DCAT

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(Na multimídia, Izzie Simmons).

- Segura o gato!!! – exclamei, enquanto Izzie se decidia entre obedecer minha ordem e impedir Noah de matar o seu bicho de estimação.

- Solta elaaaaaaaaaa! – berrava Noah, sacudindo o gato tão forte que ele poderia vomitar a qualquer momento.

- Noah, calma! Vamos salvar a Gosmenta! – falei, correndo em direção ao gato, sem saber se realmente, a essa altura, haveria algo da rã que pudesse ser salvo além da pata direita. – Izzie, segura o corpo dele, eu vou enfiar minha mão dentro.

Izzie me lançou um olhar de nojo que ignorei, diante dos gritos estridentes de Noah que já havia acordado as outras garotas do dormitório.

Enfiei a mão dentro da goela do gato, esperando sentir a qualquer momento o vômito ácido entre os meus dedos, mas, felizmente, só o que senti foi algo pegajoso remexendo-se furiosamente em sua garganta.

- Achei ela! – puxei a Gosmenta, que pulou imediatamente para o colo de Noah assim que se livrou da morte.

Izzie abraçou seu gato, desculpando-se por ele. O gato nos lançava um olhar raivoso, por havermos interrompido sua refeição ou coisa do tipo.

- Eu quero dormir! – reclamou uma garota ao fundo, exigindo silêncio.

Reunimo-nos novamente em cima da cama de Noah – como Noah proibiu o gato de voltar a subir na sua cama, Izzie permaneceu sentada no chão, com ele entre os braços.

- Sinto muito, não sei o que deu nele. Ele nunca comeu nem um rato sequer! – explicou Izzie, acariciando Cansado.

Apesar das explicações da dona do meliante que tentou assassinar sua rã preciosa, Noah permaneceu emburrada com o gato.

- Acho que isso está relacionado ao que estávamos conversando mais cedo. Vocês não acham? – perguntei. – Quero dizer, tudo isso é muito estranho... se fosse só uma lesma raivosa ou um gato, seria uma coisa. Mas há várias pessoas reclamando sobre o comportamento dos pets recentemente.

- Agora que você falou sobre isso... realmente, você tem razão. E isso até explica o Cansado ter agido assim hoje. – falou Izzie.

- Nada justifica tentar devorar uma rã inocente. – cochichou Noah, pensando alto demais.

Izzie se encolheu um pouco.

- Vamos nos acalmar. – falei, mais pra Noah que para qualquer outra de nós. – Gosmenta está a salvo, e Cansado parece mais preocupado em tirar um cochilo agora que em matar outro animal.

Olhei para Cansado, que repousava inerte nos braços de Izzie – com o subir e descer do seu peito quebrando a monotonia da cena vez ou outra.

- E então? O que vamos fazer? – perguntou Izzie, tentando ignorar o olhar de raiva que Noah destinava ao seu gato.

- Esse é um caso... – respondi, mais animada do que provavelmente seria usual estar, num caso envolvendo pets enfurecidos e alguns quase assassinados. – para o Clube Sete!

As garotas concordaram e, sob muitas negações de Izzie ao pedido de Noah para sacrificar seu felino, fomos dormir.

Havia tanto para pensar essa noite. Mas, com o pensamento de contar o mais rápido possível ao Clube Sete sobre o nosso primeiro caso investigativo, adormeci.

O café da manhã do dia seguinte foi bem agitado. Vários alunos reclamavam do comportamento estranho dos seus pets e até falavam sobre processar a loja comum que fornecia ração a eles no Beco Diagonal.

Uma Trouxa em HogwartsOnde histórias criam vida. Descubra agora