Capítulo 52

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GABRIELLA

Eu não sei o que fazer. Não sei se há algo que eu possa fazer. Toda essa situação está fora do meu alcance. Estou acabada! Talvez eu possa fingir que nada disso aconteceu. Talvez não tenha acontecido mesmo. Pode ter sido apenas um sonho. Se eu for dormir, tirar uma soneca e acordar, vou perceber que cada pequena parte disso foi uma invenção da minha imaginação.

Não é um crime fantasiar sobre dormir com seu meio-irmão, certo? Assim como também não é um crime dormir com seu meio-irmão. Não tenho certeza se a lógica vai funcionar para mim agora. Mas eu posso mentir.

Posso dizer que ele está errado. Posso me recusar a ir e se o Felipe realmente contar aos meus pais, então direi apenas que ele está mentindo. Em quem eles vão acreditar, em mim ou nele?

Eu gostaria de pensar que eles vão acreditar em mim, mas o mau caráter do Felipe tem evidências bastante contundentes do contrário.

Por que eu fui tirar aquela foto nua? Essa foi uma ideia estúpida! Para alguém que deveria ser inteligente, não sei como poderia fazer algo tão idiota. Toda essa situação é idiota.

Eu tenho me divertido. Eu realmente gosto de estar com o Rafa. Ele é legal. Ele não iria me chantagear como meu ex está fazendo, mesmo que só façamos isso por uma semana. Se fosse ele quem tivesse recebido a foto ao invés do Felipe, ele nunca teria contado ou mostrado a ninguém.

É nisso que quero acreditar, mas também conheço o Rafael. Ele não é exatamente um santo. Mas sinto que ele ainda tem algum senso de decência. Eu sei que sim.

Minhas opções agora são: a) Posso fingir que nada disso aconteceu. b) Posso admitir que aconteceu e aceitar o fato de que Felipe tem controle sobre mim, que eu acidentalmente dei esse poder a ele e agora preciso lidar com isso.

Como? Indo e fazendo o que ele quer que eu faça. Mas vale a pena? Se eu fizer isso, sei que vai doer. Eu sei que está errado. Não quero ser um objeto para ele usar para sua própria gratificação sexual. Nunca foi isso que eu quis.

Sei que parece estranho, porque talvez seja isso que Rafael e eu temos feito nos últimos dias, mas não é. Nós também nos divertimos. Ele me ensinou coisas que não sei se outra pessoa poderia ter me ensinado. Me mostrou que as coisas que eu achava que estavam erradas não são realmente ruins quando acontecem entre duas pessoas que se preocupam uma com a outra, e ele me deu uma razão para querer encontrar alguém que possa me tratar assim... como ele faz.

É isso, não é? O Rafa estabeleceu o padrão para mim, me deu expectativas e uma compreensão de mim mesma que eu nunca realmente entendi antes, e é isso.

Não sei se isso é bom ou ruim. Faz-me querer encontrar alguém como ele, ou melhor, mas não sei se há alguém melhor! Por que não posso simplesmente ficar com ele? Eu sei que não é tão fácil. A vida não é tão fácil e nossa situação não é tão fácil. Nada é fácil. Mas por que isso tem que ser tão difícil?

Pensar nisso dói. Mas eu quero me lembrar. Quero me lembrar de cada momento do que aconteceu entre nós. Eu não quero esquecer isso. Não quero que ninguém me diga que é ruim ou errado ou que não deveríamos ter feito isso. Pois, no fundo, sei que não deveríamos, mas também estou muito grata por isso. Prefiro guardar as memórias dos últimos dias do que deixá-las contaminadas por críticas indesejadas e olhares de nojo de todos ao meu redor.

Então só me resta uma opção, certo? Se não quero que mais ninguém saiba, tenho que fazer o que Felipe quer. Essa é a única maneira. É a única coisa em que consigo pensar. Ou isso, ou de alguma forma inventar uma máquina do tempo, voltar e me impedir de mandar mensagens de texto por engano para meu ex-namorado.

My Stepbrother - livro 1 (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora