Quadribol

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Todos os calouros, animados para o teste de Quadribol, posicionaram-se em fila para assinar seus nomes. Os primeiranistas que, assim como Will, Ethan e eu, tiveram a coragem de tentar uma vaga, eram pouquíssimos. Recebíamos, inclusive, alguns olhares de desaprovação.

Peguei o documento que eu precisava assinar e li atentamente.

'' Nenhuma fratura ou queda durante do exame é de responsabilidade do time de Quadribol. Os que a ele se submeterem, estejam cientes dos riscos físicos. Obs: Madame Pomfrey avisa, com antecedência, que uma superlotação na enfermaria é muito comum nessa época de testes.''

- Isso não é muito encorajador. – falei, por fim.

Suspirei, pensando se eu realmente havia feito a escolha certa. Pelo menos agora eu podia pensar livremente, sem lembrar a cada segundo que Mérida Snide estava bem ao meu lado. O diretor Dumbledore me desamarrou '' somente para a realização do teste'' pois, segundo ele, ainda enxergava muita tensão entre nós duas.

Gostaria de vê-lo tentar dormir com Snide tagarelando a noite inteira ao seu lado e acordar sem tensão alguma. Apesar do mau humor matinal de costume, eu estava motivada a entrar em algum clube ou time esportivo, a fim de conseguir me livrar de Snide.

Não havia como jogar Quadribol amarrada à ela. E se eu provasse que sou minimamente boa para entrar no time, ainda que na reserva, eu me veria livre dela de uma vez por todas.

- Tem razão. – disse Ethan, dando uma breve olhada ao redor. – Nós somos os únicos primeiranistas aqui. – constatou.

- E daí? Vai desistir? – brinquei.

- Claro que não! Serei, assim como meu pai, um artilheiro do time de Quadribol de Hogwarts! – falou, orgulhosamente lembrando-se do pai.

Eu também me orgulharia a todo o momento se tivesse um pai como o Sr. Sullivan. Ele era exatamente o tipo de pessoa para a qual se olha e conclui-se que se trata de uma figura paterna.

- Não sei não, cara. Acho que prefiro assistir à jogar Quadribol. – comentou Will, estremecendo levemente.

Parece que eu não era a única com receio de fracassar, afinal.

- Não seja covarde, Will. Você vai achar divertido, eu sei! – instigou Ethan.

- Bom, se você diz.

Olhando para seu rosto temeroso, o Will só veio fazer o teste por influência do Ethan. Eu não o julgo, afinal, eu faria exatamente a mesma coisa pela Noah. Perdi centenas de vezes para ela no xadrez e, mesmo assim, ela sempre me convencia a jogar novamente.

Creio que é o tipo de sacrifício que se faz por um amigo.

- Ok, por favor, vamos revisar o que vocês me ensinaram. – pedi, reunindo-os num canto mais afastado.

Olhando-nos desse jeito, parecíamos uma gangue de delinquentes primeiranistas.

- Artilheiro? – perguntou o Ethan, com as mãos nos joelhos.

- Hum... – pensei por um momento. – aquele que marca o gol?

Ethan quase saltitou de felicidade com meu acerto.

- Isso! E o batedor?

- Esse eu sei. É aquele que bate nos outros durante o jogo. É uma posição violenta, perfeita para você, Eleanor. – brincou Will.

Desferi um leve empurrão nele, carrancuda.

- Haha. – sorri, revirando os olhos.

- Não interrompa enquanto o mestre ensina a aluna! – advertiu Ethan, parecendo levar a sério o papel de professor.

Uma Trouxa em HogwartsOnde histórias criam vida. Descubra agora