(Na multimídia, o ilustre Alfredo).
- Hagrid, talvez eu possa beber nisso. – sugere Will, segurando um crânio.
Uma vez que ele não recebia muitas visitas, não havia muitos copos na cabana de Hagrid.
- Não, deixe isso aí. Esse é o Alfredo, um amigo que morreu durante a guerra. – respondeu Hagrid, servindo-nos chá.
Will largou o crânio, limpando a mão freneticamente logo em seguida. Hagrid gargalhou.
- Estou brincando, garoto! Pode pegar, é de mentira.
Will disse que perdeu a vontade de tomar chá e que estava bem assim. Todos rimos do seu medo infundamentado.
- Não tem nada demais, Will, veja! – diz Ethan, pegando o crânio para beber chá nele. – É falso.
- Ou talvez ele queira que você acredite nisso. – falou Noah, com um saco de polvilho na mão.
Gosmenta refestelava-se na cabana, pulando de um lado para o outro, sendo alimentada com um biscoito ocasional oferecido por Noah.
- É claro que ele não me faria beber chá no crânio de um desconhecido morto. Faria, Hagrid? – perguntou Ethan, rindo nervosamente.
Hagrid olhou para ele seriamente.
- O Alfredo não ligaria, de qualquer forma. – comentou o grandalhão, fazendo o Ethan largar o crânio imediatamente.
Hagrid gargalhou novamente.
- Vocês são tão bobos. Como é possível que acreditem nisso? – zombei.
- Se você é tão corajosa, por que não bebe no crânio você? – desafiou Ethan.
Lancei a ele um olhar desdenhoso.
- Claro que bebo. Não é nada demais. – agarrei o crânio e o aproximei de Hagrid, que segurava o bule de chá. – Pode servir, Hagrid.
Ele me encarou por alguns segundos e em seguida encheu a cavidade craniana. Bebi tudo num só gole.
- O chá inglês é decididamente o melhor! – comentei, lançando aos demais um olhar curioso para observar as expressões diante de minha demonstração de coragem.
Will e Ethan se curvaram levemente, falando, em uníssono:
- Nos ensine, mestre!
- Talvez. - retruquei, com falsa soberba e todos caíram no riso.
Meu estômago revirou-se por um momento, emitindo um ruído alto que captou a atenção de todos.
- Algum problema, mestre? – pergunta Uriel cinicamente, bebericando seu chá.
- Não. Eu só... acho que comi rápido demais no jantar. – respondi, evitando o olhar especulativo de Hagrid.
Seria muito vergonhoso ter que admitir que a razão pela qual eu comia rápido demais era graças à pouca disponibilidade de comida no orfanato. Meu cérebro ainda não processou totalmente que agora eu comeria todos os dias – e o melhor de tudo, três vezes!
- Já que todos estão aqui, eu acho que você pode começar, Eleanor. – disse Uriel.
Percebi, em seu tom de voz, a urgência com a qual ela queria saber o motivo de minhas recentes atitudes e comportamento. Eu não a culpava, afinal, eu estava sendo bastante rude com todos.
- Certo. – olhei para Hagrid que, tendo a cabeça apoiada na mão direita, observava tudo com atenção. Ele parecia feliz por nos receber ali.
Limpei a garganta. Ser o centro das atenções quando a minha vida ou a de Noah não dependia disso não era exatamente uma coisa fácil pra mim.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Uma Trouxa em Hogwarts
FanficA pequena e curiosa Eleanor acaba indo parar, acidentalmente, no Expresso Hogwarts, o tão famoso trem no mundo bruxo que conduz os novos alunos a sua nova Escola de Magia e Bruxaria. O que será que acontece com ela quando percebem que a carta de con...