1 - TIRE SUAS PATAS!

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Maria

Há uma coisa sobre o amor, que eu só descobri há pouco tempo.

Ele vicia.

Eu não consigo mais enxergar minha vida daqui pra frente, sem que Vitor esteja incluído nela. Não faz sentido algum.

Nós somos amigos desde os 10 anos de idade, portanto, eu já o conhecia muito bem. Mas agora é diferente, a convivência nos deixou tão íntimos que consigo enxergar pequenos detalhes que  antes passavam despercebidos, mas hoje eu sei que esses detalhes fazem o Vitor ser o Vitor.

Eu sou viciada nele, nos seus beijos, no seu toque, no seu olhar.
Na forma como ele me trata como uma jóia preciosa.
Tão viciada, que é inimaginável um dia perdê-lo, e só de pensar isso por um segundo meu coração aperta.

Estávamos juntos, no terraço da casa dele admirando a lua e as estrelas.

—Promete que nunca vai me deixar? —perguntei olhando no fundo dos seus olhos esverdeados.

—Nem mesmo se eu quisesse eu conseguiria te deixar. Você é a minha definição de amor. Nunca vou deixar o meu amor pra trás.

Ele tem esse dom.

O dom de fazer com que eu me derreta de amores, e em seguida me reconstruir por inteira.

Nos beijamos sob o céu estrelado.

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Depois dos Insanos terem ganhado o concurso Skateboard league, nossa vida mudou ainda mais.
Agora, éramos considerados famosos na nossa cidade, e tínhamos até fã-clubes.
Mas não pense que só coisas boas aconteceram nesses 4 meses, também recebemos muitos ataques diariamente de pessoas que nem nos conhecem.
Tentamos até dar um tempo nas redes sociais pra não surtar, mas é quase impossível.

—Olha esse comentário me chamando feio. —disse João. —Gente... esse cara precisa de um óculos novo, porque eu sou tão gato que os cachorros da rua correm atrás de mim.

—Os cachorros da rua correm atrás de qualquer um que esteja segurando comida.—Vitor disse.

—Não responde, João. isso só deixa eles com mais ódio. —aconselhei.

Mas adianta? Óbvio que não.

João respondeu o cara, com bastante palavras feias.

—Agora ele está ameaçando minha família, o que eu faço? —João perguntou.

Revirei os olhos.

—Galera, novidades. —disse Davi ao voltar de uma ligação.

Estávamos reunidos da casa do Vitor, como sempre.
Mas agora, no local onde antes era a garagem, montamos um local só nosso, com decoração de skate, e bastante confortável para nossas reuniões, nós chamamos de: clubinho.

—Que novidade?—perguntou PH.

—Acabei de falar no telefone com um novo patrocinador, o cara é dono de uma loja de skate personalizado e quer contratar a gente pra tirar umas fotos e divulgar, e o melhor, pagamento em dinheiro! —Davi disse empolgado.

O concurso abriu muitas portas pra gente, ganhamos vários patrocínios, e nos sentíamos como as blogueiras do Instagram que ganham mimos toda semana.

Isso era perfeito porque finalmente conseguíamos fazer dinheiro com o que amamos, mas estava longe de isso ser considerado uma profissão, principalmente quando se tratava dos nossos pais.
Antes, era só o Cadu que sofria pressão dos pais pra largar o skate, mas agora todos nós estamos sofrendo com isso.
A maioria dos nossos pais torcem para deixarmos o skate, e arranjar um "emprego de verdade", fazer uma faculdade, ou sei lá.
Isso me deixa muito triste, porque eu não tenho ideia do que quero fazer da minha vida, além de ser profissional no skate.
Os Insanos fizeram um trato: Temos que provar pros nossos pais que é isso que queremos, e que pode dar certo...ou seja, isso significa que qualquer oportunidade, temos que abraçar, e mostrar a eles que isso pode nos render dinheiro também.

INSANOS - Sequência Imperdível de Maria MachoOnde histórias criam vida. Descubra agora