Capítulo Dezessete

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Não sei mais se contar sobre Alex a minha mãe foi uma boa ideia. Ela parece ainda tranquila sobre isso e mesmo que pareça que não se importa, sei que ela está tentando descobrir agora quem é. A prova disso? É a fúria com que Alex fala comigo agora!

- O que porra você tinha na cabeça?

- Eu tenho 18 anos, Alex. Acha que não seria nada estranho não começar a namorar nunca?

- Tinha que dar detalhes? Dizer que é mais velho e o caralho todo que você disse? Não podia dizer que era alguém da sua escola?

- Claro. Porque assim ela iria até lá para ver quem é e me veria sozinha para variar.

- Ela me perguntou se eu sabia de algo, Luna. Puta que pariu. Como eu vou dizer que não sabia sendo que ela sabe o quão próximos somos?

- E o que você disse?

- Que sabia sobre um cara. Mas que assim como ela, eu não tinha mais nenhuma outra informação.

- Ótimo. - Digo a fim de acabar de vez com a discussão que não vai levar a lugar nenhum. Isso não é um problema para nós. Somos Prices, isso é uma coisa fácil de se resolver e nós dois sabemos como... inclusive, conversamos sobre na caverna.
E para minha sorte, amanhã a noite, tem uma peça teatral amadora em um teatro próximo a minha escola. Tudo conspira para me ajudar.

Amanhã, vou até lá e procuro por algum homem na casa dos trinta, que quer muito ser famoso e precisa de uma grana fácil. O que vai ser moleza.

- Eu não quero brigar, Alex. Não tenho mais forças para discutir com você. Não depois de tudo o que aguentei até aqui. 

- Eu não te pedi para aguentar nada. Se você está aqui ainda, é porque quer.

- Quando você fala assim, a sensação que tenho é de que você não quer que eu fique por perto.

- Eu não disse isso, Luna. Eu disse que não obriguei você em momento algum a continuar do meu lado. Quem quis que toda essa merda começasse, para inicio de conversa, foi você. Você me disse que tudo ficaria bem e eu confiei em você. Confiei que você seria matura o suficiente para não jogar tudo no ventilador. 

- Eu não joguei nada, Alex. Que merda! Eu não mencionei nomes, não disse a minha mãe nada que a fizesse pensar que pudesse ser você. Ela te perguntou porque sabe que passamos bastante tempo juntos. Sabe que confio e conto tudo a você.

- Justamente por isso, deveria ter mantido a boca fechada. Não teria como eu não saber de nada estando o tempo todo com você e não tem como vocês sempre se encontrarem porque você está comigo o tempo todo!

- Alex, relaxa, ta bom? Eu sei o que estou fazendo. Sei que meus pais jamais vão desconfiar de nós dois. Além do mais, eu já tenho dezoito anos, seria mais do que estranho não ter me interessado por ninguém, estar totalmente vidrada no meu tio e em aviões. Eu não tenho mais doze anos. Naquela época poderia ser considerado normal, mas agora não.

- Eu espero não me arrepender, Luna. Não me faça me arrepende de ter cedido para você. Isso poderá acabar com a minha vida em fração de segundos. Não só com a minha. Eu já vivi muito, já curti inúmeras vezes e viva na mídia pelas merdas que fazia... mas você não. Você é jovem e ser marcada como a garota que transou com o próprio tio acabaria com qualquer chance que você poderia ter na vida. Nem mesmo nosso sobrenome poderia lidar com isso.

- Eu sei. sei de tudo o que você disse. Acha que tudo isso nunca passou pela minha cabeça? Mas e amo você, Alex. E estou disposta a correr este risco. Nós vamos dar um jeito de passar por isso. Já estamos indo bem há quanto tempo? Seis ou sete meses. Meus pais não desconfiam de nada. 

- E espero que continue assim.

- Você já disse isso. 

Irritada, cansada e com medo de recomeçarmos uma discussão, pego minha bolsa e saio pela porta da frente deixando Alex igualmente furioso atrás de mim. Preciso de um tempo longe dessa loucura para espairecer. Preciso colocar um ponto final neste medo dele e vou agora mesmo resolver isso.

Permita-Me Sonhar - Livro IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora