GABRIELLA
(Quatro dias antes)
- Isso não vai funcionar.
- Hã? - Eu pergunto.
- Gabriella, isso não vai funcionar! Você já pensou em como vamos fazer isso? Estamos saindo para as férias de verão agora. Você vai voltar pra sua casa e eu pra minha. Como vamos fazer isso?
- É sério isso? Não posso acreditar no que você está dizendo, Felipe. Eu não quero dar um tempo, especialmente considerando que acabamos de fazer sexo.
Literalmente. Estavamos no dormitório do Felipe enquanto o colega dele está fora, e uma coisa levou a outra, e, bem... eu normalmente não faço isso. Não quero que ele pense que sou uma.. uma qualquer ou algo assim. Nós só fizemos sexo uma vez antes, mas eu pensei que, já que não nos veríamos por algum tempo, por causa das férias de verão, seria um bom momento para acontecer novamente. Não poderei vê-lo por alguns meses.
- Gabi, me escuta. Você mora a 12 horas de distância da minha casa. Precisaria pegar um avião se quiser te ver. Estaremos separados o verão inteiro. Que tipo de relacionamento é esse?
- Hum... um relacionamento à distância? - Eu digo.
Ele ri! Não uma risada legal. Um tipo de risada idiota, como se estivesse... zombando de mim! O que é realmente ruim, considerando que, a poucos minutos atrás, ele estava seu pau dentro de mim. O mínimo que ele poderia fazer é ser um pouco mais legal.
Não acredito que estou pensando nisso! Agradável? "Sim, Gabi, afinal ele é seu namorado! Ele deve ser bom com você."
- Eu não tenho relacionamentos de longa distância, baby. - diz Felipe. - Não é minha praia!
- Então você vai mesmo terminar comigo? - pergunto. Como se eu não pudesse dizer nada mais estúpido no momento!
Sempre tive notas perfeitas, me orgulho ostentar o título de "primeira da classe" no ensino médio e ganhei três bolsas que vão mais do que cobrir a maior parte dos meus primeiros dois anos de faculdade mas, aparentemente, ainda sou burra o suficiente para perguntar se meu namorado está terminando comigo.
- Não seja tão radical, Gabriella. - diz ele.
- Então o quê?!
- Só estou dizendo que não podemos fazer isso. Não posso passar o verão inteiro sem sexo, entendeu? É impossível.
Chocada! É como estou neste momento. Não tenho ideia de onde ele quer chegar com isso.
- Faremos uma pausa. Podemos sair, conhecer outras pessoas. É só durante o verão, certo? Quando voltarmos para a faculdade no ano que vem, podemos continuar de onde paramos. - Ele diz seriamente, como se estivesse explicando o cálculo da hipotenusa.
Não pensem mal de mim, ok? Eu não sou nenhuma idiota. Realmente não sou! Só que...eu gosto do Felipe. Só não tenho certeza de como me sinto por ele, romanticamente falando. Eu nunca tive um namorado antes da faculdade e, mesmo agora, meus namorados até agora não foram exatamente...namorados. Namorei alguns caras por uma ou duas semanas, mas só isso.
No caso do Felipe, já estamos juntos há alguns meses, por isso, pensei que tudo estava indo bem mas, pelo visto, eu estava muito enganda.
- Não é você, sou eu. - diz ele.
- Claro! Disso eu não tenho dúvida! - digo com toda a repulsa e indignação que consigo demonstrar. Eu sei que não sou eu! Que coisa estupida para se dizer. Afinal, ele é quem está terminando comigo!
- Vai ficar tudo bem, ok? Vá para casa, encontre alguém. Curta por uma noite inteira. Aprenda a ser melhor na cama. Você está meio frígida, sabe? Você precisa se aprender um pouco mais. Quando voltarmos ano que vem, podemos namorar novamente. Fazer um teste pra ver se você melhorou. Aí veremos como você se sai. Estou aguentando você até agora, mas preciso de alguém que saiba o que está fazendo, Gabi. Desculpe por dizer isso assim, mas é a verdade.
- Não! - eu digo. - Tudo bem.
Não é isso que quero dizer. Eu quero dizer mais. Quero dizer algo espirituoso, engraçado e sarcástico. Porque sei que o problema não é comigo. Não sou muito experiente, mas posso dizer com toda certeza que ele também não é muito bom de cama. Egoísta e afobado é como eu o definiria. Mas achei que ele pelo menos gostasse de mim, então... Meu Deus, sou uma idiota, não sou?
Coloco minhas roupas e corro para a porta no momento em que seu colega de quarto está voltando e, acabo esbarrando acidentalmente nele, o que me impede de fazer uma retirada apressada até que nos movamos para os dois lados e eu possa passar por ele.
Só quero sair daqui. Quero voltar correndo para o meu quarto, fazer as malas e sair agora, porque.. porque.. o Felipe é um idiota! Quase penso em gritar, mas me contenho. Não posso fazer isso! Eu sou a boa garota, que tem notas perfeitas, a que todos esperam ir longe na vida. Eu sou... sou um capacho! Sou a garota que o namorado termina pra poder dormir com outras mulheres durante as férias de dois meses da faculdade. Uau! Realmente, uau!
- Me mande uma mensagem algum dia ou algo assim! - ainda o escuto gritar enquanto eu corro pelo corredor.
- Que se dane! - eu digo.
Quero gritar, mas não grito. Eu sussurro para mim mesma sob minha respiração: "Sou Gabriella Simões e sou uma boa garota. Boas garotas não xingam e nem gritam pelos corredores. Eu não posso fazer isso, mesmo se eu quiser."
~ 🚥 ~
Oi Bonitos, tudo bem por aí?
Coitada da nossa Gabi!
Tomou um belo pé na bunda e ainda precisa aguentar calada pra nao sair do papel de boa menina a que está acostumada a tanto tempo.Como será que ela vai ficar depois disso hein?
Comentem aqui o que acharam.Portagens todas terças e quintas.
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My Stepbrother - livro 1 (CONCLUÍDO)
Roman d'amourGabriella Simões é o exemplo de boa garota. Boas notas, bom comportamento, dedicada aos estudos e a mãe, sua melhor amiga. Passou a adolescência desacreditando de si mesma e priorizava sempre agradar aos outros. Rafael Bittencourt é o típico bad bo...