Capítulo 3

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GABRIELLA

Cheguei em casa. Tudo está exatamente como eu me lembrava, o que quer dizer que ainda não me sinto em casa!

Minha mãe se casou novamente quando eu tinha quinze anos, e meu padrasto é... bem, vamos apenas dizer que ele tem muito dinheiro. Dono da Bittencourt Enterprise, ele é nada mais nada menos do que bilionário. Gosto dele, mas ainda estou me ajustando, sabe? Tento pensar nele como um pai e tento pensar neste lugar como minha casa, mas ainda é difícil. Não ajuda o fato de que, da noite para o dia eu tenha deixado de ser filha única pra ter um irmão. Especialmente quando o irmão em questão é Rafael Bittencourt.

Ele é um encrenqueiro, sempre foi. O conheço desde a segunda série e acredito que ele não mudou muito desde então. Lembro que naquela época, ele ficava levantando as saias das meninas quando estávamos no ensino fundamental e, até onde eu sei, ele faz a mesma coisa desde então. Por um motivo diferente agora, mas ainda é tudo o mesmo para mim. Ele é o tipo de menino que sua mãe avisa pra ficar longe, só que minha mãe nunca me avisou sobre isso.

Tivemos uma conversa antes que ela e meu padrasto finalmente se casassem e fossem morar juntos, me levando na bagagem. Ela basicamente me disse que eu teria um irmão agora e, ela sabia que precisariamos de alguns ajustes, mas ela pensou seria bom para todos nós. O problema é que nada de bom pode vir do Rafael, acredite em mim. Ele é um idiota, um mulherengo, um misógino, ele...

Ele está de pé no deque da piscina agora, coberto de água, o brilho escorregadio do sol úmido cintilando em seu corpo. Eu paro e fico olhando, de boca aberta, ainda com minha mala de lado. Ele deve ter acabado de sair da piscina, porque a água está pingando de sua bermuda, empoçando a seus pés. Ele é um pedaço de mal caminho. Quero dizer, parece que está quente lá fora. Sim, foi isso que eu quis dizer. Por favor, não coloque palavras na minha boca, nem confunda as coisas, ok?

Eu sei que meu meio-irmão é atraente. Como eu não saberia se, teoricamente, moramos na mesma casa? Mas, ser bonito, não o torna menos idiota. Não anula o fato de que ele já despedaçou mais corações do que é possível contar.  Nunca teve um relacionamento que durasse mais do que algumas semanas.

Mesmo assim, é quase impossível não admirar o monumento à minha frente. É um pensamento estranho de se ter, eu sei disso, mas parece que ele está exalando sexo agora. Como se seu corpo estivesse derretendo, a água agindo como uma liberação para sua besta sexual interior. "Se controla Gabriella!" Não não!  Eu não deveria estar olhando para ele desse jeito, isso é tão perturbador e errado, mas sua sunga está solta e há uma protuberância muito bem definida na frente. Eu não me importo se ele é quente.  Lá fora, quero dizer.  Na piscina... Está quente lá fora. Talvez eu deva nadar também? Acho que meu maiô ainda me serve.

Enquanto estou perdida no mundo da imaginação, nem percebo Rafael se secando, enrolando uma toalha em volta da cintura e caminhando em minha direção pra entrar em casa. Estou parada ali, de boca aberta, olhando para onde ele estava antes, e agora ele está apenas sorrindo para mim como se fosse a coisa mais divertida que ele já viu.

E aí, mana! – diz ele. – O que foi? Precisa de ajuda com essa mala?

Eu saio dos meus pensamentos e desvio o olhar pra ele que agora está na minha frente. Está mais frio dentro de casa por causa do ar condicionado e sua pele arrepia-se, seu peito nu ondula os músculos por causa da mudança de temperatura, seus mamilos se endurecem e eu enlouqueço com a visão. "Ele é apenas mais um garoto, Gabi. Há muito outros como ele. Você já viu outros garotos sem camisa antes." No entanto, parece diferente desta vez. Ele parece diferente. Não vejo o Rafael desde as últimas férias e parece que ele mudou. Não no bom sentido, tenho certeza.

My Stepbrother - livro 1 (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora