Capítulo 61

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GABRIELLA

(atualmente, no aeroporto)

— O que você tá fazendo aqui mesmo, Rafa? - eu pergunto. Ele está me arrastando pelo aeroporto e me levando a um dos balcões de passagens. 

— Resgatando sua bunda, princesa! - diz ele. 

— Eu não pedi para você me resgatar! - eu grito com ele. Não achei que estivesse falando tão alto, mas as pessoas começaram a olhar para nós. Mais baixo, eu digo de novo. - Eu não pedi para você me resgatar, Rafael. Você não sabe o que está acontecendo.

— Eu sei sim! - diz ele. - Agora cale a boca por um segundo, ok? Desculpe agir como um idiota sobre isso, mas estamos indo embora. Vou explicar tudo para você depois.

— Você é um idiota. - eu digo. - Mas, obrigada por me salvar.

Ele sorri, convencido como só ele consegue ser. Eu reviro os olhos mas sorrio também. Já me sinto melhor. Estou mais leve, completamente diferente do pavor e da ansiedade que senti quando saí do avião.

Esperamos na fila. Parece que Rafael vai começar a estrangular as pessoas e empurrá-las para fora do caminho, mas felizmente a fila não é tão longa.  Não demorou muito pra chegar a nossa vez.

A mulher atrás do balcão recua um pouco quando Rafa olha para ela. Não é muito diferente do olhar que ele tem para qualquer outra coisa, mesmo assim é um pouco intimidante. Infelizmente, ela está na frente dele agora.

— O desculpe, por favor. - eu digo a ela. - Ele está um pouco nervoso no momento.

— Que se dane! - ele diz.

Eu mostro minha língua para ele. Ele revira os olhos para mim em troca e então ele me beija. É rápido e rápido, mas apaixonado e intenso também. A mulher no balcão fica boquiaberta para nós, então ela começa a rir.

Ele... ele me beijou? Oh meu Deus, ele me beijou, e bem aqui na frente de todos. Mas ninguém sabe! Eles não sabem que ele é meu meio-irmão. Então acho que está tudo bem!

- Passagens! - ele diz. - Precisamos de duas passagens de avião. - Ele diz pra onde e ela pesquisa os voos em seu computador.

— Pra quando você precisa delas? - ela pergunta. 

— Porra! Pra ontem de preferência. -  ele diz. Mas não diz isso com raiva ou aborrecido, apenas muito calmo e natural. Parece tão estranho, quase ofensivamente inofensivo.

— Bom... temos um voo que sairá em trinta minutos. - ela oferece. - Isso deve ser tempo suficiente para você passar pela segurança, se você for rápido. Você tem alguma bagagem para despachar?

— Você quer despachar sua bolsa, princesa? - Rafa pergunta, virando-se para mim.

— Não. - eu digo, balançando minha cabeça.

— Oh, desculpe. - diz a mulher. - Só resta um assento. Isso acontece às vezes com voos que estão prestes a sair. O outro acabou de ser reservado.

— Não! - Rafa diz, firme. - Há dois.

— Não, sério. Sinto muito, mas há apenas um. Posso colocar um de vocês neste e outro no próximo em... três horas? Tudo bem?

— Rafa. - eu digo a ele. - Eu não me importo em esperar. Sério.

Não importa se esperarmos. Não importa o que aconteça, vai ser assustador quando voltarmos.  Talvez seja melhor adiarmos um pouco a ida pra casa.

My Stepbrother - livro 1 (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora