#59(Talibã)

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Chego em casa e cada parte da nossa noite me passava pela mente, eu tô loco, tava com tanta saudade da Thelma, tudo tem sido tão difícil pra geral, minha vida tava de cabeça pra baixo.  Chego no quarto e a Daiane estava dormindo, ultimamente ela só vivia assim, dormindo. Tomo um banho e vou comer alguma coisa na cozinha, esquento dois pedaços de pizzas e pego a coca, sento à mesa e como devagar.

— Tudo bem, querido?-aparece minha mãe, parecia sempre saber quando eu precisava de ajuda e companhia.

— Oi, mãe, tudo bem e contigo?.

— Bem… mais uma vez e meu menino triste, o que houve?.

— Tudo sai do meu controle, mãe, quero fazer uma coisa, mas, ao mesmo tempo, quero fazer outra e a outra sempre vence.

— O que seria essa outra?.

— A Daiane, ela é o que quero (pouco) fazer e faço.

— Você ama essa menina; por isso, faz o que tem que fazer.

— Ando duvidando disso.

— Como assim?-olho para os lados e falo baixo.

— Vou ter outro filho.

— Como assim Leonardo?.

— A irmã do Lipim está grávida de mim, também.

— Meu Deus, meu filho, e agora?-questiona assustada.

— Eu tinha mandado ela abortar, ela não quis, decidi hoje que vou assumir o papel de pai pra esse bebê também, vou fazer hora extra, vou levar pra passear, pra lanchar, pra jogar bola, se for menino, pra comprar bonecas, se for menina, vou tratar como meu filho, ou filha, como deve ser tratado.

— E o seu bebê com a Daiane?.

— Vai ser o mesmo.

— Não parece tão feliz.

— Descobri que não amo a Daiane, eu amo a Thelma, mas por algum motivo desde que soube que amava outra, eu não consegui separar da Daiane, nós briga, discuti pra cara***, eu traio ela, mas a gente não separa.

— Não vou comentar, quem sabe da tua vida é você, mas um conselho, escolha o que seu coração manda, se não você vai sempre sofrer.

— Pode deixar mãe.

— Te amo filho.

— Também te amo coroa.

Ela vai dormir e eu também, fico deitado do lado da minha mulher, mas eu pensava na outra mãe do meu filho, do bebê que já se sentia o coração e até mesmo o volume pequeno que parecia querer sair da barriga dela.

De manhã resolvo fazer o que meu coração queria, tento pegar coragem a manhã inteira, mas só consigo de tarde, entro na sala determinado a falar toda a verdade, mas só consigo falar um pouco, pois o Felipe me impede, ele estava furioso e não era pra menos, ele cuidava da Thelma como se fosse filha dele, basicamente ela era, foi ele quem cuidou dela depois que a mãe deles morreu.

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Zeus: 🥵

— Buguei, repete essa po*** aí?-falo sério mais do que já estava.

— Seu novo sobrinho ou sobrinha, é filho do Leonardo, seu amigo.

— Mas o Léo disse que tinha uma mina…-olho atento pra ela-, ele queria que tu abortasse?.

— Ela também te contou isso?!!!.

— Eu me ofereci pra resolver isso pro Léo, eu disse que podia falar com a mina pra ela tirar o bebê, podia ameaçar ela-respiro forte.

Eu me ofereci pra fazer alguém tirar um bebê, mas esse alguém era o tempo todo minha irmã, eu me sentia um otário ali, vendo ela chorar, tudo aconteceu de baixo dos meus olhos, ela estava sofrendo, chorando e eu não pude fazer nada, não podia fazer nada.

— Tu sabe a gravidade dessa po*** que tu fez?-ela só chorava-, Thelma, não é só meu amigo, ele tem mulher, vai ter outra cria, ele mata e morre por aquela va*** branquela, ele não tem grana pra cuidar da mãe dele, da mulher, de duas crias e de tu…

— Eu sei, tá bom, mas eu não quero nada dele, eu não preciso, só quero que ele de um sobrenome pra esse bebê, pra esse neném, é só isso que quero, eu arranjo um emprego, cuido dos meus filhos e de mim, eu consigo fazer isso, não sou tão inútil assim.

— Não vai me dizer que gosta dele?-ela chora mais ainda e chega a soluçar-mana, não era pra gostar do Talibã, ele não olha pra mais ninguém, só pra mulher dele.

— Lipe, ele disse que me amava, eu acreditei, me achei tão esperta que no fim, cai igual patinha nas mãos dele, nesse joguinho de merda que ele joga com as minas.

— Fica tranque, eu vou cuidar de tu, da Charlotte e dessa cria.

— Quero voltar pra casa.

— Pode voltar, a chave ainda é a mesma-me levanto e vou saindo.

— Vai aonde?-ela fala olhando pra mim.

— Resolver uns B.Os, daqui a pouco te encontro lá.

— Falô.

Saio dali e vou pro meu escritório, eu andava como um maluco em cima da moto, assim que chego, vejo ele falando com uns menó, quando me vê volta a ficar sério.

— O que rolou?, fez besteira não né?-ele diz me vendo chegar puto da vida.

Do um socão forte na cara dele, já armo e espero ele vim pra cima, mas ele só reclama de dor e não vem, dou mais um e mais outro, ele só arma pra se defender, eu batia de mais, até que os cara me segura.

— Para po***!, para com isso cara***!-grita um dos menos.

— Ia me fala quando que tava comendo minha irmã!-grito pistola da vida.

— Eu ia falar hoje, mas tu não deixou!, tu saiu correndo pra falar com ela.

— Me fazendo de trouxa um tempão, pegando ela e me tirando como otário!, depois vem me chamar de irmão!, irmão um cara***!.

— Eu sou teu irmão, errei valeu, tava tentando me redimir.

— Tu fez e tá fazendo a garota que mais amo chorar, sofrer seu merda!-eu me debatia pra me soltarem, estava chei de raiva.

— Me desculpa irmão, eu tentei, mas amo tua irmã, eu gosto dela pra cara***, tu acha que também não tô mal, não tô sofrendo?, eu tô todo fudi**, tô sentindo saudades, tô querendo fazer alguma coisa pra mudar, mas eu não consigo, alguma coisa me prende na Daiane, eu não consigo!!!!!.

— Some da minha frente Talibã, se eu te achar durante essa semana toda no morro, se eu te vê aqui, em qualquer lugar vou te cobrir na porrada, f***-se que tua mãe não anda bem, que tua mina tá prenha também, só te largo quando eu te deixar muito muído ou morto.

— Tu tá certo… foi mal mesmo, eu não tinha a intenção de te fazer de bobo, se tu acha que foi isso mesmo, me desculpa, eu não queria.

— Mete o pé cara***!!!!-grito ainda querendo ir pra cima dele e bater muito.

Meu dono,me bate!!(Também na Dreame)Onde histórias criam vida. Descubra agora