Visgo do Diabo

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(Na multimídia, uma espécime de visgo do diabo).

Após o que pareceu uma eternidade – a teoria da relatividade de Einstein mais uma vez provando-se verídica. – eu havia finalmente entendido o porquê do nome dessa planta. Era realmente diabólica! Quanto mais eu tentava me soltar, mais presa e enroscada eu ficava. Parecia uma espécie de areia movediça em forma de planta.

Em breve eu não seria mais capaz de me mover, – e esse pensamento me deixava ainda mais em pânico. – apesar disso, tentei manter a calma e pensar racionalmente. Nessas horas eu normalmente me perguntava o que Noah faria em meu lugar, mas isso simplesmente não funcionava. Uma coisa era essa pergunta quando eu estava em apuros no orfanato – outra, aqui.

Eu sentia o ar ficando cada vez mais escasso – ou talvez fosse um dos '' tentáculos'' da planta apertando meu estômago e pulmões. De qualquer forma, eu estava encrencada, e eu sabia – não sei como, mas sabia. – que gritar só pioraria tudo. A planta talvez ficasse ainda mais agitada e começasse a me estrangular ainda mais.

Respire fundo, Eleanor. Acalme-se. Pense.

É isso!

- Lumus! – disse, fazendo o feitiço funcionar.

A despeito da miserável situação na qual eu me encontrava, eu estava muito feliz por finalmente poder ter feito um feitiço, o meu primeiro de muitos. Mas, para minha total desgraça, o lumus realmente pareceu funcionar bem contra o Visgo do Diabo – tanto, que a planta começou a tentar atacar minha varinha com seus tentáculos, impedida somente pela sua ponta, agora luminosa.

Consegui soltar rapidamente minha mão direita que segurava a varinha e a usei contra os tentáculos que estrangulavam minha outra mão. Infelizmente, cada investida que eu dava contra os tentáculos, era uma pontada de dor a mais, e um pouco de ar a menos. Quando consegui libertar a mão esquerda, concentrei toda minha atenção em libertar meu estômago.

A planta estava muito agarrada ao meu tórax, então foi muito difícil pra mim tentar não desmaiar com a falta de oxigênio e me manter atacando os tentáculos. Após alguns segundos, finalmente eu pude afrouxar um pouco deles e respirar. Mas a breve pausa não poderia tomar muito mais tempo, pois eu lembrava continuamente das palavras do professor Flitwick, '' é uma planta extremamente perigosa''. Certamente o Visgo acabaria me matando se eu ficasse aqui.

Um pensamento do porquê manteriam uma planta tão terrível dentro de uma das salas passou rapidamente pela minha mente, mas preferi me concentrar na '' batalha'', ou o que quer que aquilo fosse. Abaixei pra tentar libertar meus pés e o Visgo agarrou novamente meu braço esquerdo. A essa altura eu já não estava mais com medo da planta, e sim raiva.

- Mas que diabos! Me deixe em paz! – berrei, a plenos pulmões, o que pareceu enfurecer mais ainda a planta, que estrangulou minha mão mais forte ainda. Gritei de dor.

Bati furiosamente a varinha iluminada contra a planta, que cedeu e liberou minha mão esquerda. Sorri sadicamente diante da breve vitória, apesar de sentir minha mão dormente. O Visgo agarrou minha mão direita, que possuía a varinha, imobilizando-me. Também voltou a agarrar meu tórax. Usei a mão esquerda pra tentar alcançar a varinha, mas foi inútil.

E então lá estava eu, de volta à estaca zero. Só restava uma última opção desesperada.

- Socorro! – berrei, com toda força que me restava. – Alguém me ajuda, por favor!

Eu sabia que seria o meu fim. Todos os alunos – ou, pelo menos, a maioria deles. – estavam no Salão Principal agora, almoçando. Ninguém ia me ouvir.

Algumas lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto – de raiva e dor. Senti os ossos da minha mão esquerda e costelas estalando, e a dor era excruciante. Urrei de dor. Eu podia sentir os ossos do meu tórax perfurando a minha carne – não era uma sensação agradável. Em breve eu estaria morta se não fizesse algo, mas em meio à dor era muito difícil pensar adequadamente.

Uma Trouxa em HogwartsOnde histórias criam vida. Descubra agora