GABRIELLA
Finalmente cheguei. Mas não é um fato para se comemorar!
Pego minha mala e vou para a área de bagagens. É onde Felipe disse que me encontraria quando enviei uma mensagem sobre meu voo na noite passada.
Apresso-me até lá, embora não tenha bagagem para buscar. Minha bolsa está comigo, pendurada no ombro. Não é muito, mas é o suficiente. Abro um pouco e procuro meu celular, mas não está lá! Será que caiu?! Preciso ligar para minha mãe, como prometi, mas não poderei agora.
Há muitas pessoas ao meu redor e não posso simplesmente parar ou eles vão me atropelar. Por isso me apresso com a onda da multidão enquanto fecho minha bolsa, indo para a área de retirada de bagagem. O vejo quando eu chego lá.
Parece uma longa caminhada, mas também parece que chego lá em um instante. Felipe também me vê e sorri quando me aproximo. Paro um pouco antes de ficar bem na frente dele. Ainda há uma boa distância entre nós. E espero que continue assim, mas claro, ele pensa bem diferente de mim. E acaba com o espaço que existia entre nós e fica bem aoeu lado.
— Que bom que você apareceu. - diz ele. - Achei que você tivesse fugido. Não queria ter que fazer nada drástico.
— Você não pode contar a ninguém, certo? - eu pergunto. - Felipe, prometa que não vai. Se você alguma vez se importou comigo, então por favor não conte.
Ele me lança um olhar estranho.
— Pra que tanto drama Gabriella? - ele pergunta. - Isso é sobre sexo, pura e simplesmente. É assim que sempre foi na verdade, mas você era muito puritana antes. Se esta é a única maneira de conseguir o que desejo há muito tempo, é assim que vai ser. Não tente transformá-lo em algo que não é.
— Mas nós transamos algumas vezes. - eu digo.
— Sim e você me bloqueou mais de uma dúzia de vezes, Gabriella. Sem mencionar que você só sabia dar desculpas, como ter que fazer trabalhos da faculdade ou ir ajudar seus professores. Eu nem mesmo chamaria o que tivemos de namoro. Tivemos alguns encontros que mal eram encontros, e você desistiu duas vezes, então eu terminei com você.
— Você é sempre tão idiota? - pergunto a ele. Talvez seja ousado da minha parte, mas não me importo mais. - Eu pensei que você era legal. Não sei como pude ser tão cega.
— Sim. - diz ele. - Porque você não conhece nada melhor. Você é inteligente, eu admito. Mas não tem bom senso. Você não consegue nem ver quando alguém está apenas sendo legal com você para conseguir algo. Você é inteligente, mas é uma idiota, Gabriella. Aposto que foi assim que seu precioso irmãozinho se aproveitou de você também. Isso é realmente confuso, Gabi. Não posso acreditar que você fez isso.
— Ele... ele não fez isso! - eu digo. Tento dar um tapa nele, mas ele agarra minha mão e me impede. - Ele não fez isso. O Rafa não se aproveitou de mim. Ele não é assim.
Felipe aperta meu pulso com força e isso dói. Ele puxa meu braço para baixo e me arrasta para um lugar mais silencioso. Eu tropeço e me esforço para acompanhar seus passos. Quero gritar com ele mas, infelizmente, não posso causar uma cena. Ele ainda tem vantagem sobre mim. Eu o odeio, mas preciso descobrir como pará-lo primeiro. Preciso encontrar uma maneira de parar isso.
Estamos em um canto mais tranquilo e isolado. Acho que ninguém pode nos ver aqui. Felipe joga meu pulso para baixo, então zomba de mim.
— Você realmente é muito estúpida, não é? Eu pensei que talvez eu fosse realmente bom em manipular você, mas percebo que você que estupida ao extremo! - diz ele.
— Hã? - começo a dizer algo, mas ele cobre minha boca com a mão e me impede. Então ele me empurra contra a parede. Seu corpo pressiona perto do meu e sua outra mão agarra meu seio, apertando-o através da minha camiseta.
— Você tinha que vestir a coisa mais feia que pudesse encontrar, não é? - ele pergunta. - Acha mesmo que isso pode me parar? Eu já vi você nua antes, Gabriella. E vai ficar nua de novo em breve. Vai ficar nua na minha cama e eu vou te foder como tanto quanto eu quiser pelos próximos dois dias. Se isso te faz sentir melhor, você pode até me chamar de irmão enquanto estamos transando. O que você acha?
Eu balanço minha cabeça e aperto meus olhos fechados. Tento falar, mas sua mão ainda está na minha boca. Ele sorri, perverso e afasta a mão para me deixar falar.
— Quer falar alguma coisa? - ele pergunta.
— Você não pode fazer isso! - eu digo. - Você não pode fazer isso comigo.
— Eu não posso? Por que não? - ele pergunta, zombando de mim. - Foi você quem veio aqui, Gabriella. Fizemos um acordo e você ter vindo até aqui, só me mostra que concordou com ele. Quem exatamente você acha que vai me impedir?
Eu não sei. Ninguém pode me ajudar agora, nem eu mesma! Felipe é mais forte do que eu. Posso ser capaz de dominá-lo por um segundo, mas e depois? Se eu fizer uma cena no aeroporto, ele simplesmente puxará o telefone do bolso e dois segundos depois ele terá enviado as mensagens de texto para minha mãe e meu padrasto. E depois? Vou ficar presa aqui, presa e sozinha, sem nenhum lugar para ir. Posso ir para casa, mas terei uma casa para onde voltar? Todo mundo vai me odiar? Minha mãe vai me odiar e o Rafa vai me odiar e...
— Pois é! Quem diabos vai parar esse idiota? Ah, claro, eu mesmo seu babaca! - ouço alguém dizer. No segundo seguinte Felipe quase me solta. O que está havendo?
Alguém o puxa para longe de mim. Eu pisco tentando entender e olho para cima a tempo de ver um punho poderoso colidir com a mandíbula dele, fazendo meu ex-namorado cair imediatamente no chão desmanteladamente.
Ele se contorce e fica deitado por um segundo, mas então se recupera e começa a se erguer. Parece estar meio tonto mas consegue se sentar e olhar para seu agressor. E eu acabo olhando também.
É o Rafa! Ele está aqui? O que ele está fazendo aqui? Como foi que conseguiu chegar aqui? Muitas perguntas e não consigo resposta pra nenhuma delas agora.
Rafa agarra Felipe pela camisa e o puxa para cima, olhando fixamente para ele.
— Se você tocar nela de novo, eu vou te matar. Entendeu, seu perdedor?
Felipe tenta falar, mas é como se sua mandíbula não funcionasse. Ele consegue abrir a boca após três tentativas.
— Quem diabos é você? - ele diz com palavras arrastadas.
— Você não precisa saber quem eu sou. - Rafa diz - Mas se você se atrever até mesmo a olhar para a Gabi outra vez, vou te mandar para a UTI. Não, melhor, esqueça o que eu acabei de dizer. Se você olhar se quer o número dela no seu telefone pensando em coisas erradas, eu vou saber. Então virei te encontrar e chutarei a porcaria que você chama de pênis. Entendeu?
— Porra! - Felipe começa a dizer. Mas Rafa o joga no chão. Mesmo assim, ainda tenta soltar a última palavra antes que o ar seja retirado de seus pulmões. - Você...
Então Rafa me agarra pelo cotovelo e me puxa para longe do lugar em que estamos parados, me levando de volta para a parte movimentada do aeroporto.
— Puta merda, Gabi. O que diabos você estava pensando pra vir até aqui?
~🚥~
Eita que chegou o salvador!Será que o Felipe vai aquietar agora?
Votem pois isso ajuda muito na divulgação da história.
Quinta-feira, vamos descobrir como foi que nosso garoto consegui chegar a tempo de tirar a Gabi das mãos do sem vergonha. Até lá 😘
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My Stepbrother - livro 1 (CONCLUÍDO)
RomanceGabriella Simões é o exemplo de boa garota. Boas notas, bom comportamento, dedicada aos estudos e a mãe, sua melhor amiga. Passou a adolescência desacreditando de si mesma e priorizava sempre agradar aos outros. Rafael Bittencourt é o típico bad bo...