GABRIELLA
Depois que Rafael desce para deixar Julia entrar, eu tomo um banho rápido novamente. Nada muito intenso, mas estou suada por causa da nossa diversão repentina e quente e acho que Julia e eu vamos sair, então quero estar linda e cheirosa.
Esse é o plano, pelo menos, mas assim que estou no banho não consigo parar de pensar no que aconteceu. Não foi um acidente desta vez. Eu sabia exatamente o que estava fazendo e... foi tão bom! Isto é estranho.
Eu gosto de me manter minha virilha sempre aparada, mas depois que Rafael a depilou por completo, estou surpreendentemente macia e lisa. Eu continuo me tocando, maravilhada com o quão bom é, mas... começa a parecer bom em mais de uma maneira.
Lembro-me de como ele me tocou, como me fez sentir, e meus dedos meio que acabam tendo vontade própria. É surpreendente, mas bom também. Parece natural. Então... eu paro. Preciso sair desse chuveiro! Preciso me vestir! Além disso, eu quero guardar isso. Pelo Rafael.
Meu Deus, isso soa horrível não é? Eu quero salvar meus orgasmos para meu irmão. Esquisito. Errado. Ele é meu meio-irmão. Não sei por que preciso ficar me lembrando disso, mas preciso. Isso torna a situação um pouco melhor. Mais compreensível eu diria. Razoável e certo? Porque não somos parentes nem nada. Só temo o título de meio-irmãos por causa do casamento dos nosso pais. Não é que isso seja realmente errado, é apenas uma ideologia social que construímos em nossas cabeças. É algo que a sociedade nos diz que é inaceitável, embora não haja nenhuma razão técnica para isso. Talvez se tivéssemos crescido juntos...
Eu conheço Rafael desde a segunda série, e não éramos meio-irmãos. Eu cresci com ele de certa forma. Não da mesma forma, mas sei mais sobre ele do que gostaria de admitir.
Sei que ele foi suspenso da escola por dar a uma professora uma caixa de aranhas de presente. Isso foi engraçado. Na hora não. A professora gritou. Ele chegou a embrulhar e tudo mais, colocou um laço em cima e fez com que parecesse um presente de verdade. Elas não eram aranhas perigosas.
Quando eu era mais jovem, depois que meu pai morreu, minha mãe e eu costumávamos sentar do lado de fora na varanda à noite na casa dos meus avós quando estávamos lá, tinha várias dessas aranhas por lá. Lembro-me de ficar com medo no início, mas minha mãe me mostrou que elas não eram perigosas. Depois disso, eu costumava estender minha mão e às vezes eles rastejavam em meus dedos e apenas ficavam ali, olhando para mim.
As meninas deveriam ter medo de aranhas. É o que todo mundo diz. Não gosto de outras aranhas, mas gosto de patas compridas. Gosto da maneira como suas perninhas se esticam, como parecem curiosas e interessadas no mundo à sua volta. Enfim!
Depois que Rafael deu à nossa professor a caixa de aranhas, ela gritou e jogou para o alto. As aranhas saltaram para fora, coitadas. Eu me senti mal por elas e também preocupada. Uma sala de aula não era lugar para aranhas, especialmente porque elas podiam se machucar. Obviamente, eles não iriam machucar ninguém.
Lembro-me de correr para ajudá-las, colocá-las de volta na caixa para mantê-las seguros para que eu pudesse trazê-los para fora. MAs, outro menino da nossa classe se levantou para bancar o herói, ou assim parecia. Enquanto eu me abaixava para tentar reunir as aranhas de volta na caixa para mantê-las seguras, ele levantou a perna e se preparou para pisar nelas. Rafael deu um soco nele. Bem forte. Não vi acontecer, mas ouvi o queixo do garoto estalar e ouvi o som dele caindo no chão, batendo contra as pernas de metal de uma carteira escolar.
Não tenho certeza se Rafael foi suspenso por causa das aranhas ou do soco. Acredito que talvez uma combinação dos dois. Ele foi quase permanentemente expulso, mas seu pai doou uma quantia considerável de dinheiro para a escola como indenização e eles apenas o transferiram para outra classe.
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My Stepbrother - livro 1 (CONCLUÍDO)
RomansaGabriella Simões é o exemplo de boa garota. Boas notas, bom comportamento, dedicada aos estudos e a mãe, sua melhor amiga. Passou a adolescência desacreditando de si mesma e priorizava sempre agradar aos outros. Rafael Bittencourt é o típico bad bo...