Capítulo Vinte e Três

104 31 14
                                    

As semanas seguintes foram totalmente desgastantes, confusas e cheia de emoções. Alex sumiu, não entrou em contato desde que sai de sua casa. Eu também não o procurei.
Não negarei que sinto a falta dele, pois estaria mentindo a mim mesma e a quem ouvisse isso.

Uma semana após nosso "rompimento", eu adoeci. Meu estômago doia muito. Eu me sentia muito cansada e mal conseguia comer pois nada parava no meu estômago.

Henri e eu não nos desgrudamos fim de semana todinho. Meus pais (no caso, minha mãe) acreditou que a companhia dele me faria bem.
Ele deitou ao meu lado na cama, com as maos no peito e os cabelos espalhados para todos os lados, olhou para o teto e me perguntou o que de fato estava acontecendo. Estávamos sozinhos, eu estava angustiada e precisava desabafar.

Contei a ele tudo. Sobre a viagem, sobre Rory, sobre a busca, os meses seguintes... e sobre o termino. Contei o motivo dos meus pais não poderem saber do que se passava.
Mesmo com uma cara de quem me achava doida digna de uma casa de internação, Henri me ouviu pacientemente e disse que fiz o certo ao me afastar.

Na segunda semana, eu ainda não conseguia pensar em sair da cama. Nada me fazia ter ânimo. E isso se estendeu para a semana seguinte também. Eu já havia perdido muito peso. Henri e eu nos tornamos amigos e mantemos as aparências perto dos meus pais e irmãos.

Quanto a eles. Sophie voltou para Londres quando soube que estava doente. Nathan não pode vir, mas sempre me ligava. Max é um grude comigo até a chegada do Henri. Depois, ele se afasta e não me procura mais, até que ele vá embora. O que é estranho.

- Luna? - minha mãe bate na porta e entra. - Henri e eu estivemos conversando...

Merda! Será que ele deixou algo escapar?

- Nós resolvemos fazer algo que provavelmente vai te animar.

- Eu não contaria muito com isso. Mas me fala o que é.

- Henri precisa de novos personagens para fazer sua carreira deslanchar, e, se estiver tudo bem para você, seu pai e eu gostariamos de ajudá-lo. Mas com a condição de que não seja dificil para você.

- O que seria difícil?

- Queremos dar uma festa de "apresentação".

- Mãe! Essas coisas se fazem para debutantes. Ou para noivados... ah, não. Você não quer que eu fique noiva do Henri agora, né?

- Não. Não noiva. Mas pensamos de apresentá-lo como seu namorado, para que ele conheça produtores, diretores, autores... todos os tipos de profissionais e influentes que podem ajudá-lo.

- Quanto a isso, não me oponho. Quando será a festa?

- Na semana que vem. - Ela diz calmamente. Mesmo sendo pouco tempo para se organizar una festa estilo Price, sei que o sobrenome de peso fará com que ela consiga tudo até mesmo para hoje, se quiser. - Ha quanto tempo você e Henri estão juntos, mesmo?

- Um ano. - Digo tentando soar confiante.

- Foi o que ele disse.

- Então porque perguntou?

- Porque homens são homens. Seu pai ainda acha que você tem 10 anos... eles não são confiáveis com datas. E eu preciso saber para organizar tudo.

- Tudo bem.

Mais tarde, Henri chegou e contei a ele sobre a conversa com minha mãe. Ele me contou que eles conversaram e que ele contou que estava em busca de novos papeis mas que como ainda não o conhecem, é dificil conseguir uma contratação.

Fazia parte do nosso acordo ajudá-lo na carreira. Ele ja está em minha casa, a que o tio Noah deixou em meu nome. Todo mês, abasteço a dispensa com tudo o que é do melhor e do necessário. As vezes, até além. As contas da casa são descontadas automaticamente da Price's. Acordo feito com Noah para que pudesse tirar Henri do buraco em que morava. Todo mês, parte da mesada que eu ganho, vai para sua conta pessoal, faltava agora, cumprir com a última parte do nosso acordo e ajudá-lo com sua vida profissional.

E mesmo sem ânimo, no dia da festa, me levantei, coloquei meu melhor vestido. Me maqueei. Coloquei o melhor sorriso de "você consegue, vai lá", no rosto, e desci a sala de estar onde a festa estava começando.

Reporters, fotógrafos, influencers, diretores... todos os tipos de pessoa estavam lá para ver a mim e ao Henri.
Meu estômago embrulha só em pensar em falar para este tanto de gente. Definitivamente, Alex estava certo, eu não aguentaria a exposição se nosso "caso" vazasse.

Henri também desce as escadas, com uma camisa social, um colete e calças pretas justas, com um sapato que tornou o visual totalmente uniforme. Ele estava de se tirar o fôlego. Olhei para ele vindo em minha direção, sorri e estendi minha mão para que ele a pegasse.

Subimos ao palco que, por algum motivo, minha mae mandou colocar, e aguardamos como ela pediu. Até que então, Jhenny sobe e, como sempre sendo a rainha das festas, fez um enorme discurso de como estava contente por estarmos juntos e por eu ter encontrado uma boa pessoa, que nos desejava felicidades e que este relacionamento evolua cada vez mais.

Henri e eu fomos convidados ao centro do palco para tirarmos fotos, quando nos pediram a foto de um beijo.

Nos entreolhamos e, com uma segurança que não sei de onde tirei, o beijei, sendo retribuída por ele da maneira mais gentil possivel.

Quando terminamos o "beijo", olho para baixo, no palco, onde varios fotógrafos estão para que capturem uma boa foto, e vejo ele... no meio de todo mundo, olhando para nós...

- Alex? - sussurro...

Permita-Me Sonhar - Livro IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora