Capítulo Trinta e Oito

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Montar um avião em miniatura, demanda tempo. Alex fica facilmente entretido em monta-lo até o final, nos dando tempo para colocar tudo o que precisamos pela casa.

Envio uma mensagem para meu pai, dizendo que ele pode começar sem problema. Tudo o que precisamos esta aqui dentro do quarto. A porta esta fechada, Rory esta na cama - fingindo não conseguir andar, diga-se de passagem -, Alex esta completamente focado.

- Amor? - Chego perto dele, sorrindo enquanto olho para Rory. - Posso te ajudar?

- Claro, vem aqui. - Ao invés de me sentar na cadeira ao lado dele, sento em seu colo, fazendo questão de que ele sinta minha bunda exatamente onde quero que ele sinta.

Sei que estou errada em fazer isso. Mas sei que Henri é maturo o suficiente para entender, afinal, assim como estou fazendo meu trabalho, ele faz o dele... e olha, eu sou capaz de entender o ciúme que ele pode sentir, porque quando o vejo atuando com outra mulher, tenho vontade de mata-la.

Foca Luna! Não perde o foco. Henri não pode ser seu foco agora, você precisa se concentrar no Alex. Ele pode ser capaz de terminar isso extremamente rápido e você precisa arrumar tempo.

- Aqui, essa peça vai aqui.

- Desse jeito?

- Isso. Só toma cuidado para que ela não fique torta.

- Estou tomando... Mas é difícil. - Olho para ele e faço beicinho. - Parecia mais fácil quando eu era criança.

- Isso porque você me passava as peças e eu montava. - Ele sorri. - E as vezes, eu segurava suas mãos para ajudar com as peças grandes.

- Então faz isso. É para ser como nos velhos tempos, não? E como fazer isso se você não está fazendo como nos velhos tempos?

- Tem razão...

Ao pegar minhas mãos para me ajudar com as peças pequenas, Alex foi praticamente forçado a me abraçar. Só consigo imaginar o quanto Rory deve estar mordida de ciúmes agora. E se for como estou imaginando, isso se torna mais divertido do que jamais foi.

- Agora só tem as peças pequenininhas, as de detalhe. - Ele procura por algo nas gavetas. - Merda, esqueci meu apoio para as mãos no outro quarto.

- E isso é realmente necessário? - Que merda! Será que meu pai já terminou?

- Eu preciso que minhas mãos fiquem mais altas sem que me doa o braço.

- Mas isso eu mesma resolvo. - Olho para ele e para a Rory, e sorrio.

Me debruço sobre a mesa, deixando minha bunda ainda em contato com o pau dele. A visão que ele tem agora, com certeza vai despertar algumas lembranças e, de quebra, vai deixar aquela vaca na cama dele, ainda com mais ódio.

Contenha-se querida. Você já perdeu. Perdeu no momento em que tentou nos afastar. Não sabe com quem você se meteu.

Alex não demora a ficar duro. Todas as vezes que ele termina de colocar uma pecinha e vai pegar outra, eu me mecho.

- Para quieta. - Diz ele segurando meu quadril pela terceira vez. - Você está me desconcentrando.

- Mas é difícil ficar nessa posição.

- Quer levantar?

- Não. Estou bem aqui. Facilitaria se você não estivesse tão duro, mas vou tentar me conter.

Ouço Rory resmungar. Alex parece ter lembrado que ela estava no quarto, pois ficou mais tenso. Ele encaixa a ultima peça e a coloca na mesa.

Antes que ele possa pensar em me tirar do colo dele, me sento de frente para ele e o abraço, olhando diretamente para ela que não tira os olhos de nós.

- Eu te amo! - Digo a ele. - Obrigada por compartilhar esse momento comigo.

- Você está bem? - Nesse momento, lágrimas surgem nos meus olhos.

- Eu vou ficar. Só é uma merda tudo isso.

- Isso o que?

- Você, Henri, eu e... ela. - Digo sendo sincera. - Eu sei que não posso exigir ou ficar brava com você por ela estar aqui, afinal, eu transei com o Henri.

- Eu fui um bosta com você várias vezes. Sou capaz de entender o porque fez aquilo. Mesmo que ver aquilo tenha me deixado extremamente enciumado. Eu fiz de tudo para te afastar de mim várias vezes.

- Me desculpa. - O abraço ainda mais forte. - Mas agora, você esta com a Rory...

- Não estou, não. Rory está aqui porque não tem mais ninguém.

- Alex... - Penso duas vezes em contar a ele qualquer coisa. - Olha o celular dela depois que eu sair daqui. - Sussurro em seu ouvido.

- Porque?

- Não confio nela. Algo me diz que ela pode querer se vingar e... sei lá, expor a gente.

- Ela não faria isso.

- Tudo bem... - Me levanto. Ajudo Alex a colocar o avião no suporte feito especialmente para ele e ficamos ali, admirando por poucos segundos, quando recebo uma mensagem do meu pai.

- Bom... Quando quiser me ver e... bom, sabe onde me encontrar.

Beijo os lábios dele devagar. Ando até a porta e, antes de a abrir, digo:

- Ah, Alex... Estou pensando em ir para uma das casas da família. Sabe me dizer qual é a mais próxima daqui?

- ÃNH ÃHN.... - Meu pai diz quando abro a porta. - Casa?

- É... Não vou morar com você e a mamãe a vida toda... Enfim, Alex, descobre e me fala. Beijos.

Saímos da casa e fomos embora. Em casa, tive que explicar pela milésima vez o porque disse aquilo sobre a casa.

- Eu já disse... Eu não vou morar com vocês a vida toda. E outra, só falei aquilo para irritar a Rory.

- Querido. - Minha mãe intervém. - Ela tem razão, não vai morar conosco para sempre. Hora ou outra ela vai sair de casa.

- Ela vai sair e vai viver sozinha?

- Prefere que eu vá morar com o Henri?

Nesse momento, jurava que os olhos do meu pai saltariam para fora. Minha mãe cai na gargalhada e eu saio, deixando ele puto, indo para o meu quarto onde, provavelmente, Henri está me esperando.

Permita-Me Sonhar - Livro IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora