Capítulo 27

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GABRIELLA

— Olá queridos! - a garçonete nos cumprimenta - O que posso trazer para vocês dois?

— Batatas fritas. - o Rafa diz.

— Com cheddar. - acrescento.

Ele me lança um olhar curioso e depois acrescenta:

— E bastante bacon.

A garçonete sorri para o nosso pedido sincronizado.

— Algo para beber?

Rafael me olha esperando que eu diga algo.

— Posso pegar um... - Hesito, porque não tenho certeza de como isso vai soar, mas eu queria fazer isso desde o colégio, e sinto que essa é minha única chance. - Posso pegar um float de soda e morango?

— Claro! - diz a garçonete, escrevendo em seu pequeno bloco de notas. - E você? Talvez dois canudos para o float?

Ele pisca, claramente pego de surpresa. 

— Sim, pode ser? - ele diz. - Claro. Quero uma água também.

— Dois canudos e água. - diz a garçonete, escrevendo tudo isso. - Algo mais?

Eu balanço minha cabeça negativamente. Mas Rafael me surpreende ao complementar o pedido:

— Quero um big burguer com bastante queijo. Adicione picles, maionese e pimenta-malagueta.

Eu levanto uma sobrancelha para ele, mas espero até que a garçonete saia leve ando nosso pedido antes de dizer qualquer coisa. 

— Eu pensei que vingamos apenas comer umas batatas fritas. - digo. - Está com fome?

— Você não faz ideia de quanta fome estou sentindo! - diz ele, olhando para mim.

O jeito que ele fala e o jeito que ele encara, bem... Acho que não é sobre comida que ele está falando de comida, né? 

Estou vestindo uma camiseta branca lisa e um par de jeans desbotados. Nada de especial, nada tão atraente, mas a maneira como o Rafa está olhando para mim me sinto como... Como uma princesa.  Como se eu fosse a única coisa que ele vê.  Como se fôssemos as únicas duas pessoas neste lugar, talvez as únicas duas pessoas na cidade, ou no mundo, ou no universo inteiro. 

Eu coro e desvio o olhar, mas quando olho pra ele novamente, ele ainda está olhando para mim do mesmo jeito que estava antes.

— Rafael... - eu digo num sussurro.

Não tenho certeza do que mais dizer, no entanto.  Não é como se eu pudesse... explicar?  Há pessoas sentadas ao nosso redor, e eu sei que elas me ouviriam.

— Sim? - ele diz, despreocupado. Não sei se é intencional ou não, mas se tivesse que adivinhar diria que sim.

Estamos numa mesa lateral dessas que tem uma  meia parede separando os espaços. Um espaço grande, suficiente para umas quatro pessoas. Decido fazer algo que nunca fiz. Vou correr esse risco. 

Estou do lado oposto, de frente pro Rafael. Me afastei da beirada da mesa, sentando mais próximo da parede e, uso meus olhos para direcioná-lo a fazer o mesmo. Ele sorri cúmplice e se move, como se este fosse nosso segredo. O que é, mas também tenho mais para compartilhar com ele.

Eu tiro um dos meus sapatos, deixando meu pé descalço, apenas com minhas meias finas, então bato em seu pé.  Casual e suave, ele olha para baixo rapidamente, mas depois olha de volta para mim, como se nada estivesse acontecendo.

My Stepbrother - livro 1 (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora