- Se encostar nela serei obrigado a transformá-la em algo menos louvável que uma rã, madame Foster. – disse o vovô, serenamente.
Minha cabeça ainda rodava quando levantei da cadeira ouvindo resmungos do Chapéu Seletor. Noah estava ao meu lado, fitando com visível ódio a bruxa – no sentido mais pejorativo da palavra.
- Mas.... ela.... é um ultraje! – berrou a velha, cerrando os punhos com tanta força que seus dedos ficaram esbranquiçados.
- Professora McGonagall, queira ter a bondade de dar prosseguimento à seleção. – a respeitável senhora acenou com a cabeça, pondo-se à frente do Chapéu Seletor.
- Muito bem, vamos continuar... Liam Blackwood! – convocou Minerva.
Não fosse a situação, eu teria parado para observá-lo, contemplar sua beleza era algo que deveria ser feito devagar – pensei. Liam Blackwood era simplesmente lindo; seus cabelos loiros escuros, olhos que pareciam de um dourado profundo, encantariam qualquer pessoa no mundo. Sua pele era pálida – não o suficiente para parecer um tipo de vampiro, ou para retirar de sua pele o aspecto de saúde, mas sim ressaltava seu exotismo.
Aparentemente todas as outras garotas primeiranistas – e até algumas mais velhas, pensaram a mesma coisa, pois rapidamente esqueceram toda cena que madame Foster criou e concentraram-se em admirá-lo.
Enquanto eu seguia Dumbledore, aparada por uma visivelmente perturbada Noah, nossos olhares se cruzaram por um milésimo de segundo, seu rosto inexpressivo. Foi o suficiente para que eu o definisse como uma espécie de príncipe. Pelo seu modo de andar e porte, ele com certeza era de uma família muito importante. – um garoto como ele provavelmente comia todos os dias, com certeza, mais de três vezes ao dia.
Ainda olhava para Liam – com simultânea admiração e inveja. - quando, bruscamente, colidi contra a borda da grande e pesada porta de madeira. Ouvi risos de alguns alunos que estavam prestando atenção no meu acidente lamentável, causado, sobretudo, pela minha desatenção e visível falta de coordenação motora.
Limpei um pouco de sangue que escorreu do nariz quando finalmente estávamos no corredor.
- Oh, não, você está bem? – perguntou o vovô, aproximando-se tão subitamente que dei um passo para trás, alarmada.
- Uh, eu sinto muito. – eu disse, lembrando-me da raiva que madame Foster tinha com crianças de nariz escorrendo.
- Está se desculpando por sangrar?
- Eu... – não havia pensado dessa forma. – acho que sim. – sorri, sem graça.
- Hagrid, poderia levá-la até a enfermaria, por favor? – pediu e madame Foster resmungou alguns insultos.
- Não precisa, eu estou bem, de verd... – fui interrompida por Noah.
- Muito obrigada, senhor Diretor! Iremos imediatamente tratar a hemorragia dela. – disse, arrastando-me à frente do homem gigante.
Não tive muito tempo pra pensar no que dizer, então evitei encará-lo o máximo que pude, até que foi inevitável não falar com ele, quando Noah saiu da enfermaria para buscar água para nós duas.
- Senhor... – comecei, mas ele me interrompeu, levantando uma das enormes mãos.
- Meu nome é Rúbeo Hagrid. Só Hagrid está de bom grado. – disse, sorridente.
Talvez ele estivesse contente por haver finalmente achado a ladra do seu diamante, era difícil dizer.
- Hagrid, então. Eu... hum, - eu tentava forçar minha mente a trabalhar e pensar no que falar, mas era muito difícil pra mim reagir sob pressão. Eu normalmente paralisava, como agora.
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Uma Trouxa em Hogwarts
Fiksi PenggemarA pequena e curiosa Eleanor acaba indo parar, acidentalmente, no Expresso Hogwarts, o tão famoso trem no mundo bruxo que conduz os novos alunos a sua nova Escola de Magia e Bruxaria. O que será que acontece com ela quando percebem que a carta de con...