Capítulo 30

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RAFAEL

Escute. Eu não faço isso. Isso definitivamente não é o tipo de coisa que eu faço!

Esse nunca foi meu plano, isso não está nas cartas, se você ler meu horóscopo de hoje, definitivamente não diria nada nem remotamente perto do que quer que esteja acontecendo agora. 

Eu não namoro garotas. Eu me divirto com elas! Eu não fico fazendo coisas fofas, pelo menos, não mais do que o necessário. Sim, tudo bem, depois de foder uma garota decentemente, às vezes você tem que abraçar um pouco para acalmá-la e trazê-la de volta à realidade do que está ao seu redor. Meu pau tem esse efeito nas mulheres! Acho que já te disse isso antes, certo?

Já lidei com garotas assim também. Aquelas que pensam que podem me mudar. Essas são as com quem eu termino mais rápido. São as únicas com quem eu dou uma ou duas trepadas, alguns momentos divertidos na cama comigo e então, eu termino com elas. Uma semana no máximo, nada mais do que isso.

Agora me explica, que porra é essa que estou dando para Gabi, não é?

O problema é que sou eu quem decide essa merda. Sou que digo quando começar e quando acabar. Eu que escolho o que vamos ou não fazer. Eu digo a elas como vai ser. Também falei pra Gabi como quero que seja e onde deveríamos estar. Então me explica, o que estamos fazendo aqui?

Estamos sentados no banco de trás de um dos carros do meu pai, apenas curtindo, assistindo a um filme, só que é muito mais do que isso também. Ela está perto. Muito perto. Tão perto que se ela se afastasse agora, o lado direito do meu corpo ficaria frio sem ela. E isso é uma grande merda.

Deixa eu te explicar. Eu não gosto disso. Eu não quero gostar, pelo menos. Não é isso que eu faço, não é assim que eu sou. Mas estou fazendo isso, então o que isso diz sobre mim? Eu não tenho a mínima ideia.

Passo meu braço por cima de seu ombro e a puxo ainda mais perto, ela inclina a cabeça para o lado, descansando-a em mim. Lentamente, apenas um pouco, centímetro por centímetro, uma demora agonizante. Ela se estica e agarra minha mão esquerda, em seguida, puxa-a para a dela. 

Estamos de mãos dadas, assistindo a esse filme estúpido de comédia romântica. Não é tão ruim. O filme até que é bom. Não posso dizer que odeio.

É bom, mas não é algo que eu assistiria sozinho. É o tipo de filme para o qual eu traria uma garota no início da minha semana com eles, apenas para colocá-las no clima.  Um clima leve e divertido, é assim que faço. Guarde as questões filosóficas profundas para outra pessoa.

— Rafa? - ela diz, olhando para mim. - Não está gostando do filme?

— Nah! - eu digo. - Está tudo bem.

— Podemos apenas conversar se você quiser. Não temos que assistir. Eu simplesmente gosto daqui. Achei que seria bom vir aqui contigo.

Que porra é essa? com certeza preciso ter uma conversa com ela. Apenas me dê um segundo para recompor meus pensamentos.  Isso é complicado. 

— Olha, princesa, - eu digo. - Você me conhece, não é?

Ela olha para mim com um olhar estranho. Eu não gosto desse visual.

— Sim?

— Então sabe como eu sou, certo? Você sabe o que estamos fazendo. Por que está fazendo isso consigo mesmo?

— Hã?

— Eu não tenho encontros ou momentos românticos com garotas! - digo a ela, porque é a verdade. - E também não podemos namorar. Compreende isso, certo? Então porque está agindo desse jeito, romantizando tudo. Tentando transformar nossa vinda ao drive-in num encontro?

My Stepbrother - livro 1 (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora