Uma Sombra no Fim do Túnel

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- Certo, primeira tentativa, vamos lá. – disse Uriel, concentrando-se no feitiço.

Um pequeno jato de luz saiu da ponta de sua varinha e cruzou a corda, sem rompê-la. Ela soltou um bufo de frustração.

- Será que vocês já podem me desvendar? – perguntou Mérida, pela terceira vez. – Óbvio que eu reconheço a voz de vocês. Além disso, eu não vi o caminho até aqui.

Entreolhamo-nos por um momento, e resolvemos tirar sua venda.

- Finalmente. – disse ela, acostumando os olhos à pequena luz da varinha de August.

Seguimos o Will por trás de um dos quadros do quarto andar. O lugar era semelhante a um túnel de terra. Tentei não pensar muito na sensação claustrofóbica que ele transmitia, e foquei minha atenção totalmente em me livrar de Mérida o mais rápido possível.

- Não há outro modo? – perguntei à Uriel, que estava pensativa.

- Nós pesquisamos os mais comuns. Na verdade a utilização desse castigo em Hogwarts é bem raro e há poucos registros dele. – respondeu, Ethan, estreitando os olhos para me enxergar.

- Acho que você vai ter que dormir com uma cobra ao seu lado. – falou Noah.

- Depois conte como foi a experiência, para que eu publique no jornal da escola. – acrescentou Izzie, rapidamente.

Revirei os olhos para ela.

- Então você tá no jornal da escola, é? – questionou Will. – Por que não escreve uma matéria sobre mim?

- Porque preciso escrever algo que as pessoas vão querer ler. – retorquiu Izzie.

Rimos diante da cena. Não havia ninguém no grupo mais narcisista que o Will, e vê-lo tendo seu ponto fraco atingido era engraçado, porque poucos de nós conseguíamos fazer isso com tanta destreza quanto Izzie.

- Onde dá... o final? – indagou August, estremecendo levemente.

- O quê? Do túnel? Ah, em... – tapei a boca do Ethan rapidamente.

- Shhh! Lembre-se de que não estamos sozinhos, Ethan. – falei, balançando a cabeça em direção a Snide, que deu de ombros.

- Até parece que eu estou interessada em arruinar esse grupo de retardados. – disse Mérida, cruzando os braços.

Tive que deter Noah de voar no pescoço dela. Talvez eu, recentemente, não estivesse dando um exemplo tão bom quanto gostaria.

- Noah, calma. – pedi, esforçando-me para não rir.

Não posso negar que a cena de uma luta entre Noah e Mérida passou pela minha cabeça.

- Estamos nos desviando do objetivo. – relembrou Uriel, com a mão no queixo.

- Uriel tem razão. Ethan, a culpa é toda sua. – disse Will, imitando o gesto de Uriel.

- Minha?! Eu por que se eu não fiz nada? – questionou Ethan, dando um empurrão leve no amigo.

- Acontece que quase tudo é culpa sua mesmo. – acrescentou Izzie, provocando-o.

Ethan a lançou um olhar desafiador.

- Chega! – gritei, fazendo minha voz reverberar pelo túnel.

- Só um aviso... o túnel não é à prova de som, então se o Filch estiver passando por aí, ele pode ouvir. Ou seu gato. – esclareceu Uriel.

- Odeio aquele gato. – falou Noah, alisando Gosmenta.

- Perdão. Mas é difícil manter a compostura diante de tantas... argh! – respirei fundo antes de prosseguir. – Vocês estão esquecendo do problema que viemos tentar resolver!

Uma Trouxa em HogwartsOnde histórias criam vida. Descubra agora