46 - Eu não lembro

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Vitor

Eu nunca, nem por um segundo, imaginei estar vivendo esse pesadelo.

Mas vamos ao início.
Eu preciso me concentrar pra lembrar exatamente o que aconteceu

—Quase não acho você. —A Paty surgiu atrapalhando completamente o clima que se instaurou depois que a minha Maria me deu o melhor conselho que já tive na vida. —O empresário escolheu você pra propaganda do boné. Ele quer conversar com você.

Droga, justo agora?

—Ah e... onde ele está? —perguntei.

—Lá dentro, eu te levo. —Paty disse.

—Ele tem pernas. Pode ir sozinho. —Maria se adiantou.

—Ai que ciumenta! Eu só quero mostrar quem é o homem.

—Vamos, amor? —Vitor perguntei antes que a Paty irritasse ela.

Segurei a mão dela.
Maria preferiu me esperar enquanto eu conversava com o tal empresário.

Paty me apresentou pra ele:

—Senhor Felipe, esse aqui é o Vitor. Skatista dos Insanos que você escolheu pra representar sua marca. —disse.

Eu não sei porque, mas eu estava esperando ver um coroa de terno.
Mas era um cara jovem.
Desconfiei no início, ainda mais por ele não estar usando roupa social.
Mas ele me mostrou a loja online dele pelo celular, mostrou alguns modelos de boné e garantiu que depois do contrato eu teria um boné personalizado pra mim.

A conversa rendeu alguns minutos, o cara era gente boa.

Agradeci pela proposta e aceitei, quando estava me virando pra ir embora.

—Ué? Vai embora sem brindar comigo, irmãozinho? Que isso. Agora somos sócios. —ele me deu uma bebida e nós brindamos.

Quando a conversa acabou, fui na direção de onde a Maria estava da última vez que a vi.

Mas ela não estava mais lá.

A Paty é quem estava.

—Vi! O que você achou do empresário? —Paty me perguntou.

—Ah.. o cara é legal. Você por acaso viu onde a Maria foi?

—A Maria teve um imprevisto. Dor de barriga. Ela tá no banheiro agora, pediu pra te avisar que não vai sair de lá tão cedo.

—Ok... —eu respondi já me afastando dela.

—Ei! Tá fugindo de mim? Tá com medo de eu te morder por acaso? —perguntou. —E esse copo vazio? Nada disso. Fefe, traz uma bebida do Vi.

—Não, não precisa. Eu tô dirigindo. —Inventei uma desculpa.

—Senta aqui, eu preciso te confessar algo. —ela segurou meu braço enquanto Fefe enchia meu copo.

—Olha aqui, Paty. Eu não estou interessado nesse seu joguinho. —soltei meu braço da mão dela.

—Que joguinho? Eu só queria te dizer que EU indiquei você pro empresário, ele te escolheu por causa de mim, porque ele queria mesmo era o sem graça do João.

—Beleza Paty, o que você quer que eu faça? Beije seus pés e diga que você é a defensora dos oprimidos?

—Na verdade, quero que você beije outra coisa...—Ela tentou passar a mão no meu peito, mas eu segurei a mão dela antes que ela conseguisse.

—Para de se humilhar assim. É feio demais. —alertei.

—Mas você bem que gostava quando a gente tava namorando né?! —ela soltou a mão dela com violência.

INSANOS - Sequência Imperdível de Maria MachoOnde histórias criam vida. Descubra agora