47- Bem vinda, cat

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Maria

Vitor não saiu do lugar, mesmo com a presença do meu pai ali.

—Tira ele daqui, pai. —eu disse evitando olhando pro Vitor.

—Maria... —eele iniciou olhando pra mim.

—Eu quero você fora daqui, moleque. —interrompeu meu pai. —Ou sai por bem, ou sai por mal.

Vitor assentiu com a cabeça e saiu pela porta sem dizer uma palavra.
Foi seguido pelo meu pai.

Minha mãe entrou no meu quarto e me abraçou enquanto eu chorava novamente.

—Tá tudo bem, querida. Ele não vai mais voltar aqui. —disse.

Depois que ela saiu, eu não preguei mais os olhos.
Amanheci pensando no que ele me disse.

Eu até queria acreditar que ele estava me falando a verdade, mas eu vi com meus próprios olhos, estavam bem na minha frente. E mesmo que ele diga que não lembra de nada... Ele me traiu.

Pela manhã, resolvi que ia parar de pensar nisso, mas era impossível.

Lá estava uma mensagem de voz da Paty pra mim.
Lutei contra minha vontade de abrir a mensagem, mas no fim eu acabei abrindo.

Paty: Maria, florzinha. Sei que você deve tá com raiva de mim agora, mas.. eu te avisei não avisei? Deve ser difícil pra você né? Saber que ele nunca me esqueceu. Eu pensava que não fosse sentir pena de você quando isso acontecesse mas... Não é que eu tô sentindo uma peninha? Então eu não vou alimentar sua dor mais, até desisti de te mostrar o áudio que eu gravei da minha conversa com o Vitor naquela noite.

Maria: Que áudio?

Paty: Você tem certeza que quer ouvir? É bem pesado.

Maria: Manda logo a droga do áudio e para de fingir que você não quer que eu ouça.

Áudio: Vitor, me diz uma coisa? Você tá arrependido do que a gente fez?

Não.

Mesmo? E entre eu e ela... Quem você prefere?

Você.

Não tem medo da Maria descobrir isso?

A maria não está aqui.

A última frase dizendo o meu nome me arrebentou de todas as formas possíveis.
Agora eu tinha certeza.
Ele me traiu com consciência de seus atos.

A raiva me consumiu de uma forma tão desastrosa que agora eu não me importava mais com nada. Eu não queria vê-lo nunca mais.

Saí de todos os grupos que envolvia a mim e ele. Incluindo os Insanos. Esse foi o mais doloroso.
Não vou fazer parte de um grupo onde ele esteja. Não mesmo.

Agora tudo que eu sentia era raiva.

Peguei meu skate e fui direto pra pista, não queria mais ficar no quarto remoendo aquilo.
Eu precisava treinar, cair e me ralar pra me forçar a sentir outra coisa.

Ao chegar, a pista de skate vazia não consegui subir no skate, não parecia ter sentido. Lembrei do que acabara de fazer e a minha ficha finalmente caiu.

Eu não faço mais parte dos Insanos.

...

Depois de ficar sozinha lá parada por um tempo, decidi ir embora da pista, ninguém menos que as Cats apareceram com seus skates.

INSANOS - Sequência Imperdível de Maria MachoOnde histórias criam vida. Descubra agora