Capítulo Quarenta e Dois

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- Ela deve estar dormindo. - Henri diz se aproximando.

- Com a gritaria? Duvido. - Sinto um peso afundando o sofá. - Luna, abre os olhos.

Faço que não com a cabeça e a sinto doer. Merda. Tenho certeza que fechei os olhos com força demais... Se quem estiver ao meu lado for o Alex ele vai per...

- Ta com dor de cabeça? - Ele pergunta e imediatamente abre um de meus olhos. - Está vermelho, ela andou chorando.

- Chorando? - Henri parece confuso. - Você fez merda de novo?

- Merda? - Alex altera a voz. - Quem fez merda foi você. Quem não soube se colocar no lugar foi você.

- Falou o tio que teve um caso com a própria sobrinha.

- CHEGA! - Grito fazendo os dois calarem a boca. - Se forem brigar, façam isso longe de mim. Mas não me envolvam.

- Viu o que você fez? - Alex provoca.

- CALA A PORRA DA BOCA, ALEX. - Grito. Posso ver por uma fresta de olho, Henri sorrir. - Pode tirar essa merda de sorriso da cara também. Vocês dois me deixam doida.

- Não foi minha intenção, eu só estava preocupado. - Alex diz.

- Eu odeio ter nascido nessa família. Não posso ter um pingo de paz. Não posso sequer chorar em paz sem ter dois marmanjos na minha cola.

Me levanto do sofá sem olhar para eles. Vou até a cozinha e pego um copo d'água. Minha boca está seca. Começo a revirar os armários atras de qualquer coisa que eu possa comer. Estou mais faminta que o normal. Chorar me dá fome.

- Não tem comida. Você não avisou que viria e a casa não foi abastecida.

- Eu já notei, Alex. Não precisa ser tão óbvio assim.

Minha barriga ronca tão alto que faz minha cabeça doer ainda mais. Preciso comer.
Pego as chaves do carro e Alex logo me impede. EU QUERO COMER E NÃO QUERO ESTAR AQUI.

- Você não vai sair daqui assim. - Autoritário. - É perigoso demais. Você não está bem.

- Alex, não sou a única pessoa do mundo que já teve uma dor de cabeça depois de chorar e ficar horas sem comer. - Digo sarcástica.

- Já pedi comida. Relaxa. - Henri diz. - Enquanto vocês dois discutiam ai, eu pedi para trazerem.

- Pediu para quem?

- Taylor e Jhenny me deram contatos para o que eu precisasse. Não costumo usar, mas garanto que não vão se importar de trazer comida para a Luna.

- Obrigada! - Digo. - Mas já aviso que estou de péssimo humor e não vou falar um A até estar alimentada.

- Até as feras ficam calmas de barriga cheia! - Alex zomba e leva um soco no braço. Palhaço!

Michael não demorou a trazer lanches para todos. Trouxe também, refrigerante, doces e remédio para dor. Henri se preocupou em pedir tudo. Uma parte de mim, sabe que foi extremamente doce da parte dele pensar em tudo... outra, esta se preparando para a chuva de perguntas que vou receber assim que chegar em casa. Aliás... falando em casa, estou cogitando seriamente a me mudar para essa aqui. É longe dos meus pais, do Alex e perto da minha empresa. Além de estar vazia e ter um escritório enorme só para mim.

- Já comeu. Agora não vai escapar. - Alex praticamente me obriga a conversar sobre algo que eu sequer tenho ideia do que seja. - Porque veio para cá?

- Precisava de tempo e espaço.

- Pra decidir se quer se casar? - Henri pergunta.

- Também. - Não posso mentir para eles. - Em geral, para decidir o que eu quero da minha vida.

Permita-Me Sonhar - Livro IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora