RAFAEL
Quase assim que entramos no avião, percebo que há um problema sério. Eu lidero o ataque aqui, indo para o meu lugar, com Gabi caminhando silenciosamente atrás de mim. Verifico meu cartão de embarque novamente e sigo para o lugar certo, e...
O que diabos está acontecendo? Há apenas um assento vazio aqui. Dois lugares no total deste lado, um está vazio e é definitivamente meu, então uh... sim? Eu me viro para Gabi.
— Ei, qual é o número do seu assento? - ela verifica sua passagem rapidamente.
— Hum, K4. - diz ela.
Você sabe onde está o assento K4? É muito longe daqui! Estamos em F2 agora, e K4 parece estar infinitamente longe. Não estou muito satisfeito com isso, mas suponho que não haja muito que eu possa fazer, não é? Terei mesmo que passar o vôo inteiro para casa sentado sozinho aqui com a Gabi lá atrás?
— Está tudo bem! - diz ela. - Isso realmente não é grande coisa, Rafa.
— Sim, acho que sim. - eu digo. Pelo menos meu assento é no corredor. Isso é bom, certo?
Não, na verdade não! Sento-me e apresento-me ao homem ao meu lado enquanto a Gabi se dirige para seu assento. Eu a vejo ir, mais do que um pouco chateada. Eu vim até aqui, fiz tudo isso e para quê?
Não é como se eu precisasse, mas eu realmente quero sentar ao lado dela agora. Tenho certeza que o cara ao meu lado é legal e tudo, mas ele não é a Gabi e eu duvido que ele queira passar a viagem toda abraçado comigo ou algo assim. Isso é uma espécie de desvantagem. Ele também não é muito bonito, nesse quesito a Gabi ganha dele de lavada!
Ele segue no corredor, levando sua bolsa. Chegando ao seu lugar, coloca sua mochila no bagageiro. E senta em sua poltrona, na janela. Ao lado dela, na poltrona do corredor, tem uma velhinha. Pelo menos não é um cara jovem! Definitivamente, nenhum flerte vai acontecer ali, a menos que aquela velhinha goste de... Chega! Já estou passando da conte!
— Ei! - eu digo para o cara ao meu lado. - Eu já volto. Talvez! - Ele encolhe os ombros.
Isso é o que eu faria também. Dar de ombros. Ele não me conhece. Logo, o que eu faço, não faz nenhuma diferença para ele, desde que o avião chegue são e salvo aonde estamos indo.
Sigo pelo corredor até o assento da Gabi. Ela está olhando pela janela a princípio, mas quando eu limpo minha garganta, ela se vira na minha direção.
— Rafa, algum problema? - ela pergunta. Mas não estou falando com ela agora. Ainda não. Em breve. Espere, princesa, eu vamos conversar em um segundo.
— Com licença, senhora. - digo à velhinha. - Você se importaria de trocar de lugar comigo? O meu é bem ali. - Eu aponto para o local. A mulher sorri para mim e olha para Gabi.
— Oh, esta é sua namorada? - ela pergunta.
— Sim. - eu digo. - Ela é. - Gabi resmunga, cora e desvia o olhar. A velha ri e dá um tapinha no braço dela.
— Aww, vocês são fofos! Formam um belo casal. - diz a mulher. - Há quanto tempo namoram?
— Bom, apenas um dia! - Eu digo. Não vou mentir para uma senhora. Sou muitas coisas, mas não sou mentiroso. - E então, aceita?
— Essa é a atitude certa a se ter, meu jovem. - diz ela. - Trate cada dia como se fosse o primeiro. Mantenha vivo o amor e o romance entre vocês dois.
— Pode deixar! - eu digo. - Farei exatamente isso, senhora. Prometo!
Ela começa a se levantar do assento, devagar quase parando. Ela é mais velha do que parece ou tem alguns problemas de saúde. Me sinto meio mal agora. Sou meio idiota às vezes, muito idiota em algumas várias vezes, mas não gostaria de estragar o dia de uma senhora idosa nem nada. Então, ofereço a ela meu braço e a ajudo a se levantar, vou com ela até meu antigo assento. Até carrego a bolsa para ela. Não é tão pesada, mas é o mínimo que devo fazer.
VOCÊ ESTÁ LENDO
My Stepbrother - livro 1 (CONCLUÍDO)
عاطفيةGabriella Simões é o exemplo de boa garota. Boas notas, bom comportamento, dedicada aos estudos e a mãe, sua melhor amiga. Passou a adolescência desacreditando de si mesma e priorizava sempre agradar aos outros. Rafael Bittencourt é o típico bad bo...