Capítulo 60

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RAFAEL

(Horas antes)

Puta merda! Merda, merda, merda! Um grande cesto de merda. Por que ninguém quer que eu durma?

Primeiro foi algum idiota buzinando do lado de fora. Provavelmente algum bêbado sem noção. Fez isso duas vezes, inclusive!  Eu mal ouvi da primeira vez, mas quando eu estava voltando a dormir, ele fez isso de novo bem mais alto, um idiota estúpido.

Mas isso não é o pior! ASabe aquele momento em que você adormece, mas depois acorda de repente de alguma coisa te asustandos? Pois é! Foi o que aconteceu.

Que porra de barulhoé esse? É irritante, um zumbido silencioso, mas não o suficiente para não atrapalhar meu sono. Algo se agita em cima de alguma coisa. Levanto a cebça ainda meio grogue e percebo que é um telefone.  Não o meu telefone.  Eu nem estou no meu quarto.

— Puta merda, princesa, desligue esse maldito telefone. Estou tentando dormir.

É então que percebo que ela nem está aqui. Eu saberia se ela estivesse. Eu a sentiria dormindo em mim, primeiramente. Já dormi sozinho o suficiente para saber o que é dormir sozinho, e agora estou dormindo sozinho, o que é meio foda, porque não deveria estar. 

Abro os olhos de verdade dessa vez, olho ao redor e vejo o telefone vibrando e zumbindo.  Obviamente, é o despertador.  Não sei por que ela colocou um alarme para tão cedo.  O relógio na mesa de cabeceira indica que são quatro para as quatro da manhã.  Eu me jogo para o lado dela da cama, pego o telefone e clico para desligá-lo.

Muito melhor agora! Mas onde diabos ela também está? Estou pensando em me levantar, procurar por ela e arrastá-la de volta para a cama. Sim, é isso que vou fazer. 

Verifico o banheiro primeiro. Não tem ninguém! Por que isso tem que ser tão difícil?  Saio do seu quarto tropeçando no corredor e vou para o meu quarto. Não está lá também.  Verifico meu banheiro, percebo que alguém tomou banho ali, pois está molhado, mas ainda assim, ela não está lá! O que diabos está acontecendo? Nenhuma pista. Mas vou chegar ao fundo disso.

Eu vou em direção a escada e olho para baixo. Há uma luz acesa na cozinha. Ela devia estar com fome, foi fazer um lanche da madrugada ou algo assim. Desço as escadas, vou para a cozinha e... Novamente não é ela que estpa aqui. Aepnas a Silvia, minha madrasta. Ela sorri para mim.

— Oi, Rafa. Você acordou cedo. Algo errado?

— Bom, talvez? - eu digo. - Você viu a Gabi?

— Ela acabou de sair. - diz sua mãe. - Foi visitar uma amiga por alguns dias. Ela não te contou?

— O quê? Uma amiga? Que amiga?

Acho que eu deveria saber se a Gabi fosse visitar uma amiga. Ela não tem que me contar tudo, mas é meio foda que ela não tenha me contado essa única coisa. Sua mãe dá de ombros.

— Não sei. Ontem à noite ela me perguntou se ela podia ir. Eu tive a sensação de que era uma coisa de última hora, então talvez seja isso. Ela comprou a passagem de avião na noite passada e saiu um pouco antes de você chegar aqui.

— Ei, espera aí, um avião? Onde esta amiga dela mora?

Isso é muito suspeito. Não quero ser um idiota, mas sei que ela não tem muitos amigos. Tenho certeza de que ela poderia ter ganho alguns na faculdade, e isso é bom, mas tenho quase certeza de que ela teria me dito se fosse visitar um deles também. Sua mãe dá de ombros.

— Não estou dizendo que você deveria, mas se quiser ser intrometido, pode sempre verificar o histórico do navegador do computador.

— Você está me dizendo para bisbilhotar o computador da Gabi? - eu pergunto desacreditado.  Não sei por que estou perguntando isso, porque eu ia fazer de qualquer maneira.

— Eu não disse nada disso! - diz sua mãe, dando uma de desentendida.

— Certo. - eu digo. - Mas eu vou.

A mãe dela me segue. Aparentemente, tenho uma cúmplice nesta invasão de privacidade. Mas tanto faz, verificamos mesmo assim. 

