Uma Trouxa em Hogwarts

Poção do Sono

(Na multimídia, uma representação gráfica e fofinha da Gosmenta!)

- Eleanor, acorde! - berrou Noah no meu ouvido.

Abri os olhos, sonolenta, vendo pela janela que ficava próxima à minha cama que o dia mal havia amanhecido.

- O que foi? - perguntei, revirando-me na cama preguiçosamente.

- A rã desapareceu!

Imediatamente saltei da cama, sacudindo todo o meu corpo, torcendo desesperadamente para que a rã não estivesse em algum orifício nada convencional meu. Felizmente não estava.

- Mas como assim? Você largou ela por aí?! - perguntei, desesperada, fazendo um som que eu sabia que era utilizado para chamar cachorros, tentando atrair a atenção da rã de alguma forma.

- Claro que não! Ela simplesmente desapareceu! - Noah revirava a cama dela e a minha em busca da rã desaparecida. Parecia a busca por um diamante.

- Qual o nome dela? - perguntei, pensando inutilmente que chamá-la pelo nome seria mais eficiente.

- Rã. - respondeu Noah, ainda revirando nossas coisas.

- Eu sei que é a rã que estamos procurando, mas qual o nome, Noah?

- O nome dela é rã! - exclamou.

- O nome da sua rã é rã?

- É.

Parei por um momento. Eu ri bastante. Tanto, que até as outras garotas dos dormitórios paralelos vieram ver o que causava tanto tumulto logo de manhã cedo.

Somente Noah e seu literalismo seriam capaz de produzir esse humor.

Então, imediatamente, lembrei da noite passada.

- A Poção do Sono!

- O que tem a Poção?

- Eu deixei ela aqui aberta, e.... – olhei para o chão no qual o conteúdo do frasco estava esparramado. - ufa. Achei que fosse entrar em coma, pois sua rã derrubou toda a poção, e pensei ter sido bem no meu copo.

- Eu quero a minha rã. – disse Noah, com os olhos marejados.

- Calma, calma, vamos achá-la! – acalmei-a.

- Que alvoroço é esse? – perguntou a monitora, aproximando-se de nós.

- A rã dela sumiu. – expliquei e ela revirou os olhos, parecendo aliviada.

- É só isso? Accio rã! – lançou o feitiço e Noah abriu as mãos em forma de concha.

- Rã, você voltou! – disse Noah, mas eu ainda não estava vendo a rã.

Esfreguei os olhos, perguntando-me se eu realmente não havia bebido poção do sono a mais.

- Mas por que ela está invisível? – perguntou Noah à monitora, que estreitou os olhos, analisando a situação.

- Isso no chão é Poção do Sono?

- Sim.

- Ah. – ela começou a andar para fora do nosso dormitório. – Deve ser um efeito colateral, muito provavelmente. Vai passar.

Após Noah permanecer abraçando a rã pelo que pareceu uma eternidade, finalmente a convenci a colocá-la de volta na caixa. Percebemos, no entanto, algo curioso sobre ela – estava fechada, exatamente do jeito que Noah jurou haver deixado ontem à noite.

- Que estranho... – eu disse, procurando alguma abertura. – Está fechada.

Com esse pensamento ainda em mente, tentando entender se havia algum mecanismo que possibilitaria sua aberta pela parte de dentro, sentei na cama e acabei adormecendo novamente, com a caixa ainda na mão.