Cansado

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Um dia após o acidente envolvendo o Will, eu ainda me sentia terrivelmente culpada pelo ocorrido. Apesar de suas alegações que não havia sido nada mais que alguns ossos quebrados.

- Eleanor, pare de fazer essa cara de bezerro desvelado. – disse o Will, sorridente, à mesa do café da manhã.

Suspirei profundamente, enquanto mexia, desinteressada, no mingau. Normalmente eu protestaria pelo apelido, mas no momento a culpa consumia-me.

- Ele tem razão, Lea. Foi um acidente, poderia ter acontecido com qualquer um. – falou Uriel.

- Sim, além disso, os culpados foram os monitores. Deviam ter posto a proteção mágica na quadra. – acrescentou Izzie.

Forcei um sorriso. Talvez eles tivessem razão, mas eu não podia deixar de me sentir minimamente mal.

- Na verdade eu até poderia te agradecer, eu não estava afim de fazer aquele teste mesmo. – assegurou Will, erguendo o braço engessado. – O mais legal de tudo são as assinaturas que ganhei.

- Não é não, o mais legal de tudo foi a Eleanor arremessando o balaço! – interrompeu o Ethan, relembrando, com muita animação, a cena.

Olhei para ele com descrença. O amigo havia fraturado o braço e algumas costelas e ele estava animado com um golpe desferido por pura raiva?

- Eu gostaria de ter visto! Eleanor é a flor mais forte de todas, não é? – perguntou Noah e o Ethan assentiu rapidamente.

- Se toda flor fosse como essa, acho que toda flora seria carnívora. – brincou Izzie.

Sorri levemente diante de sua declaração. Era incrível como eles podiam me fazer sentir melhor, apesar da situação. Minha felicidade só não estava completa porque a tristeza em pessoa estava ao meu lado.

- Precisamos ir, Foster. – avisou Mérida, levantando-se e puxando a corda.

Lamentavelmente o diretor prendia-nos uma à outra sempre que os treinos de Quadribol acabavam. Acho que nem tão cedo voltarei a jogar.

- Aí, minha garota de ouro! – exclamou Diego, pondo um braço ao redor do meu ombro. – Procuramos você por toda parte, onde esteve?

- Chorando. – disse Mérida, sorridente.

- Cala a boca, Mérida. – falei, revirando os olhos.

Não era mentira, não consegui dormir muito bem sabendo que eu poderia ter matado o Will se tivesse acertado sua cabeça ou coisa do tipo. Então, o que me restava fazer era chorar no quarto à noite.

- E por que estava chorando? – perguntou o tesoureiro, observando as bolsas sob meus olhos.

- Porque machucou o amiguinho. – respondeu Snide.

- O que você quer? – questionei.

- Ah, bom... – retomou Diego. – queremos você no time. Você foi simplesmente incrível lá! Nunca vimos uma garota bater daquele jeito.

- Ela é uma garota bem diferenciada. – acrescentou Snide, sarcástica.

- Nunca viu? – perguntei e Diego negou com a cabeça. – Pois pode ser que veja novamente.

Fui para cima de Snide, mas fui detida por Diego.

- Oh, calma, campeã! – ele brincou. – Não queremos uma delinquente no time.

Fulminei Mérida com o olhar e ela finalmente entendeu que, se continuasse a intrometer-se em minhas conversas particulares, ela nunca mais seria capaz de participar de qualquer conversa.

Uma Trouxa em HogwartsOnde histórias criam vida. Descubra agora