— Onde fica isso?- eu pergunto. - Por acaso sabe de alguém que ela conheça que mora aí?

— Oh! - sua mãe diz, confusa. - Posso estar enganada, mas acho que é onde o Felipe mora. Gabi me disse uma vez quando eles começaram a namorar. Isso é estranho.

— Estranho pra caralho. - eu digo, cerrando os dentes, olhando para o monitor do computador.

— Será que eles fizeram as pazes? - Silvia diz. - Além disso, por favor, não use esse palavriado.

— Certo,mme desculpe pelo palavrão. - eu digo. - Mas eles não fizeram as pazes. Tenho certeza disso.

— Eu não sei. Mas vou perguntar pra ela quando me ligar. Vou ficar de olho nas ligações que receber perto da hora que ela vai pousar. Mas não deve ser nada demais Rafael, com certeza há uma explicação para isso.

Quando ela ligar? Mas a Gabi deixou o telefone lá em cima. O que, agora eu percebo, foi um acidente. Estou prestes a ficar muito bisbilhoteiro aqui.

— Com licença, mas preciso verificar uma coisa. - eu digo. 

— Você precisa? - sua mãe pergunta, rindo. - Rafael, são apenas quatro da manhã. Espero que o que você precisa fazer seja voltar para a cama. Tenho certeza que está tudo bem.

Eu resmungo. Descobri que sempre que você não sabe o que dizer, é mais fácil apenas grunhir.  As mulheres interpretam isso como um sinal de segurança, não é? Eu não sei. É mais fácil grunhir do que explicar tudo. Especialmente agora, já que não posso explicar exatamente para ela.

Subi as escadas, dois degraus de cada vez, depois corro para o quarto da Gabi, pulo em sua cama, pego seu telefone e começo a bancar o detetive particular. Isso não é difícil. A senha do telefone dela é estúpida e ela sabe que eu sei disso. Não sei por que ela nunca mudou isso, mas estou muito feliz por ela não ter feito isso.

Percorro seus aplicativos, vou para as mensagens de texto. E claro, há algumas do Rafael. Puta merda, é ela?  O que diabos ela está fazendo mandando fotos nuas para ele? Quando diabos foi isso?

Verifico o carimbo de data / hora e foi ontem. Tecnicamente, anteontem agora. Estar acordado às quatro da manhã está realmente fodendo minha cabeça.

"Rafa, mal posso esperar para fazer um boquete em você mais tarde. Talvez eu entre no chuveiro neste momento e te faça ver estrelas agora mesmo. Isso seria muito safado? Fazer um boquete no meu irmão no banho, enquanto nossos pais estão dormindo lá embaixo? Você gostaria disso? Envie-me uma mensagem de volta quando receber isso e diga o que você também quer fazer comigo."

Tudo bem, isso é para mim. Sim, eu não posso esperar para sentir seus lábios em volta do meu pau também, princesa. Eu sorrio com o pensamento. É um pensamento muito bom. Ela me menciona neste texto, mas por que ela o enviou para o Felipe?

Acho que estou conseguindo uma imagem melhor aqui! Ler mais alguns textos torna tudo claro como cristal. E, uau! Como ele é idiota. Ele acha que pode fazer isso com ela? Não, não pode! Ela é minha.

Eu não dou a mínima para o que isso significa. Eu nem sei o que isso significa. Mas ele não vai chantagear ela assim.

Eu sei, ela é apenas minha meia-irmã. Não somos parentes de sangue. Mas eu não me importo. De qualquer maneira, ela ainda é minha irmã e é parte da minha família. Sim, isso é uma loucura eu sei. Mas me desculpe, ela é mais do que isso!

Ela é a porra da minha linda princesa e se ele sequer tocá-la, vou quebrar cada um dos dedos daquele idiota sujo. Acabou, ele é um homem morto. Eu não vou tolerar isso. Ninguém pode tratar ela assim sem pagar as consequências. Ele estará em um mundo de dor em breve, só preciso descobrir como fazer isso.

Lembro-me de qual vôo ela pegou e em que companhia aérea estava, então deve ser bem simples, na verdade.

~🚥~

Capítulo de hoje chegou tarde, mas chegou!

Espero que tenham gostado...

Votem e aguardem que em breve solto a sinopse do livro 2.

My Stepbrother - livro 1 (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora