GABRIELLA
Acordo no dia seguinte e, ainda de olhos fechados, percebo que estou dolorida. Uma dor gostosa, no entanto. Uma dor agradável e formigante, e com os cobertores me envolvendo como uma nuvem quente, me sinto bem. Minha cabeça está no travesseiro e minha perna enrolada em uma perna, meu braço no peito, e... Espere, hum... minha perna... e braço...?
Abro os olhos para descobrir o que está acontecendo, porque o Felipe nunca me deixa dormir com ele em seu dormitório e ele nunca fica no meu também. Isso meio que me incomoda, porque eu conheço muitas garotas que ficam com seus namorados às vezes, e vice versa. Não é exatamente permitido pelas regras dos dormitórios, mas todo mundo fez isso de qualquer maneira.
Tenho certeza de que Felipe não me deixar ficar porque ele me conhece, certo? Ele não quer que eu quebre as regras, já que mesmo na faculdade construí uma reputação de ser a seguidora de regras, uma boa garota. Eu só... não é uma regra grande, sabe? Não é como se fosse realmente importante. De qualquer maneira, não consigo pensar sobre isso agora. Minha cabeça dói e estou me sentindo estranha. O que aconteceu ontem à noite?
Movo minha perna um pouco e sinto pele contra pele, a minha macia e flexível contra pernas musculosas. Falando em músculos, o peito sobre o qual meu braço está dobrado também é bom. Estranho. Será que o Felipe está malhando? Eu me esgueiro para lhe dar um beijo de bom dia, e é quando eu percebo exatamente o que aconteceu.
Este não é o Felipe. É o Rafael que está deitado aqui, olhando para mim, sorrindo. E eu quase o beijei! Na bocas! Credo! Nojento, nojento, isso é...
Puta merda!
Dormimos juntos. Não apenas dormindo, mas nós... fizemos sexo. Em sua cama. Na casa da nossa mãe e do nosso pai. Isso é um problema. Um grande problema. Grande, grande problema! Eu me afasto dele e quase rolo pra fora da cama no processo. Eu provavelmente deveria fazer isso, deveria sair da cama, fugir, voltar para o meu quarto, mas então eu percebo que estou nua. E, a julgar pelo que senti antes, Rafael também está nu.
— Ei, bom dia, princesa! – diz ele, indiferente
— Que porra é essa? – eu digo. Tento não xingar, tento mesmo, mas este é o Rafael, e estamos em casa, e sinto que isso é definitivamente um "que porra é essa?" tipo de momento, não é?
— É bom ver você também. – diz ele, lançando-me um sorriso diabólico. Sim, é exatamente isso. Diabólico. Demoníaco. O que diabos ele estava pensando?
E é nessa hora que eu me lembro que foi ideia minha. Sim, nós dois estávamos bebendo. Não tenho certeza se um de nós deveria estar em condições de ter ideias, para ser honesta, mas esta era definitivamente minha. Um desafio. Eu não achei que ele faria isso. Eu não queria que ele saísse do time de futebol, mas ele é sempre tão presunçoso e confiante e eu queria derrubá-lo um ou dois vezes de seu pedestal. Acho que era isso que eu estava pensando.
Agora não tenho tanta certeza, porque junto com as memórias de por que eu o desafiei a fazer o que fez, vêm as memórias de como exatamente foi para ele fazer isso. Ele estava tão duro. Quer dizer, sim, é assim que funciona o sexo, Gabi. Eu me lembro disso, e quase me faz rir, mas não é engraçado. Não é! Mas Rafael era diferente. Ele estava tão vibrante e vivo, sua ereção pulsando e pressionando dentro de mim. Foi tão bom. E ele sabia exatamente o que fazer também. Eu sentia que sabia exatamente o que fazer quando estava com ele. Ou era o álcool? Isso diminuiu nossas inibições e... bem, é claro que diminuiu nossas inibições. Quer dizer, acabei de acordar na cama com meu irmão. "Meio-irmão", eu me lembro, como se isso fosse melhor!
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My Stepbrother - livro 1 (CONCLUÍDO)
RomanceGabriella Simões é o exemplo de boa garota. Boas notas, bom comportamento, dedicada aos estudos e a mãe, sua melhor amiga. Passou a adolescência desacreditando de si mesma e priorizava sempre agradar aos outros. Rafael Bittencourt é o típico bad bo...