse. 

- Afinal, onde estamos? 

- Rio de Janeiro. O lar do Cristo Redentor e da praia lotada.

- E porque uma praia lotada?

- Por que aqui você não é ninguém. Eu não sou ninguém. Somos pessoas tão comuns quanto qualquer outro. O sobrenome Price não nos persegue aqui.

- Isso é bom. -  Sempre desejei saber como é poder viver como uma pessoa normal. Sem família importante, famosa e com holofotes em cima. Quando era só meu tio Noah, era tranquilo. Mas depois, Chloe apareceu em sua vida, alavancou sua empresa, abriu sua própria editora, ajudou minha mãe a se tornar uma das três estilistas mais famosas e bem sucedidas da Europa e fazendo meu pai um homem de sucesso. No geral, ele abriu uma agência de serviços "especiais", como ele diz. Ele treina homens para todo o tipo de ocasião. De motorista a espião. Nem é tão complicado assim, é só saber quais nomes dizer e a quem e você tem todas as informações que quiser.

Logo nos trocamos e descemos para a praia que fica bem em frente ao hotel. Alex recebe olhares da maioria das mulheres ao nosso redor. Eu, instintivamente, me agarro em seus braços e lanço um olhar mortal a cada uma que olha para ele. A última coisa que preciso agora, é de que ele encontre alguém aqui para se divertir e ela se tornar outra Rory.

- Vamos para o mar! - Grito em meio ao barulho. - Quem chegar por último paga  almoço. 

Começamos a correr em direção a água numa disputa boba. Alex segura meu calcanhar, me fazendo sair e rolar pela areia. Ele prende meu corpo debaixo do seu e olha profundamente em meus olhos, sorrindo daquela maneira que sempre faz para convencer qualquer pessoa a fazer o que quer. Aquele charme que só ele tem. Meus olhos se encontram com o dele e se perdem ali mesmo. Minha boca se entreabre e toco seu peito devagar. Ele se aproxima devagar, chegando perto do meu ouvido e diz:

- O almoço é por sua conta. 

Levo um tempo para entender o que aconteceu e normalizar a respiração que nem se quer notei que estava ofegante. Quando dou por mim, Alex está com o corpo completamente molhado, dando risada olhando em minha direção. Corro até ele que tenta fugir voltando para a água. Antes que possa escapar, pulo em suas costas e o abraço forte.

- Já que o almoço é meu... posso escolher o que quero comer? - Pergunto baixinho para que só ele escute.


***

SENTA QUE LÁ VEM BOMBAAAA!

LUNA TA BEEEM ATREVIDINHA, NÃO?!

ME DIGAM AI, O QUE ESTÃO ACHANDO DESSA OUSADIA E DESSA "PAIXÃO" PELO ALEX?

***

ATÉ O PRÓXIMO CAPITULO! :*

Permita-Me Sonhar - Livro IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora