Liana

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- Liana, onde você estava com a droga da cabeça quando trouxe ela pra cá?! – berrava uma voz feminina.

- E o que você queria que eu tivesse feito? Deixado ela lá pra morrer? Na mão deles? É sério?! – respondeu a outra.

Liana. Reconheci a voz como sendo a da garota da floresta. Então esse era o seu nome.

- Isso só pode ser brincadeira! – exclamou a garota.

- Débora, eu não fiz por mal.

- Claro que não, imagine só! Agora só precisamos aguardar ela acordar e destruir tudo por aqui, não é mesmo?! A Agnes já sabe disso?!

Liana suspirou.

- Minha mãe não sabe ainda. – respondeu.

- Claro que não sabe.

- Não vou discutir com você.

- Deveríamos matá-la. – Débora se aproximou do meu corpo, mas foi detida por Liana.

- O quê?!

- Vamos matá-la. – repetiu Débora. - Antes que ela nos mate.

- Nós nem sabemos se ela é perigosa! – exclamou Liana, fazendo a outra rir. – Olha, ela provavelmente nem conhece direito os próprios poderes.

- Não conhece?

Débora se aproximou, erguendo meu braço.

Eu sentia que meu corpo inteiro estava sob efeito de uma forte anestesia, então, apesar de parcialmente consciente, não conseguia sentir absolutamente nada – muito menos abrir os olhos.

- Olha isso aqui. – disse Débora. – Está cicatrizando bem rápido.

- Eu concordo que ela é bem forte... – Liana foi interrompida.

- Não me faça rir, Liana! Olhe só pra você! Ainda está sangrando da facada que levou. E veja ela, foi explodida e já está praticamente inteira novamente. – Débora se aproximou de Liana. – Eu estou avisando que ela é muito perigosa. Precisamos nos livrar dela imediatamente.

- Estou te avisando que não vamos tomar nenhuma decisão precipitada. – retorquiu Liana, irredutível.

Mesmo sem enxergar nada, eu conseguia sentir a tensão palpável entre as duas no ar.

- Merda de tradição que te fez líder aos dezesseis anos. – vociferou Débora.

- Aposto que você queria essa merda pra você. Ou estou errada?

- Ela tem dois guias. Você sabe o que isso significa. Se quer mantê-la aqui, ótimo. Mas saiba que estou totalmente contra isso.

Liana suspirou novamente, pondo as mãos na cintura. Ainda podia sentir a queimação da ferida que, pouco a pouco, se fechava em seu estômago.

- Sua reclamação está anotada. – desdenhou Liana.

Débora saiu da pequena tenda, furiosa, dando passos largos.

- Oh, mas que bicho te mordeu, hein?! – questionou um garoto no qual Débora esbarrou na saída.

- Acho que todos. – brincou Liana.

Ela sorriu ao ver o garoto entrar na tenda.

- Oi, Lucas. – cumprimentou Liana.

- Minha nossa! – ele exclamou, ao ver meu corpo. – Então era verdade... Agora entendo o porquê da Débora estar tão furiosa.

- Lucas...

- Sua mãe já sabe disso?

- Lucas!

Uma Trouxa em HogwartsOnde histórias criam vida. Descubra agora