- Após analisar minuciosamente cada um dos... trabalhos, – Snape falou, um tom nítido de desprezo em sua voz. – percebi que essa turma, talvez, não seja completamente incompetente.
Suspiramos, aliviados. Diante do que Snape normalmente falaria, isso foi um elogio.
- Quero ressaltar, entretanto, uma Poção que se destacou das demais por sua... inovação. – lentamente, ele caminhou em direção a mim, que senti meu coração disparar. – Srta. Foster conseguiu realizar algo que nem mesmo os mais renomados mestres de poções puderam fazer. Uma Poção para Curar Furúnculos feito à base de ervas venenosas.
Engoli em seco.
- Ela, claro, uma vez que nem eu pude recriar a Poção, irá demonstrar a toda turma como conseguiu tal feito. Estou disposto a recompensá-la com vinte pontos para sua casa se, e somente se, ela puder recriá-la com perfeição. – acrescentou, lançando-me um leve olhar de descrédito.
Ele com certeza sabia que minha Poção era fruto de uma junção de aleatoriedades mágicas. Senti todos os olhos da turma voltando-se para mim, a maioria curiosos. O que aconteceria se eu não pudesse recriar a poção? Quis perguntar a Snape, mas com certeza não era uma boa ideia fazer isso.
Noah olhou pra mim, animada.
- Eleanor, é sua chance de recuperar os pontos perdidos! – disse, quase saltitando de felicidade.
Lancei à Noah o melhor olhar de '' pelo amor de Deus me ajuda'' que pude, mas ela não tinha facilidade em captar expressões faciais, então era o meu fim.
- Srta. Foster, por favor. – pediu Snape, tão gentilmente que desconfiei.
Lentamente me movi em direção a ele, onde geralmente Snape preparava suas poções diante de nós. Ele com certeza iria fazer algo terrível se eu não acertasse essa poção. O pior é que eu não lembrava de absolutamente nada.
- Lembre que primeiro você tem que... – começou Ethan, mas Snape o interrompeu, erguendo a mão direita.
- Eu tenho certeza que a Srta. Foster tem todos os ingredientes decorados em sua mente... brilhante. – ele disse, claramente sendo sarcástico.
Mérida Snide provavelmente também notou o tremendo desastre que eu estava prestes a cometer, e dispôs-se a lançar-me olhares de desafio e zombaria.
Suspirei profundamente.
Snape afastou-se de mim, erguendo uma das sobrancelhas enquanto me observava. Ao olhar para a turma, noto Liam balançando um pedaço de papel. Confusa, tento entender o que ele quer dizer e então, subitamente, recordo da lista de ingredientes que ele me entregou.
'' Vai precisar.'' Foi o que ele disse! Mas como ele sabia? Enfim, não há tempo para isso agora. Agradeço-o rapidamente com a cabeça e enfio a mão no bolso do uniforme, torcendo para que, mesmo após tantos acontecimentos fatídicos, o papel ainda esteja lá. Para minha imensa felicidade, está.
Primeiro, pego a erva '' Actaea'' de um pote, enquanto sinto absolutamente todos os olhares voltados pra mim. Lembro dessa erva porque foi ela que despertou em mim a mais vil das coceiras, não haveria de esquecê-la tão facilmente. Moo-a sob o meu pilão e hesito em seguir para a próxima parte.
- Algum problema, Srta. Foster? – pergunta Snape, um leve olhar de satisfação estampado em seu rosto.
- Eu... – provavelmente vou me arrepender disso. – tenho, huh, um ingrediente um pouco estranho pra fazer a erva soltar o sulco.
- Prossiga.
Cuspo na erva, o que faz todos soltarem uma pequena exclamação de nojo. Snape permanece impassível, o que talvez seja um sinal de que tenha sentido tanto nojo que sequer conseguiu expressá-lo.
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Uma Trouxa em Hogwarts
FanfictionA pequena e curiosa Eleanor acaba indo parar, acidentalmente, no Expresso Hogwarts, o tão famoso trem no mundo bruxo que conduz os novos alunos a sua nova Escola de Magia e Bruxaria. O que será que acontece com ela quando percebem que a carta de con...