GABRIELLA
Rafael sorri, me dando uma olhada esguelha enquanto prepara nosso café.
— Eu já fiz. Tinha certeza que você ia descer.
Eu o odeio. Eu simplesmente o odeio. Não posso acreditar o quão arrogante e convencido ele é. Ele sabia que eu desceria? Como? Como ele sabia? Por que ele faz isso? Está agindo como se nada tivesse acontecido ou como se tudo isso fosse normal. E isso me frustra! Isso me deixa louca. Não é legal. É rude, arrogante e frustrante.
— Pare de agir como se você me conhecesse, Rafael. - digo a ele. - Porque você não sabe nada sobre mim. O que aconteceu ontem à noite foi um erro e vou esquecer isso.
— Foi tão ruim assim? - ele pergunta, virando uma das panquecas, em seguida, virando a omelete em que está na frigideira.
Eu não sei como responder a ele. Devo mentir? "Sim, foi ruim, horrível". Não, isso só vai me incomodar mais depois. Eu não minto. Eu apenas...
— Escuta Rafael, - eu digo. - por mais relutante que eu seja em admitir, eu gostei do que aconteceu. Mas fique claro que, não teria acontecido se eu estivesse sóbria.
— Você está tentando dizer que só acabamos transando porque você estava bêbada? - ele pergunta. - Nós dois estávamos bebendo, princesa. E nem bebemos muito.
— Acho que eu passei da conta sim! - digo, embora não saiba se isso é verdade ou não. Mas se eu acreditar o suficiente, acho que pode ser verdade. Rafael tem a audácia de rir.
Ele joga as duas panquecas da frigideira em um prato, depois despeja massa suficiente para mais duas na frigideira quente. Vai até a geladeira, tirado de lá o xarope de bordo, pega um garfo e uma faca da gaveta próxima também, e então coloca tudo na minha frente. Duas panquecas em um prato, um garfo e uma faca e xarope de bordo. Eu sou o primeiro a comer.
— Não é engraçado! - eu digo. - Realmente não é nada engraçado, Rafael.
— Olha, princesa, não é queria dizer isso, mas acho que poderia ter acontecido mesmo se não estivéssemos um pouco altos com o álcool. Provavelmente, terá sido muito melhor.
Melhor? Minha mente começa a considerar as possibilidades e... Não sei se gosto disso. Decido ignorá-lo e me concentrar na comida na minha frente. Dou uma mordida, mastigo, saboreando a fofura macia da panqueca misturada com a doçura espessa da calda. Oh meu Deus, isso é bom. Rafael realmente é um ótimo cozinheiro.
Um ano depois que eu e minha mãe fomos morar com ele e seu pai, estávamos todos jantando uma vez e seu pai nos contou como os dois costumavam comer panquecas todo fim de semana. Isso depois que minha mãe mencionou o quanto eu gostava delas. E... bem, uma coisa levou à outra, o que nos levou a comer panquecas todos os sábados por um tempo depois disso. Até que nós dois fomos para a faculdade.
É quase o mesmo neste momento, mas sem nossos pais. Ah, e o também pelo fato de termos acordado na cama nus, um com o outro. É, definitivamente, não é a mesma coisa.
Ele está olhando para mim. Uma das omeletes está pronta e ele está colocando um punhado de salsichas em um prato com ela, virando as panquecas, outra omelete ... Preciso parar com isso. Eu preciso.
— De qualquer forma, nunca saberemos, não é mesmo! - eu digo. - Já passou, foi um erro.
— Pois é. - ele diz. - Que pena!
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My Stepbrother - livro 1 (CONCLUÍDO)
Storie d'amoreGabriella Simões é o exemplo de boa garota. Boas notas, bom comportamento, dedicada aos estudos e a mãe, sua melhor amiga. Passou a adolescência desacreditando de si mesma e priorizava sempre agradar aos outros. Rafael Bittencourt é o típico bad bo...