35 - Esperando por você

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—Pode falar com os dois. —Vitinho e eu nós levantamos para apertar a mão do cara.

Ele nos olhou de cima a baixo.

—Qual a proposta? —perguntou. —Sabem que pra vir até a mim, tem que ser número alto de compra.

—Sabemos, e temos o que você precisa. —tirei a mochila das costas, e abri o bolso maior para que ele pudesse ver parcialmente. —A questão é, você tem o que precisamos.

Ele abriu um sorriso.

—Legal, parece ser muita grana. Mas vocês querem me fazer acreditar que vocês dois tem toda essa grana?

Eu não tinha argumentos para aquilo que ele estava fazendo.

—É o Seguinte, chefe. Posso te chamar assim? —Vitor perguntou.

—Deve, garoto.

—Eu sou filho de um político famoso, qual eu não posso revelar. Ele está por trás dessa compra, e me mandou aqui porque não quer sua identidade revelada. Entende? Seria um escândalo pra carreira dele como candidato.

—Claro. O negócio é que eu odeio político, tanto quanto odeio a polícia. Mas já que vocês chegaram em uma hora que estou precisando... Vão levar o que precisam. De quanto estamos falando?

—10 mil reais em espécie.

O homem pareceu impressionado..

—Tudo isso em notas de 20 e 10? Vou levar uma eternidade pra contar e conferir se são verdadeiras. —disse.

Essa é a intenção.

—Estão com tempo? Fiquem aí, tomem uma bebida comigo.

—Temos tempo. —eu disse.

Não temos mesmo. Minhas horas estão contadas a partir de agora.

Deixei a mochila de dinheiro por conta dele.

E o plano Linha de fogo, acaba de começar.

O chefe começou a contar o dinheiro.

—Pantera, vai pegar uma bebida pra gente. —disse ele a mulher.

Ela foi.

—Você acha que pode dividir entre cocaína e maconha? Sabe ... 5 de cada? —Vitor iniciou as perguntas.

Nesse instante já comecei a ouvir os barulhos de pedras vindo do corredor da lateral.

—Que barulho é esse? —perguntei para chamar atenção do chefe.

—Vá ver isso pra mim, Soldado. —disse ao único homem que estava ali além da gente.

Vitor continuou fazendo perguntas, agora com um nível mais complexo de palavras, que o chefão tinha dificuldade de entender, e as vezes se perdia.

Assim que ouvi o celular da mulher dele tocar de longe, tive confiança pra me arrastar pra dentro da sala onde fica o computador.

A senha, felizmente era a mesma de antigamente.

Entrei facilmente, já inserindo o pen drive com todos os arquivos, eu só precisa mover eles e ...

Esperar que atingissem 100%.

Eu não sei se eu é que estava afobado, ou aquele computador era lento demais.

Davi me avisou na escuta, que o soldado apareceu na janela, e ele acertou uma pedra no rosto dele, e agora estava escondido embaixo de um carro estacionado, porque o cara veio atrás dele.

Pelo menos, isso vez a gente ganhar mais tempo.

Recebi pela escuta, que o João esta tendo dificuldade pra prender a mulher na ligação.

Que ela e a namorada dele estão em uma discussão, e que provavelmente ela vai desligar daqui a pouco.

50%..

Vai logo, vai logo...

Cadu, que estava de olho na escuta do Vitinho, disse que o chefe está se irritando com a desconcentração que o Vitor provoca nele.

Meu estava acelerado, qualquer barulho, mínimo que seja, me deixava assustado.

Felizmente, os arquivos passaram 100%. Eu podia sair dali.

Estava tranquilo, até que meu coração quase pulou pra fora da boca.

A mulher do chefe entrou na sala me pegando em pé perto do computador, eu tinha acabado de tirar o pendrive.

—O que está fazendo aqui? —perguntou se aproximando, mas falando baixo.

Coloquei o pendrive no bolso.

—Procurando o banheiro, já vi que não é aqui. —eu disse tentando sair.

—Você não me engana, Henrique. —ela disse impedindo minha passagem, encostando no meu peito.

Resolvi jogar com ela.

—Bom.. —segurei a mão dela que estava no meu peito. —Estava esperando por você.

Ela sorriu. Passou a mão pelo meu peito e desceu até o meio de minhas pernas.
Me empurrou, e me fez sentar na cadeira mais próxima.

Ela sentou no meu colo, de frente pra mim, ergueu meu queixo, e me beijou.

Aquilo parecia a assinatura do meu óbito, acho que o nível de adrenalina em mim era tanto, que eu podia sentir correndo mas minhas veias. Se o marido dela entra aqui, eu tô morto.

Ainda de olhos fechados, quando nossas bocas se desgrudaram, eu ouvi o som de arma destravando, e senti o cano dela encostando na minha cabeça.

A imagem dela olhando pra mim fixamente, vai ficar pra sempre na minha cabeça.

—Vai me contar ou não o que estava fazendo no computador do meu marido? 

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INSANOS - Sequência Imperdível de Maria MachoOnde histórias criam vida. Descubra agora