Alvo Dumbledore

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Madame Pomfrey ergueu uma das sobrancelhas ao me ver entrar na enfermaria, pela segunda vez em menos de uma semana.

- Se continuar assim, vai bater um recorde. - comentou, pondo as luvas, enquanto ajudava Noah e eu a nos deitar nas macas. - Hagrid? - olhou para o grandalhão que acenou para que ela se aproximasse dele.

Madame Pomfrey ergueu-se lentamente e caminhou até ele. Ambos começaram a conversar baixo no corredor. Os olhares discretos vez ou outra da madame em nossa direção, repletos de piedade, fizeram-me ter a plena certeza de que Hagrid explicava nossa miserável condição de saúde.

- Foi incrível voar na motocicleta de Hagrid, não foi?! - comentou Noah, animada, olhando pra mim.

- Sim! - apesar de realmente ter gostado do passeio noturno, não consegui disfarçar a leve tristeza na minha voz, causada pelos últimos acontecimentos.

- Eleanor, eu vou te contar tudo que você quiser saber. Então não fique triste, ok?

- Eu sei, Noah. - respondi, sem muito ânimo.

- Então o que é?

- É só que... - sentei na cama para olhar pra ela. - e se meus pais forem mesmo criminosos? Eu ainda vou querer encontrá-los?

Noah ponderou por um segundo.

- Só quem pode decidir isso é você. Eu ainda quero encontrar meus pais.

- Mesmo que eles sejam mesmo idiotas? - sorrimos levemente, lembrando da fala da víbora.

- Mesmo que eles sejam idiotas. - Noah brincou. - Ainda são meus pais, né?

Balancei a cabeça levemente, em concordância.

Madame Pomfrey e Hagrid retornaram do corredor.

- Meninas, por essa noite eu acho melhor que vocês fiquem aqui, na enfermaria. Bem, vocês sabem, fazer uma revisão geral, esse tipo de coisa. Amanhã pela manhã iremos... hum, a um lugar, então estejam prontas. - disse o grandão.

- Mas a nossa bagagem... - lembrei-me.

- Não se preocupem com isso, elas estarão aqui pela manhã! - assegurou.

- Tudo bem, obrigada, Hagrid! - agradeceu Noah.

- E as outras crianças? O que vai acontecer com elas agora? - perguntei.

- Elas ficarão bem, sob uma nova direção que não é criminosa. - respondeu Hagrid e sorri, aliviada. - Eu sei que vocês estão com muitas coisas na cabeça, mas... - ele refletiu por um momento, escolhendo as melhores palavras. - enfim, só tentem não pensar muito nisso. Descansem bem, amanhã é um novo dia!

Noah e eu nos despedimos de Hagrid, e madame Pomfrey passou uma espécie de unguento sobre nossos cortes, além de examinar cuidadosamente cada parte dos nossos corpos. Apesar de não falar quase nada, madame Pomfrey transmitia uma espécie de tranquilidade típica de uma enfermeira, então, mesmo que ela pusesse uma rã - como agora, por exemplo - em cima de nossas cabeças, não sentíamos necessidade de questionar.

- Rãs são anfíbios muito bons em captar variações térmicas. - explicou-me Noah, alegre.

- Correto. - respondeu madame Pomfrey. - Essas, em específico, são extremamente venenosas também.

Observei a cor da rã na testa de Noah, era de um vermelho brilhante. Com horror, lembrei-me de um livro que dizia que as espécies de rãs mais venenosas eram de cores extremamente chamativas. Notando com uma satisfação sádica nosso olhar de pânico, madame Pomfrey explicou:

Uma Trouxa em HogwartsOnde histórias criam vida. Descubra agora