Mulheres à Bordo

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O meu novo '' tio'' arrastou-me para um canto do alojamento menos movimentado.

- Diga-me logo, onde escondeu o cantil?! - questionou, verificando se ninguém ouvia a conversa nos arredores.

Engoli em seco. Minha mente trabalhava a toda velocidade.

- Leve-me até a Ilha Mercante, para ver Baba. - respondi, tentando soar firme.

Ele me olhou com estranheza.

- Como sabe sobre Baba? - perguntou, desconfiado.

Olhei de soslaio para Luke e ele entendeu.

- Garoto dos diabos! - exclamou. - Bom, mas isso não importa... devolva o que é meu, antes que tenhamos problemas, garotinha.

Eu o encarei.

- Não precisamos ter problemas, a menos que você crie um. - respondi.

Ele me encarou de volta, incrédulo.

- Mas ora, sua ladra! - ele pôs a mão ao redor do meu pulso, apertando-o.

- Oh, tio! Está me machucando! - berrei, fingindo.

Ele riu. Algumas pessoas o lançaram olhares desaprovadores.

- Devo confessar, você tem tino para negócios, menina! - falou, soltando-me. - Está bem, vamos até a Ilha Mercante, espero que você sobreviva à viagem. Depois, meu cantil.

Eu assenti, em concordância - mesmo não tendo a menor intenção de devolver-lhe o cantil com tanta facilidade assim. Afinal, negócios são negócios. Sem suborná-lo com o cantil, eu não conseguiria ir a lugar nenhum aqui.

- Tem que aprender a fechar a boca em certas ocasiões, filho. - disse a Luke, resistindo ao impulso de dar-lhe uns bons sopapos.

Alguns marinheiros, provavelmente integrantes de sua tripulação, chegaram na pousada, com grande estardalhaço, desviando sua atenção. Pude perceber o olhar grato de Luke quando isso ocorreu - ele rapidamente se aproximou de mim, usando-me de escudo.

- Se você é sobrinha do capitão, como acabou no leilão de escravos? - perguntou, escondendo-se levemente atrás de mim.

- Esquece. É uma longa história. - respondi, observando a pousada.

Possuía uma linda decoração rústica e, não fosse pela situação deplorável na qual eu me encontrava, talvez pudesse desfrutar dela adequadamente.

- Eu tenho tempo. - ele retrucou, com um sorriso de orelha à orelha.

- Tem certeza que essa Baba pode me ajudar? - questionei, dando um gole no refresco de limão que pedi.

- Pode sim, ela é a melhor cartomante da Ilha Mercante! Soube que consegue prever o futuro de cada um.

Dei outro gole, dessa vez um bem longo. Espero que, se isso for verdade, eu tenha um futuro.

- Sobre você ser a sobrinha do capitão... - Luke tentou voltar ao assunto de novo, mas o interrompi.

- Eu vou tomar um banho. Vejo você amanhã. - falei, levantando da banqueta de madeira rente ao balcão.

Luke abriu a boca para fazer mais uma pergunta, mas eu já estava subindo as escadas a essa altura. Não queria ter que responder que estou subornando Zion.

Joguei-me na cama e, antes que pudesse me dar conta, o cansaço acumulado de dias dormindo ao relento atingiu-me. Adormeci profundamente.

Uma buzina pesada e estridente foi o que me despertou no dia seguinte.

Uma Trouxa em HogwartsOnde histórias criam vida. Descubra agora