O Convite

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Antes que Snape pudesse dizer qualquer coisa, desatei a falar.

- Olha, professor, eu sinto muito pela explosão na parede! Eu juro que não estava tentando explodir, eu só tentei abrir um buraco que desse pra eu passar! Sei que o senhor não vai acreditar, mas foram os axolotes! Eles são desequilibrados! Principalmente o Black! Tudo bem, a Cereja também não é flor que se cheire... mas, pelo amor de Deus, não me expulse! Eu juro que não fiz por mal, eu só...

Snape me interrompeu.

- Foster. – ele chamou, fazendo-me silenciar. – Não é sobre isso que queremos falar com você.

- Então sobre os funcionários que eu soterrei após a explosão?

- Não.

- Sobre os materiais que eu desperdicei consertando a vassoura?

- Não, Foster.

- Sobre o aluno que joguei no lago negro? – Snape permanecia impassível. – Sobre... os cenários do teste que eu também destruí?

- Não!

Snape se recompôs. Limpou a garganta.

- Não se trata disso, Foster. – respondeu. – O detetive Jaeger tem um convite pra você.

Engoli em seco.

- Ora, Severo, não é preciso assustar a menina dessa forma. – o homenzarrão sorriu, bagunçando levemente meu cabelo. – Além disso, eu prefiro falar com ela a sós.

- Eu lamento informar... que isso não será possível. – respondeu Snape.

- O regulamento da ICC exige a privacidade das informações trocadas entre o recrutador e o recruta.

- Li o regulamento.

- E então?

- Não estou aqui como professor.

O detetive olhou para nós dois.

- Estou como... – para Snape parecia doloroso pronunciar as palavras. – o tio.

Não consegui esconder minha surpresa. O detetive Jaeger riu da minha expressão boquiaberta e, de forma a evitar mais constrangimentos, eu me recompus.

- Vou ser sincero, nem sei o que dizer. – confessou o detetive.

- Muito menos eu. – murmurei.

- Bom, o regulamento não impede responsáveis de acompanhar o recruta. Vamos ao que interessa, se não se importar, detetive. – insistiu Snape.

O detetive tirou o chapéu e coçou a cabeça.

- Eleanor, você deve saber que é especial... – começou Jaeger. – você é diferente dos seus colegas, em vários aspectos.

Assenti, em concordância. Se havia uma palavra que me definia, era definitivamente essa: diferente.

- Faço parte de uma organização chamada ICC. É um apêndice do Ministério da Magia, que atua de forma... extraoficial.

- Você é tipo espião? – perguntei, animada.

Eu só havia visto algo do tipo nos livros da minha amada Agatha Christie. Minha pergunta fez o detetive rir.

- É por aí. – ele respondeu, sorridente. – Então, você e os quatro lá trás foram selecionados para participar do nosso processo seletivo.

Arqueei uma das sobrancelhas.

- Processo seletivo? – questionei.

- Sim, bem... essa prova prática de DCAT serviu para selecionar quem faria o processo. Você, apesar dos... – ele olhou rapidamente para Severo. – contratempos, foi muito habilidosa.

Uma Trouxa em HogwartsOnde histórias criam vida. Descubra agora