O Clube dos Sete

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(Na multimídia, nossa querida Eleanor).

Fitei Ethan, confusa.

- Do que você está falando? – perguntei e um silêncio mórbido apossou-se da cabana.

Somente os '' croac!'' ocasionais de Gosmenta quebravam a tensão do momento.

- Deve estar louco. – disse Uriel, finalmente rompendo a quietude.

- Eu não estou louco. – assegurou Ethan, irritado.

- Bem, então é melhor se explicar logo. – apressei-o.

Hagrid moveu-se preguiçosamente até sua velha lareira e pôs-se a fazer mais um bule de chá. Noah correu para ajudá-lo, perguntando se ele possuía os ingredientes necessários pra fazer polvilho.

- Bem, - ele começou. – a família dele faz parte da elite do mundo bruxo.

- Elite do mundo bruxo? – arqueei uma das sobrancelhas. Acho que, após tanto observá-lo, eu começava a mimetizar Snape.

No mundo bruxo, onde as pessoas eram muito mais julgadas pela ascendência e classe social, eu me perguntava o quão ruim poderia significar ser parte de uma '' elite''.

- Eles mandam em quase tudo do mundo bruxo, Gringots, Profeta Diário, Ministério da Magia. São as famílias mais antigas e influentes desde, tipo, sempre. – explicou Izzie, uma faísca de cobiça cruzando seu olhar.

- Hum, entendo. – falei. – Mas até aí tudo bem. – Ethan olhou-me, indignado. – Quer dizer, não há nenhum crime em ser rico.

Ele sorriu, sarcástico.

- Você é muito inocente, Eleanor. – falou.

- E você faz muitos rodeios, Ethan. – retorqui.

- As pessoas da elite, - ele disse, entredentes. – não são confiáveis.

- Você conhece toda a elite? Estou deveras impressionada.

Ele bufou, impaciente.

- O que estou querendo dizer é que a elite só se importa com seu próprio nariz. Eles jogam sujo, Eleanor.

Refleti por um momento. Bem, até certo ponto eu entendia o conceito de só se importar com seu próprio nariz, pois aprendi, no orfanato, a só me importar com Noah e comigo mesma. Mas era uma questão de sobrevivência, não de manutenção da hierarquia social.

- Tá, mas onde Liam Blackwood entra nisso? – perguntei, após um tempo.

- Onde ele entra?! Ele é um Blackwood! É um deles! – exclamou Ethan.

- E você também era, Ethan. – disse Will.

Ethan o encarou tão furiosamente que eu tive pena do que Will teria que ouvir dele depois, por haver solto uma informação, muito provavelmente, indevida.

- Ora, ora. – eu disse, cruzando os braços e fitando Ethan.

- Você não está com inveja? – sugeriu Uriel.

- Eu, com inveja daquele imbecil? Por favor! – negou Ethan, com veemência.

Hagrid voltou com o chá, acertadamente de camomila.

- Calma, calma, crianças. Bebam um pouco de chá. Essa geração de vocês... – Hagrid jogou-se pesadamente sobre sua poltrona gasta.

Observei a cabana de Hagrid novamente. O grandalhão é muito hospitaleiro, o que traz à sua pequena casa uma sensação incrível de hospitalidade. O espaço não era muito grande, e eu gostava disso, era reconfortante ter um lugar para nos reunirmos fora de Hogwarts – bem, não exatamente fora.

Uma Trouxa em HogwartsOnde histórias criam vida. Descubra agora