Levantei atordoada, em meio aos arbustos e seus perfurantes espinhos.
- Eleanor! – exclamou Liam, puxando-me para fora do mato.
Pus a mão na cabeça e semicerrei os olhos, para acostumá-los à claridade.
- Oh, céus! Vejam como ela ficou! – disse Miss Marple, ordenando que algumas criadas ajudassem-me a andar. Liam, porém, dispensou a ajuda.
Eu não saberia dizer se o pesar de Miss Marple era graças aos meus ferimentos ou por eu ter arruinado seu longo trabalho de limpeza.
- Minha pele coça. – falei, observando a vermelhidão e algumas manchas de sangue formadas pelo contato com os espinhos. – Eu morri? – balbuciei comigo mesma, mas, ao ver a expressão zangada da governanta, descartei essa possibilidade.
- A águia chegou no momento exato, senhor! – comentou uma criada, animada.
Liam assentiu positivamente, sem prestar-lhe muita atenção. A mim, por outro lado, era destinada mais atenção do que eu estava acostumada a receber.
- Eu consigo andar, obrigada. – falei, desvencilhando-me de Liam. – A propósito, qual águia?
Liam olhou rapidamente para o céu azul e em seguida voltou sua atenção para mim.
- Raven, minha familiar. – ele explicou.
- Raven, tipo corvo? – questionei.
Ele sorriu levemente.
- É uma águia negra.
Assenti, em concordância, imaginando como seria essa tal águia negra. Provavelmente, como tudo nesse lugar, devia ser linda.
- Depois eu te apresento a Raven, mas primeiro cuide de si mesma. – acrescentou Liam, olhando de soslaio minhas feridas.
Após alguns segundos andando, minha coordenação motora já havia se reestabelecido. Quando finalmente chegamos ao meu quarto, Liam pediu que todos, exceto Miss Marple, saíssem.
Sentei na cama procurando rapidamente com os olhos o clube sete, mas não havia ninguém à vista.
- Vou ligar a banheira novamente. – anunciou Miss Marple, indo até o banheiro.
Liam estava em pé, com os braços cruzados, olhando o jardim, provavelmente se perguntando se minha procedência era um orfanato ou uma casa de recuperação psiquiátrica.
- Olha, Liam... – comecei, mas ele me interrompeu.
- Eu pensei que fôssemos amigos, Eleanor.
Engoli em seco.
- Amigos não mentem uns para os outros. – ele disse, após alguns segundos em silêncio.
Baixei a cabeça, levemente envergonhada. Não sabia nem por onde começar a explicá-lo tudo.
- Já podem sair debaixo da cama. – complementou Liam, ainda fitando o jardim.
Um por um, os membros do clube sete saíram de debaixo da cama, deixando-me atordoada.
- Então você sabia? – perguntei, encarando meus pés.
- Sim. – ele respondeu.
Ethan se espreguiçou naturalmente, tentando manter o orgulho após ter sido descoberto no esconderijo que, sem dúvidas, foi ideia sua.
- Eu disse pra nos escondermos na banheira. – falou Will, recebendo um olhar raivoso do amigo.
- Não! A velha anda por lá! – exclamou Noah, escondendo-se atrás de mim.
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Uma Trouxa em Hogwarts
FanficA pequena e curiosa Eleanor acaba indo parar, acidentalmente, no Expresso Hogwarts, o tão famoso trem no mundo bruxo que conduz os novos alunos a sua nova Escola de Magia e Bruxaria. O que será que acontece com ela quando percebem que a carta de con...