GABRIELLA
Uma noite. É isso aí. Vou ceder por apenas uma noite, e amanhã vou voltar a ser normal. Porque, sendo muito sincera, não tenho certeza se alguma coisa que está acontecendo aqui é normal.
Rafael e eu estamos assistindo a um filme que ele apelidou de filme de menininha. Sei que não posso argumentar contra isso, mas acho que tem um apelo mais amplo também. Sim, há romance, mas não é nada meloso, é uma comédia romântica, então é engraçado. Todo mundo gosta de rir, certo? Mas tenho a sensação de que Ethan está rindo mais de mim do que do filme.
Ele continua olhando para mim e sorrindo. Provavelmente porque estou bêbada. Não há nada que eu possa fazer sobre isso, afinal, estou realmente bêbada agora. Só embolando as palavras na verdade. Não estou caindo ainda, nem sendo idiota, só estou um pouco tonta e gostaria de comer mais.
— Pizza. – digo, estendendo meu prato. Rafa assumiu a responsabilidade de ser meu servo pessoal esta noite. É uma boa mudança de ritmo. Mereço isso por hoje, certo? Depois do que Felipe fez... Não... não quero pensar nisso. Só quero mais uma fatia de pizza.
— Aqui está, princesa. – diz Rafael.
Ele me dá outra fatia de pizza de escarola, mas não como eu esperava. Ele estende a fatia pra mim, perto da minha boca. Estranho, mas porque não? Eu estou bêbada mesmo! Haha. É engraçado, mas talvez não. Acabei me tornando o que sempre disse que nunca aconteceria. Sou a garota bêbada boba que disse a mim mesma que nunca me tornaria.
Nós não bebemos muito, mas é divertido agir como se tivesse. É divertido estar embriagada, ceder um pouco e apenas relaxar sem se preocupar com nada. Eu não quero me preocupar. Só quero me divertir, assim como Rafa e eu estamos nos divertindo agora. É divertido pra mim, pelo menos.
Abro a boca e ele coloca a pizza em minha boca. Dou uma mordida, ele coloca o resto da minha fatia de volta no meu prato.
— Então, está se sentindo melhor? – Rafael pergunta.
— Você... – eu digo, mas então esqueço o resto do que eu ia dizer. Termino minha pizza, tentando lembrar. Oh! Certo... – Você não deveria ser legal comigo, Rafael Bittencourt.
— Você precisava dizer meu nome completo, não é? – ele diz, sorrindo.
— Pare de sorrir para mim. Não vou ser seduzida pelo seu charme e boa aparência. – Estou me excendo aqui, não estou? Vou culpar o álcool.
— Charme e boa aparência? – ele me pergunta sorrindo ainda mais abertamente. Maldito seja! Se quero culpar o álcool, realmente deveria beber mais. Eu deveria ficar completamente bêbada, não ficar só um pouco tonto. Isso faz muito sentido na minha cabeça.
— Acho que preciso de mais um pouco daquele negócio que você me deu. – digo.
— Você realmente gostou da batida com chocolate, não é? – ele pergunta.
— Sim!" Eu digo, gritando, rindo. Tento me levantar pra ir buscar, mas tropeço nas minhas pernas e quase deixo cair minha pizza no chão, mas Rafa se inclina rápido e a pega. Segurando a mim também, nos fazendo sentar novamente no sofá. Ele está me segurando, me mantendo firme. – Tem gosto de leite com chocolate. Gostei muito do sabor. - acrescento.
Ele está perto agora. Muito perto outra vez. O mais perto que poderia estar. "Ele está apenas me ajudando", digo a mim mesma, me lembrando. Estou um pouco tonta agora. Parcialmente embriagada. Tomamos umas doses na batida que ele fez com chocolate, e depois algumas doses de aguardente de caramelo, só um dose na verdade, porque eu estava com medo. Rafael até riu de mim por causa disso. Nunca havia tomado. É tão forte que até engasguei. Diferente de mim, ele bebeu tão suavemente. Não sei como conseguiu. Eu nem mesmo bebi o meu direito, apenas provei e depois cuspi na pia. De qualquer maneira, ele está perto agora. Muito perto. Pego meu prato e meu pedaço de pizza e o levanto, colocando entre nós pra tentar manter uma distância segura.
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My Stepbrother - livro 1 (CONCLUÍDO)
RomansGabriella Simões é o exemplo de boa garota. Boas notas, bom comportamento, dedicada aos estudos e a mãe, sua melhor amiga. Passou a adolescência desacreditando de si mesma e priorizava sempre agradar aos outros. Rafael Bittencourt é o típico bad bo...