GABRIELLA
O alarme do meu telefone toca. Acordo em pânico e tento desligá-lo antes que o Rafa perceba o que está acontecendo. Felizmente, coloquei o volume no mínimo para que não corresse o risco dele acordar. Está vibrando também, mas não acho que isso vá acordá-lo.
Acho que nem precisava ter programado o despertador, afinal, foi quase impossível para mim adormecer. Forcei, fechei os olhos bem apertado, tentei de tudo, mas depois os abria, olhava para o relógio da mesinha de cabeceira e percebia que, menos de vinte minutos haviam se passavam.
A noite continuou assim, até que finalmente adormeci, mas... Estou acordado agora e preciso ir embora. Tenho um avião para pegar. Infelizmente!
Deixo meu telefone na mesa de cabeceira e tento me esgueirar para fora da cama. Rafa dorme tranquilo, respirando compassadamente. Ele está deitado de bruço e minha mão estava por baixo de seu dorço, mas consegui me libertar sem que ele acordasse.
Deslizo minhas pernas pela beirada da cama e me afasto na escuridão da noite. Vou caminhando na ponta dos pés até a porta do meu quarto, pego minha bolsa, abro a porta e deslizo para fora. Quero tomar um banho antes de sair, mas obviamente não posso fazer isso no meu quarto. Não pensei sobre isso ontem à noite. Talvez eu devesse ter dito ao Rafa que ele precisava dormir em seu próprio quarto, mas não tenho certeza se isso teria funcionado também. Mas ok. Apenas um pequeno contratempo, mas tenho uma ideia.
Ainda na ponta dos pés, ando pelo corredor e vou para o quarto dele. Assim que entro, fecho a porta atrás de mim e ligo o interruptor de luz. Posso usar o banheiro dele pra tomar meu banho.
Foi aqui que tudo começou, não foi? Certo, não exatamente você deve estar dizendo, mas foi aqui que vim quando concordei com nosso acordo de uma semana. Me despi bem aqui... neste local.
Estou em pé no local exato onde tudo aconteceu e é como se eu revivesse a mesma sensação outra vez. Colocando minha bolsa de viagem no chão ao pé da cama do Rafa, decido que também será o lugar em que vai acabar. Este será o começo do meu fim.
Tiro meu pijama e me despeço exatamente no mesmo lugar em que vim dizer ao Rafa que topava a proposta. Quando termino, pego minha mala de volta e entro em seu banheiro. Mantenho a luz apagada no banheiro, preferindo a escuridão fria mas, deixo a porta aberta, para que a luz de seu quarto penetre, parcialmente cortando a escuridão.
Entrando sorrateiramente no box, pego os botões do chuveiro, giro-os, espero até que a água esteja quente o suficiente para entrar. Não tenho muito tempo, mas quero aproveitar enquanto posso. Não tenho certeza do que vai acontecer comigo depois desta manhã. Não sei o que o Felipe vai querer que eu faça.
Preciso pensar em alguma coisa, um plano talvez, algum acordo. Afinal, se eu ceder aos termos dele, ele precisa concordar com algumas coisas que eu colocar também. Quero vê-lo apagar as mensagens de texto que enviei acidentalmente e quero vê-lo apagar a gravação de nossa conversa ao telefone.
E se ele fez cópias? E se ele não concordar em excluir nada e, em vez disso, quiser continuar a me chantagear? Acho que deveria conseguir roubar seu telefone, mesmo que por pouco tempo e deletar tudo eu mesma, mas não tenho certeza do que fazer se ele tiver cópias. Vou ter que descobrir isso quando eu chegar lá. Essa é minha única opção no momento.
Lavo rápido meu cabelo, mas me arrependo no segundo seguinte, pois Rafael não tem secador de cabelo em seu quarto e não quero correr o risco de voltar ao meu quarto para pegar o meu. Não posso pedir emprestado a minha mãe também. São três da manhã e ela definitivamente se perguntaria por que eu simplesmente não usei o meu.
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My Stepbrother - livro 1 (CONCLUÍDO)
RomanceGabriella Simões é o exemplo de boa garota. Boas notas, bom comportamento, dedicada aos estudos e a mãe, sua melhor amiga. Passou a adolescência desacreditando de si mesma e priorizava sempre agradar aos outros. Rafael Bittencourt é o típico bad bo...