GABRIELLA
Uma vez ouvi que, todas as coisas boas têm um fim. E hoje pude constatar a veracidade dessa informação.
Rafa e eu acabamos com a panela de sopa que minha mãe fez. Comemos três tigelas de sopa, cada um. Três tigelas de cada sabor!
Eu sei que não estou realmente doente, mas a sopa me aquece e me conforta. Me sinto muito melhor agora, embora eu não ache que isso vá durar muito mais tempo.
Ainda é fim de tarde, mas já está bem escuro lá fora. O Rafa acabou pegando no sono ao meu lado. Acho que a sopa acabou enfraquecendo ele.
Mas não é tão tarde assim. Minha mãe ainda deve estar acordada lá embaixo. Preciso falar com ela e espero que o Jorge não esteja por perto. Será mais fácil se eu só tiver que explicar para uma pessoa, e embora eu goste do meu padrasto, ainda não me sinto tão confortável com ele como me sinto com minha mãe.
Saio da cama com cuidado para não acordar o Rafa e me esgueiro pela escuridão da casa. Conheço esses corredores de cor agora. Foi difícil quando chegamos aqui, mas passei a gostar e apreciar isso. É fácil se acostumar com uma mansão quando você morava em um apartamento de apenas 42 m². Qualquer um se acostumaria fácil!
Desço as escadas na ponta dos pés e vou em direção ao cômodo com a luz acesa: a sala de estar. Minha mãe está sentada em uma cadeira na sala sozinha. Mais adiante no corredor, em outra sala, vejo outra luz acesa. É o escritório do pai do Jorge. Ele tem que trabalhar em casa às vezes, e a noite é a hora mais fácil para ele fazer isso sem precisar dar muita atenção à minha mãe. Eu gosto que ele se preocupe com ela assim! Minha mãe me vê entrando na sala e sorri.
— Oi meu amor, está se sentindo melhor? - ela pergunta.
— Sim. - eu digo, sorrindo. - Aliás, obrigada pela sopa. Estava maravilhoso.
— Fico feliz! - diz ela. - Quer um pouco de xarope para a tosse? Comprei apenas para garantir, mas você não parece estar com tosse ou nariz entupido.
— Hum... eu acho que foi o meu peito? - eu digo. - Pode ter sido só ansiedade, mas não tenho certeza.
— Eu entendo. - diz minha mãe, sorrindo. - Isso acontece com os melhores de nós às vezes.
Gostaria que ela realmente entendesse, mas sei que não pode. Não posso explicar tudo o que aconteceu com ela. É mais fácil se eu nem tentar.
— Posso falar com você sobre algo rápido? - pergunto a ela.
— Claro. Algo errado?
— Não, hum... não exatamente mas, mais ou menos? - ela sorri.
— Oh! Certo. E o que isso significa?
— Eu... meio que prometi a uma amiga que iria vê-la agora nas férias. - digo.
É isso aí. Pareceria estúpido se eu dissesse que visitaria um menino. Mas também não estou visitando um amigo, então talvez nenhum dos dois importe.
Eu nunca menti para minha mãe antes, então se é uma mentira ou duas não importa muito; Tudo é igualmente ruim.
— Bom, não vejo qual é o problema. Quando você vai? - ela pergunta.
— Aí é que está. Eu meio que prometi que iria... amanhã de manhã. - eu respondo.
Não tenho muitas opções. Estou sendo chantageada. Pensei que sabia que tipo de pessoa o Felipe era, mas aparentemente eu estava muito errada. Achei que também sabia que tipo de pessoa Rafael era. E olha só, errei também! Isto é difícil.
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My Stepbrother - livro 1 (CONCLUÍDO)
RomanceGabriella Simões é o exemplo de boa garota. Boas notas, bom comportamento, dedicada aos estudos e a mãe, sua melhor amiga. Passou a adolescência desacreditando de si mesma e priorizava sempre agradar aos outros. Rafael Bittencourt é o típico bad bo...