#58(Thelma)

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Saio do hospital e já vem a vontade de chorar, essa gravidez tem me deixado muito sentimental, eu chorava por tudo, me irritava com tudo e queria um homem pra mim, mas o sorriso voltou com a mulher e o Tom só ia sair comigo amanhã.  Fico uma cota esperando um táxi e quando vejo um, chamo, mas sou puxada bruscamente para um canto escuro. 

— Precisamos conversar-diz calmo. 

Seu hálito era de cerveja, bala de hortelã e de balão, ele falava bem próximo ao meu rosto. 

— Não temos nada para conversar, tudo que você queria ouvir você ouviu e eu também ouvi o que não queria, mas precisava, estamos quites e sem precisar resolver mais nada. 

— Nós dois precisamos conversar como homem e mulher, sobre nosso filho, sobre você, sobre tudo que rolou entre nós. 

— Esse filho não é teu, é meu!-falo séria olhando para ele. 

— É nosso, fizemos juntos!-ele diz mais sério e firme que eu. 

— O que quer Talibã?. 

— Leonardo. 

— Quer o que Leonardo?. 

— Conversar. 

— Aposto que em um motel. 

— Acertou. 

Ele já me puxa e chama um táxi que passava apressado, mas parou pra gente, ele dá o endereço e o homem vai falando que já estava indo pra casa, jantar com a família e filhos, ao ouvir isso começo a chorar incontrolavelmente, pois sabia que eu não teria ninguém que quisesse largar o trampo pra vê eu e meus filhos, nem jantar conosco. 

— Tudo bem moça?-pergunta ele preocupado. 

— Ta tudo bem com ela sim-Talibã da de ombros sem me olhar. 

— Por que ela está chorando?. 

— Está sentimental de mais por esses dias.

— Senhor, isso está muito estranho!-percebo que ele muda a rota para a delegacia da mulher. 

— Moço me desculpa, eu estou grávida e tudo me faz chorar, esse homem ao meu lado é pai do meu bebê, mas ele já é casado, tudo isso me deixa mal, estou sofrendo muito, o senhor me entende?-falo tudo em lágrimas. 

— Entendo sim… também tenho um filho fora do casamento-diz pensativo e voltando ao trajeto de antes.

— Nós, as mulheres, as “outras” sofremos muito, ficamos tristes e desejamos a morte, mas temos que cuidar de um ser feito com amor, mesmo que o pai não tenha sentido isso. 

— Espero que vocês conversem e consigam se resolver, imagino como deve está sofrendo, a minha outra mulher se jogou da ponte, tentaram salvar ela, mas não deu muito tempo, o bebê sobreviveu devido à bolsa, fizeram o parto as pressas, nasceu de 6 meses, ficou um bom tempo preso na maternidade, hoje está um rapaz lindo, forte, se tornou advogado. 

— Meus parabéns senhor-digo e choro, o Léo só ficava quieto. 

Chegamos ao local determinado e saímos do carro, o motorista nos deseja boa sorte e isso era uma das coisas que eu não tenho na vida e nem ia ter, entramos no local e ele faz todos os procedimentos de sempre, entramos no quarto e eu sento na cama, ponho as pernas pra cima, pois mesmo que tivesse pouco tempo eu já sentia dor nas pernas e um cansaço da po***. 

— Como vocês estão?. 

— Estamos bem…-falo olhando a pequena barriga. 

— Por que quer ficar com essa criança?. 

Meu dono,me bate!!(Também na Dreame)Onde histórias criam vida. Descubra agora