Beco Diagonal

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Minha carranca sobre o fato de talvez nunca poder abrir o cofre até os dezoito – afinal, eu não conhecia nenhum familiar para ir comigo abri-lo aos quatorze. – só durou até Hagrid nos mostrar uma linda sorveteria no Beco Diagonal. Acima dela, uma placa informava '' Sorveteria Florean Fortescue''.

- Quem está com fome? – perguntou Hagrid.

- Uaau! – exclamei, fascinada. Era a primeira vez que eu entrávamos numa sorveteria, Noah, igualmente impressionada, já estava com a testa colada num dos vidros que exibiam guloseimas.

- O menu. – ofereceu um gentil garçom a Hagrid, que sentou-se pesadamente numa das mesas.

O lugar era decorado rusticamente, com madeira polida combinando-se lindamente aos tons amarelo e azul claros. Na vitrine do balcão, onde Noah ainda observava os lanches com a testa colada ao vidro, podia-se observar a presença de vários itens, não só sorvete.

- O que acha de uns pães recheados? – perguntou Hagrid, após ponderar sobre suas alternativas no menu.

- Eu como qualquer coisa! – respondi muito rapidamente.

Os pães, quentinhos, chegaram muito rápido. Noah aproximou-se finalmente da mesa onde estávamos sentados e sentou-se conosco, praticamente babando em cima dos pães. Provei um dos pães, que tinha o que parecia ser um lago de queijo derretido dentro. Minha boca explodiu de felicidade, era a melhor coisa que eu já havia comido!

Hagrid nos observava, seu sorriso carregado de leve tristeza. Não devia ser muito fácil saber tudo que havia acontecido conosco e o motivo pelo qual estávamos tão felizes ao comer esses pães. A pedido ele, um garçom trouxe, apressadamente, sucos para que bebêssemos – sucos que ignoramos até que tivéssemos terminado de comer todos os pães.

- Foi a melhor coisa que comi em toda minha vida. – disse Noah, e concordei prontamente. – Quanto deu? – ela retirou seu saco de galeões do bolso da farda do orfanato, mas Hagrid recusou sua tentativa de pagar.

- Essa é por minha conta! – disse alegremente, levantando-se. Não sei se foi impressão ou seus olhos marejaram levemente enquanto ele olhava em nossa direção, pagando a conta.

Hagrid também nos comprou sorvetes! Essa loja possuía muitos sabores esquisitos – como sabor de baba de lesma. Mas preferimos algo mais tradicional, eu, pedi um sorvete de baunilha com cobertura de chocolate. Noah ficou extremamente animada ao ver que havia um sorvete sabor biscoito de polvilho, e o pediu sem pensar duas vezes. Pedi para experimentar o dela e, era incrível, realmente tinha o gosto do biscoito. Depois de haver experimentado polvilho pela primeira vez no Expresso Hogwarts, Noah apaixonou-se profundamente por seu sabor, e não duvido nada que se torne mais uma obsessão dela.

Enquanto caminhávamos, percebi, com fascínio, o quão cosmopolita era aquela localidade. Diversos tipos de bruxas e bruxos, além de outras espécies como elfos domésticos, duendes e até algumas fadas, iam rapidamente de um lado para o outro.

Chegamos em frente a uma livraria chamada '' Floreios e Borrões'', Hagrid nos disse que comprássemos todo o exigido e em seguida o encontrássemos na entrada. Entendi, mesmo sem ter perguntado, o motivo pelo qual Hagrid estava cauteloso em entrar na loja – era estreita para um grandalhão como ele andar livremente, sem esbarrar em ninguém ou em nada. E ele, sinceramente, parecia mais à vontade lá fora, observando todos os tipos de bruxos e criaturas mágicas passarem.

Entregamos a lista de livros para um senhor que estava no balcão e ele nos entreolhou, estudando-nos.

- Materiais de Hogwarts, certo? Sempre há aqueles que gostam de comprar em cima da hora. – disse, sorridente. – Vão levar ou querem entrega?

Uma Trouxa em HogwartsOnde histórias criam vida. Descubra agora