Capítulo 41

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GABRIELLA

— Gabi? Rafael?

Estou cansada. Que horas são? Que horas eu fui para a cama?

Eu pisco abrindo meus olhos e olho para a minha mesa de cabeceira para verificar o relógio digital lá. Sei que é verão e não tenho para onde ir, mas ainda assim são dez horas, o que é meio tarde para mim. Normalmente eu levanto muito mais cedo. Ah bem. Isso realmente não importa, certo?

Eu a ouço novamente.

— Filha, cadê você? Rafael?

É minha mãe! Eu ouço o pai do Rafa dizer algo, mas o som é abafado e eu mal consigo entender.  Ambos estão lá embaixo.  Parece algo como: "Tenho certeza de que estão bem. Devem ter dormido um pouco mais hoje".

Sim, é isso que estou fazendo. Dormindo até tarde. Eu bocejo e me aninho mais perto do Rafa e me aconchego mais um pouco antes de gritar. 

— Estou aqui em cima, mãe! - é então que percebo a situação.

Rafael também está acordado. Nós dois estamos... oh meu Deus, estamos nus. Por que estamos nus? Eu poderia jurar que fomos dormir de pijama, mas algo deve ter acontecido. Eu penso no meio da noite e então me lembro. Não transamos, pelo menos não de novo, mas nos despimos e brincamos um pouco quando acabamos acordando ao mesmo tempo de madrugada.  Ainda estava escuro e estávamos nos beijando e abraçando e foi muito divertido, mas agora, hum... Agora estamos os dois nus na minha cama e posso ouvir minha mãe subindo as escadas enquanto conversa com meu padastro. Isto não é bom.

— Merda! - diz Rafael. 

— Se esconde! - Eu sussurro para ele. - Eu pensei que você tinha dito que eles iriam ficar fora por uma semana!

— Foi isso que eles me disseram! - ele responde.  - Onde diabos você quer que eu me esconda?

O banheiro? Debaixo da cama? Qualquer lugar, menos nu e bem ao meu lado, seria ótimo, Rafael! E qualquer um desses lugares pode funcionar, mas minha mãe está na minha porta agora, batendo, e eu vejo o movimento da maçaneta quando ela está prestes a abri-la, então ... 

Eu empurro Rafael para baixo dos cobertores e o empurro para baixo,  parece que há apenas um caroço ali.  É o que espero, pelo menos. Eu tenho alguns bichinhos de pelúcia no chão ao lado da minha cama com os quais eu durmo às vezes, então eu pego um rápido e coloco sob as cobertas com a cabeça aparecendo para parecer que talvez o caroço seja de bichos de pelúcia. Isso não vai funcionar, vai? 

Como último esforço, levanto meus joelhos ligeiramente para dar ao Rafa um pouco mais de espaço pra se esconder. Eu realmente espero que isso funcione. Eu sei que ele está lá e, quando eu olho para o lado, tudo que posso ver é a forma leve de seu corpo se escondendo sob as cobertas, mas minha mãe não sabe que ele está lá e ela não tem razão para suspeitar que ele esteja aqui comigo. Ela, definitivamente, não tem nenhuma razão para acreditar que ele estaria nu, que ele teria dormido comigo, que teríamos feito sexo, e... Ela abre a porta e olha pra minha cama.

— Ei, dorminhoca! - diz ela. - Resolveu dormir até mais tarde hoje?

 Eu finjo bocejar e aceno para ela. 

— Fui para a cama tarde. - digo.

— Tudo bem. Desculpe, eu não pude estar aqui quando você voltou. Rafael disse a você? Voltamos assim que pudemos. Acabou sendo uma viagem mais curta do que pensávamos. Nada muito sério.

— Sim. - eu digo. - Ele me disse. Estou feliz que você voltou.

E estou mesmo. Eu sei que é verdade quando digo isso, mas uma parte de mim rejeita a resposta também. Eu estou mesmo feliz? Estou, mas também não estou.

My Stepbrother - livro 1 (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora